O Serviço Social e Educação
Por: Camila Carvalho • 20/6/2022 • Trabalho acadêmico • 1.478 Palavras (6 Páginas) • 144 Visualizações
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA – CATÓLICA EAD
Disciplina: SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO
Professora: Moema Bragança Bittencourt
Estudante: Camila Manholer Carvalho
Matrícula: uc19427532
Os documentos analisados fazem parte do fundamento base para pensar o trabalho do assistente social e é muito importante para quem pretende atuar na área de educação, pois mostra o que é necessário saber sobre a política de educação, suas contradições e os tensionamentos que iremos enfrentar e regular, pois ele fornece elementos concretos de como agir, com o que se preocupar e como se posicionar, como resultado de várias discussões, reflexões, assessorias técnicas, coleta de dados e informações de assistentes sociais e psicólogos de vários estados.
Pensar o trabalho social na educação é pensar para além do trabalho no espaço escolar, pois temos um papel educativo dentro da lógica de educação popular e de formação dos usuários que são atendidos.
O terreno da educação é importante para de constituir um complexo ideológico e formar os futuros trabalhadores, os futuros cidadãos, alinhados aos interesses da classe dominante, por isso temos que ter cuidado ao trabalhar no espaço escolar porque tudo é produzido para garantir esse conceito da prática social do consenso, que busca internalizar naqueles que são educados, todo um conjunto de valores desse sistema metabólico do capital e nosso desafio é quebrar essa compreensão de educação plasmada nos interesses da burguesia e criar outras alternativas de processos educativos e emancipatórios dentro do nosso trabalho profissional.
No papel do Estado a política social surge para o enfrentamento das expressões da questão social, então a política da educação, que é uma política social, também vai surgir para atenuar as expressões da questão social que se materializam no espaço escolar. Se a política social é uma resposta do Estado para atuar junto as expressões da questão social, a política de educação é uma resposta do Estado para atuar junto às expressões da questão social que ocorrem no espaço onde a educação se materializa.
A política de educação é a prática social que mais se dissemina os valores hegemônicos da sociedade capitalista, é lá que vai ensinar como temos que nos vestir, ajeitar o cabelo, a falar baixo, a aprender determinados conhecimentos que são mais interessantes pro capital. A própria reforma do ensino médio quando coloca a classe trabalhadora para não ter mais ciências humanas e sociais, por exemplo, é porque não quer uma classe que reflita, que questione. No momento que se escolhe as matérias, que se formam os professores, que se cria aquela lógica formal de ordem e progresso, com cadeiras enfileiradas, é a construção de uma forma de adestramento, mas isso não quer dizer que não possamos romper e criar outras alternativas.
Iamamoto diz que com a mesma ação que garantimos as condições para o trabalhador ser explorado, também podemos garantir condições para formar político pedagogicamente e fortalecer a organização desses trabalhadores, o que na política de educação não vai ser diferente, pois já surgimos dentro dessa contradição dada nossa condição de assalariamento, então sempre terá um tensionamento entre as requisições institucionais e as competências profissionais e é por isso que temos que estar munidos de muito conhecimento e ter muito domínio, não só das legislações mas de todo arcabouço ético político da profissão, para podermos negociar, dialogar e impor as nossas competências profissionais. Temos que ter maturidade intelectual e técnico-profissional suficiente para entender essas contradições e criar brechas para superá-las, não superar a ordem do capital, mas de minimamente garantir, via política social, os direitos sociais para a classe trabalhadora.
Se entendermos a política social não como fim último, mas como um meio para garantir direitos e fortalecer a cidadania, estaremos fazendo um bom trabalho.
Não temos como pensar competências e atribuições sem pensar em código de ética, lei de regulamentação e diretrizes curriculares, e como isso impacta no trabalho do assistente social na política de educação, pois a matéria prima será as expressões da questão social que se materializam no espaço escolar e que impactam no processo de acesso e permanência na educação, então o conjunto de desigualdades que dificultam o acesso à educação e comprometem a permanência do estudante na educação são os espaços de atuação, onde o assistente social irá intervir.
As estratégias e reflexões que a brochura nos traz não é pensando na visão ingênua de acreditar que via política social iremos construir práticas emancipatórias, mas teremos como fundamentos as práticas emancipatórias para pensar ações que garantam direitos sociais. Tendo como direção a emancipação, poderemos criar práticas que garantam direitos sociais.
Temos que entender que os princípios que estão no código de ética, da liberdade, com valor ético central, da justiça social, da cidadania, da defesa intransigente dos direitos humanos, têm que estar como filtro para pensar qualquer coisa que façamos na educação.
A brochura reflete e entende as contradições, as precarizações, as fragilidades de vinculo e isso impacta consideravelmente no nosso trabalho, por isso devemos pensar alternativas e estratégias dentro dessa realidade concreta.
Não podemos desvincular a ampliação do assistente social nos espaços da educação a esse conjunto de desigualdades que vieram junto com a inserção da classe trabalhadora.
O acesso ao ensino superior não era dado a classe trabalhadora e todas as políticas como ProUni e cotas que foram sendo ampliadas e construídas, ampliou o acesso da classe trabalhadora ao ensino superior.
A ampliação da inserção da classe trabalhadora exigiu a criação de um conjunto de programas e projetos dentro da política de educação que garantissem a permanência dessa classe na educação e por isso ampliou-se tanto a atuação do assistente social na educação, que foi fruto da organização e pressão de movimentos sociais e da classe trabalhadora para garantir o acesso à educação.
O grande foco de atuação do assistente social e a justificativa da sua ampliação vai ser executar, planejar e gerir esses programas e projetos que irão garantir o acesso e a permanência dos estudantes na educação formal, que é basicamente assistência estudantil, no entanto nós temos duas outras grandes ações que é o de gestão democrática dentro da educação e o da garantia da qualidade da educação, tudo isso, tendo como foco o acesso e ampliação dos direitos sociais, atuando não só no caráter individual, mas no caráter coletivo, administrativo-organizacional, investigativo, de articulação e de formação e capacitação profissional.
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