O Panamericano
Resenha: O Panamericano. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: cfreimut • 29/9/2013 • Resenha • 373 Palavras (2 Páginas) • 344 Visualizações
O Panamericano vendia carteiras de crédito para outros bancos, mas não dava baixa no balanço. A principal farsa no Panamericano consistia em inflar o balanço com ativos que não existiam. Emprestava muito a pessoas das classes C e D, e com esses empréstimos, montava grandes carteiras que depois eram vendidas a outros bancos, com desconto. Só que, mesmo vendidas, essas carteiras continuavam no balanço. O BC descobriu que a contabilidade do Panamericano era maquiada e escondia perdas que chegaram a R$ 4,3 bilhões.
Como o banco não levantava os recursos para empréstimos por meio dos depósitos feitos por correntistas, ele vendia parte de suas carteiras, que são como um “pacote” de empréstimos que têm um prazo para ser totalmente devolvido. A manutenção desses ativos na carteira gerava receitas extras, além da própria receita obtida com a venda da carteira. Portanto, o balanço trazia ativos e receitas a mais.
A Deloitte, empresa que fazia auditoria do Panamericano, emitiu parecer sem ressalva referente às demonstrações financeiras de 30/06/2010. Com isso, chancelou como real e confiável uma peça que depois se revelou fraudulenta.
Nos relatórios, o BC afirma que o auditor independente deve fazer a confirmação dos valores das contas a receber e a pagar, por meio da comunicação direta com os terceiros envolvidos, quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações.
Mas, segundo o BC, a Deloitte não executou o referido procedimento, uma vez que não enviou correspondências solicitando a confirmação detalhada de saldo aos cessionários (bancos) com os quais o Panamericano detinha responsabilidade significativa em relação ao total das coobrigações por cessão (operações).
De acordo com os relatórios do BC, em vez de procurar diretamente os bancos que compraram as carteiras do Panamericano, a empresa de auditoria pediu ao próprio Panamericano que mandasse cartas ao Bradesco e ao Itaú Unibanco pedindo informações. As respostas foram entregues diretamente à Deloitte, mas não consta item específico acerca das coobrigações por cessão de crédito.
O Banco Central suspeita que esta prática foi usada para melhorar os bônus dos executivos e pode estar ocorrendo desde 2006. Esta fraude também foi feita com o objetivo de fazer com que o público acreditasse que o banco tinha créditos bons e em grande volume para receber.
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