O Desafio da Defesa das Políticas Públicas Para o Serviço Social

Titulo: O desafio da defesa das Políticas Públicas para o Serviço Social (p.

06-12).

Fonte:        YAZBEK,        Maria        Carmelita.        Argumentum, http://dx.doi.org/10.18315/argumentum.v8i1.12139 Vitória (ES), v. 8, n.1, p. 6-13, jan./abr. 2016.

A autora da obra divide o artigo em duas partes importantes. Na primeira parte, fala-se sobre os desafios das Políticas Sociais na contemporaneidade dentro de um contexto histórico e dentro de um sistema neoliberalista, citando a crise estrutural do capital que reflete na desigualdade social e pobreza. Na segunda parte fala-se sobre esse contexto no Serviço Social brasileiro e o papel do Assistente Social nesse cenário de desuniversalização destas políticas e “descidadanização”

O foco principal do texto são as Políticas Sociais e o papel do Assistente Social nesse contexto, em que a autora aborda que estas políticas se tornaram focalizadas no sistema neoliberal, mostrando a diferenciação entre as políticas universais e focalizadas, e seus impactos para a sociedade, especificamente em relação a pobreza.

A autora mostra as configurações sociais e políticas de acordo com o avanço do capital dentro de um contexto histórico de crises, como a de 2008, onde estas crises afetam o capital e consequentemente, gerando uma crise estrutural com características negativas a longo prazo. Ela nos mostra que a crise mundial das economias capitalistas ocidentais leva a uma violenta redução dos ideais universalistas e igualitários na área dos direitos sociais, sendo estes substituídos pela exigência da focalização em populações vulneráveis e de risco social, conforme difundido pelas agências mundiais de financiamento.

O artigo ainda nos mostra que a despolitização das demandas sociais em direção à culpabilização dos indivíduos foi um dos principais triunfos do neoliberalismo, tanto mundialmente, como quando estava forte no Brasil, na década de 90 e no cenário do atual governo.

Na leitura do artigo é possível analisar e perceber na contemporaneidade, que o sistema capitalista está fortalecido na sociedade brasileira. O ideário neoliberal ganha espaço no imaginário social, como um valor instituído, como a única alternativa

de garantia da liberdade e da democracia. Esta situação é amplamente apoiada pela mídia, que incentiva fortemente a abertura dos mercados e principalmente sua auto- regulação, descaracterizando a função do Estado como um órgão que deve intervir na economia.

A autora trás o contexto de crises, nos seus refexos na América latina e no Brasil, citando os profissionais do Serviço Social, que já atuam com diversas expressões da questão social, aonde estes têm que reforçar ainda mais o seu papel de politizar e dar visibilidade às lutas e aos interesses da classe que vive do trabalho. Portanto, a nossa categoria precisa fazer a introdução do tema em todos os círculos de debates, e, em especial junto aos usuários destas Políticas, pois, uma vez eles reconhecendo sua condição de sujeito de direitos, poderão lutar pela defesa e garantia dos mesmos, bem como, por estratégias de acesso à eles, neste caso, a execução de políticas sociais de qualidade e universalizadas.