Portfolio Semestre do Serviço Social
Por: Taynara Uchoa • 3/10/2019 • Seminário • 2.114 Palavras (9 Páginas) • 642 Visualizações
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
2 DESENVOLVIMENTO ................................................................................ 5
3 CONCLUSÃO ........................................................................................... 10
4 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 11
INTRODUÇÃO
Entender o modelo de produção que se estabeleceu no sistema econômico vigente da contemporaneidade, cujo o nome já define qual seu objetivo, o capital, é poder descobrir as estruturas que sustentam a base do estilo de vida da sociedade atual.
Na transição da Idade Média para a Idade Moderna, a humanidade vê o estabelecimento de uma nova classe social, a burguesia, tomar a dianteira da história e definindo o seus padrões ideológicos, difundi-os, popularizando-os e os tornando tão comuns que se infiltraram na percepção das massas populares como a forma comum de exploração dos recursos naturais e humanos do planeta.
O sistema que provocou essa potente transformação no mundo recebeu o nome de Capitalismo, e pode ser resumido como uma ideologia econômica e social cujo um dos princípios basilares é a propriedade privada, e a absoluta liberdade de atuação do comércio e da indústria, com o objetivo de gerar lucro, onde tudo pode se transformar em mercadoria (COMPARATO, 2011).
Um dos mais importantes momentos da história do capitalismo foi o processo da mecanização da fabricação das mercadorias, eclodindo na considerada Revolução Industrial por volta do século XVIII na Europa. Momento que determinou a transição do capitalismo mercantil para o capitalismo industrial.
As consequências da Revolução Industrial foram diversas e em inúmeros ramos, indo da transformação das relações de trabalho, como a um grande impacto nos recursos naturais do planeta, que passaram a ser explorados em larga escala, conforme Oliveira (2004) destaca.
O padrão de exploração dos bens naturais do mundo estipulado pelo modelo econômico visando o lucro máximo no mais abreviado espaço de tempo, gerou um desgaste das reservas naturais do planeta e provocou crises ambientais, sociais e econômicas em diversas regiões do globo.
Esse esgotamento ambiental provocado pelo parâmetro capitalista de produção industrial de bens de consumo, que gerou um impacto real com bruscas transformações nos recursos naturais do mundo, alterando a estrutura de ecossistemas inteiros, modificando o clima global, e suscitando como consequência inúmeras tragédias ambientais, provoca a preocupação a respeito do processo de manutenção desse modelo de exploração estimulado pelo capitalismo e das suas consequências para gerações futuras.
É neste contexto que surge o conceito de desenvolvimento sustentável, tema deste de trabalho sobre o qual nos debruçaremos, buscando definir este conceito, entendê-lo e na tentativa de traçar relações entre o que propõem os defensores do desenvolvimento sustentável e quais as incompatibilidades que este conceito tem com o atual modo de produção capitalista, vislumbrando nos desastres ambientais uma consequência direta desse modelo produtivo, e de como podem atuar os profissionais da Assistência Social nestes casos.
2 DESENVOLVIMENTO
Um dos pontos iniciais que precisam ser destacados é o conceito de desenvolvimento sustentável. O conceito surge a partir de relatórios de encontros mundiais para tratar a questão dos modelos de produção de bens e do impulso desenfreado desencadeado pelo ideal de crescimento econômico acelerado.
Conforme descreve Decinino (s.d.):
A ideia de desenvolvimento sustentável surgiu a partir do conceito de ecodesenvolvimento, proposto durante a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas, desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta para atender as futuras gerações. Portanto, é o desenvolvimento que não esgota os recursos, tornando-os perenemente disponíveis, se possível. (DECININO, s.d., n.p.)
É neste contexto que brota a estrutura conceitual de desenvolvimento sustentável que estabelece seus três pontos fundamentais, que se calcam na premissa do planejamento a longo prazo do manejo dos recursos naturais.
São eles, conforme Decinino (s.d.) delimita: a) desenvolvimento econômico: que determina uma plena capacidade produtiva de uma nação baseada na sua competência de gerar riquezas e manter seus ganhos; b) desenvolvimento social: diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social visa a qualidade de vida dos cidadãos que compõem uma sociedade que tem como imperativo a equanimidade dos serviços que oferece a população; c) proteção ambiental: um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento sustentável é a compreensão dos recursos naturais como limitados e esgotáveis, que precisam de uso equilibrado, com vistas às consequências a longo prazo, objetivando sempre a proteção do meio ambiente.
Uma percepção notória é do quanto o conceito de desenvolvimento sustentável parece destoar da prática capitalista de exploração dos bens naturais. A exploração desenfreada da natureza, aos modos do industrialismo do capital, tem gerado inúmeras consequências e, entre tantas, uma das mais graves são os desastres ambientais.
O capitalismo e os desastres ambientais estão profundamente interligados, conforme Rodrigues e Souza (2012) pontuam:
Em linhas gerais, a degradação ambiental está diretamente ligada aos imperativos do capitalismo, pois é na acumulação capitalista que se encontra a força motriz da devastação e expropriação de todas as forças naturais e vivas. Lembrando que na sociedade capitalista a natureza não é mais reconhecida como um poder, mas como um objeto de consumo ou meio de produção, do qual o homem não se reconhece no processo de produção, esta realidade é decorrente do processo de alienação. (RODRIGUES; SOUZA, 2012, n.p.)
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