TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O SERVIÇO SOCIAL NAS DÉCADAS DE 1950 E 1960: TENDÊNCIAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS

Por:   •  22/2/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.276 Palavras (6 Páginas)  •  1.296 Visualizações

Página 1 de 6

O SERVIÇO SOCIAL NAS DÉCADAS DE 1950 E 1960:

TENDÊNCIAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS

Maria Jayne Batista da Silva

Resumo: Este trabalho propõe uma breve abordagem a respeito dos acontecimentos e tendências téorico-metodologicas no Serviço Social nas décadas de 1950 e 1960. O que foi e como foi o Movimento de Reconceituação e as contribuições dos congressos, desde Araxá em Minas Gerais, para as mudanças no Serviço Social no pós-Guerra com a entrada da teoria crítica. Mudanças essas que influenciam o trabalho do Assistente Social até os dias atuais.

Palavras-chave: Serviço Social; Araxá; Desenvolvimento de Comunidade; Movimento de Reconceituação; Desenvolvimentismo.

___________________________________________________________

1Discente de Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas-UFAM, email: mjaynesilva@gmail.com

1. Introdução 

A modernização e os avanços tecnológicos cresciam em 1950, deixando os brasileiros em êxtase e o pais devendo. A emergência do Serviço Social enquanto profissão se dá a partir desse engavetamento de dívidas e o reconhecimento da classe trabalhadora por seus direitos.  

        Nessa tentativa do sistema capitalista de “conter o povo” o Serviço Social foi conquistando o seu espaço, na tentativa de organizar e o controlar a classe trabalhadora., a princípio as ações propostas para o Serviço Social foram bastante delimitadas, a partir da formação e profissionalização e dos estudos de caso que levaram a implementação à interversão social, o Serviço Social deverá assumir um posicionamento.

        A década de 1960 é um período muito importante por ser nomeado no Serviço Social de período de revisão das bases que sustentam a profissão, é o período chamado de “Reconceituação do Serviço Social”. Nessa mesma década o Brasil passa por uma de ditadura militar, nesse período foram realizados dois seminários de teorização do Serviço Social, o Seminário de Araxá em Minas Gerais e o Seminário de Teresópolis no Rio de Janeiro. É no governo se JK, marcado pelo desenvolvimentismo.

2. Serviço Social de 1950 e 1960

          As décadas de 1950 e 1960, foi um período de grandes mudanças para o Serviço Social, tanto na estrutura profissional, como no perfil do assistente social.

         Sob forte influência norte-americana no Serviço Social, podemos constatar a emergência do profissional no Brasil. O efeito da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) sobre a economia, exigiu e preocupou o sistema capitalista, na tentativa de retomar a economia, a Organização das Nações Unidas (ONU) cria a Comissão Econômica para América Latina (CEPAL, criada em 1948, mas o seu auge foi nos anos 50). A CEPAL, com planejamento e organização, surge como deliberação natural aos problemas de diversos setores de distribuição de renda da comunidade periférica.

Também na década de 1950, em 1953 iniciou-se a discursão em torno da criação do Serviço Social Rural, em seminário realizado pela ONU na Universidade Rural Do Brasil, o “Seminário De Bem-Estar Social”. Criado em 1955 (Lei 2.631 de 23/09/1955), mas sendo discutido desde 1950, o Serviço Social Rural se organiza no decorrer do tempo e, a partir de 1959 começam suas atuações. Sua presença será marcante a partir de 1960.

O trabalho com o povo da zona rural era no sentido de integrá-lo ao sistema, pois como um setor “disfuncional”, coloca em risco a harmonia e o equilíbrio da sociedade. [...] esta preocupação está presente no governo Vargas, no sentido de superar os “setores atrasados”. (AGUIAR, 2011, p.102)

É na década de 1960, durante o Governo JK, que tem como característica o desenvolvimentismo, que o Serviço Social com o Desenvolvimento de Comunidade (DC) vai contribuir como sustentação do modelo capitalista.

Quanto ao surgimento e à evolução do “Desenvolvimento de Comunidade” no Serviço Social, o Documento de Araxá a divide em 4 fases: a) experiências de Organização de Comunidade em moldes norte-americanos; b) experiências isoladas voltadas apenas para melhoria imediata das condições de vida; c) reconhecimento de atender as problemáticas estruturais; d) participação popular no processo de desenvolvimento através de programas vinculados com o governo. (AGUIAR, 2011, p.92)

A partir daí começa o processo de reconceituação das bases do Serviço Social. Entra no Serviço Social o materialismo histórico e estabelece um novo olhar na categoria e, consequentemente, uma nova prática dada a partir do fundamento da teoria de classes sociais. A classe dos proprietários dos meios de produção e a classe proletariada que contém a força de trabalho. Esse modelo de mediação vai dar margem para a nova configuração do Serviço Social nomeada de Reconceituação do Serviço Social.  

Shellen Galdino diz que é de grande importância pensar que o Processo de Reconceituação é reflexo de uma conjuntura que vai requerer do Serviço Social mudanças teóricas e formativas em seu interior. No Brasil, não passamos pelo Processo de Reconceituação e, sim por um processo de Renovação. O Movimento de Reconceituação no Brasil, se dá a partir das condições históricas, sociais, culturais e econômicas entre 1965 e 1985, ápice e decadência da autocracia burguesa. O processo de Reconceituação foi um processo plural marcado por três tendências principais: modernização conservadora, a reatualização do conservadorismo e a intensão de ruptura. O processo de Reconceituação do Serviço Social no Brasil não foi um processo crítico foi um processo hegemonicamente conservador. (GALDINO, 2018)

...

Baixar como (para membros premium)  txt (8.3 Kb)   pdf (74.5 Kb)   docx (13.6 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com