Os Fundamentos e Politica Social
Por: Favanci • 11/4/2015 • Trabalho acadêmico • 2.491 Palavras (10 Páginas) • 181 Visualizações
Questões Sociais
A criação de Serviço Social surge para atender as necessidades da burguesia crescente da Inglaterra e dos Estados Unidos, para resolver os problemas com a classe proletária. Já no fim do século XIX com a decadência da sociedade feudal e o surgimento desta nova classe de operários, começa a surgir às primeiras legislações com leis de proteção à classe de trabalhadores. Na década de 1920 ocorrem à ascensão de novas classes sociais, os assalariados, que eram frutos da exploração da força de trabalho; nesta época os trabalhadores começam a se organizar com movimentos operários, e conseguem com isso importantes espaços políticos, reconhecendo direitos de cidadania política e sociais mais amplos. Em meio a todo esse processo as diferenças econômicas foram ficando cada vez mais gritantes entre a população de todos os países, cada vez mais se discutia a favor da igualdade, foram sendo criado no decorrer desse conflito todo medidas de proteção social para tentar aliviar os problemas dessa classe. No Brasil, o Serviço Social começa sua caminhada na década de 1930 com a iniciativa de vários setores da burguesia com fortes laços com a Igreja Católica, tendo como referência o Serviço Social da Europa, mas que fique claro que o nosso Serviço Social trabalhou dentro do quadro histórico que marcava aquele momento. A acumulação capitalista deixava de se fazer através das atividades agrárias e de exportação centrando-se no amadurecimento do mercado de trabalho, na indústria nacional e na vinculação da economia do mercado mundial. Os acontecimentos sociais da década de 1930 exigiam uma rápida mudança no quadro político, social e econômico. A burguesia fracassou em parar o movimento operário e por isso precisava meios mais sólidos para combater as contradições sociais.
O Serviço Social no Brasil no campo da teoria social tiveram como meta o pensamento social da Igreja Católica e o pensamento conservador, principalmente da sociologia norte-americana. Receberam influência das Encíclicas Papais pela escola Franco-Belga e do pensamento de São Tomás de Aquino (século XII), Jacques Maritain da França e de Cardel Marcier da Bélgica (Neotomismo), essas teorias vão dando a profissão uma idéia de apostolado fundado em uma abordagem da questão social como problema moral e religioso e dando a entender que a formação da família e do indivíduo é que deve ser priorizado com atendimento as suas necessidades materiais, morais e sociais. O Serviço Social age na integração de seus clientes a sociedade capitalista monopolista. Para atender todas as necessidades que a profissão exigia neste momento os profissionais de Serviço Social tiveram que ir atrás de maior qualificação e sistematização de seu espaço sócio ocupacional priorizando responder as necessidades do Estado e a implementação das políticas sociais. A abordagem Durkeimiana do sistema de trabalho, a teorização sobre o normal e o patológico e sua relação com os pensamentos católicos integraram as bases teóricas do Serviço Social numa ótica restauradora e moralista. Com o início das ciências sociais se consolida a Sociologia. Com as elaborações de Mary Richmond, designa ao exercício do assistente social a noção de uma ciência social sintética aplicada. Atribui-se ao Serviço Social o caráter de uma profissão interventiva, que necessita dar respostas práticas para as contradições sociais. A partir de 1950 o profissional passa a ter uma postura um pouco mais progressista buscando a modernização do Serviço Social, indo de encontro com os acontecimentos no Brasil que se aventuravam no desenvolvimento e apostava no capitalismo industrial. Neste momento ocorre desdobramento de alguns setores populares que preocupavam os poderes da sociedade brasileira e o Serviço Social passa a ser um agente importante para o enfrentamento da questão social e amplia seu campo de intervenção.
Com a ditadura militar temos o início do movimento de reconceituação com os encontros de Araxá, de Teresópolis, Sumaré e Alto da Boa vista que marcou esse período possibilitando os Assistentes Sociais questionar a natureza da profissão. Em meio a todo esse processo, se aproximaram de perspectiva críticas, de movimentos sociais, de alguns grupos de esquerda das faculdades, questionando o tradicionalismo. Em 1980 se inicia o processo de ruptura com o tradicional, e a partir desse processo começa a se inserir com mais facilidade nos espaços acadêmicos e a interagir com os profissionais de diversas áreas dando a origem com a integração dos processos investigativos do assistente social. Começa aí a inserção dos assistentes sociais no debate acadêmico, a aproximação com a teoria social crítica a ser cada vez mais presente na discussão teórica da profissão.
A Constituição Federal foi fundamental para o processo de reconhecimento da assistência social como política social que junto com as políticas de saúde e de previdência social compõem o sistema de seguridade social brasileira. Entende-se por política social, as formas de intervenção e regulamentação do Estado nas expressões da questão social, com perspectiva de problematizar as demandas e necessidades dos cidadãos para que ganhem visibilidade e reconhecimento público. A política social é fundamental para o bem estar dos cidadãos, além de se constituir em objeto de reivindicação dos mais diferentes movimentos sociais e sindicais, conclui-se que política e política social representam atuações do poder político visando o bem estar da população. O assistente social através de tantas lutas garantiu que os cidadãos tivessem direito garantido, lutando para conseguir sua cidadania, baseando valores de dignidade e justiça, permitindo o exercício de democracia. Estão sempre buscando meios para uma intervenção qualificada e satisfatória para poderem agir em favor do usuário. O Serviço Social defende que todo usuário deveria ter conhecimento da política social para poder exigir seus direitos. Politizar é entender como a sociedade está organizada, entender as questões, as estratégias do governo, os seguimentos e estruturas do contexto político de uma sociedade. Os Assistentes Sociais devem agir como instrutores levando esse conhecimento ao máximo de usuários possível e assim os ajudar, a conhecer quais as possibilidades de conseguir o que se almeja.
Para o Assistente Social tal conhecimento é importantíssimo para que o movimento prático das resoluções dos problemas ou a busca de se garantir os direitos do usuário sejam garantidos. É bom que se saiba que as políticas sociais podem ser de âmbito Municipal, Estadual ou Federal, sendo todas imprescindíveis para o bem estar do cidadão. Apesar de as políticas públicas terem sido amplamente discutidas pelos
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