Portfólio Serviço Social
Por: alcidespedagogo • 24/10/2016 • Trabalho acadêmico • 2.559 Palavras (11 Páginas) • 3.118 Visualizações
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
3 CONSIDERAÇÔES FINAIS 9
REFERÊNCIAS 10
INTRODUÇÃO
O Brasil não presenciava desde a década de 90, uma enorme mobilização popular. A falta de qualidade nos serviços públicos e os frequentes escândalos no cenário político do Brasil foram o pano de fundo para uma generalizada insatisfação popular. O protesto contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo que poderia ser apenas um fato isolado, foi o estopim para uma onda de manifestações que se espalhou por todo país.
Ficou bem claro que os discursos bem arrumados de sempre não estavam mais funcionando. Dizer que revogar o aumento dos transportes obrigará à redução de investimentos em outras áreas, como que culpando a própria população pela queda futura da qualidade dos serviços que elas reivindicam, gerou mais indignação. É o que podemos denominar de fenômeno de culpabilização da vítima, esse por sua vez, é frequentemente agravado pela chamada “ditadura da urgência”. Onde a falta de investimentos na infraestrutura de consumo coletivo leva grande parcelas da população a viver num estado de emergência quase que permanente. Uma prática que permite esconder o mau funcionamento dos serviços públicos e o descompromisso dos governos (VALLA et al., 1993).
Os políticos e governantes foram obrigados a ouvir que os cidadãos não suportam mais a corrupção, o descaso com o dinheiro público, as decisões que não levam em conta as prioridades da população. Ficou mais do que claro que as pessoas não estão tão cegas quanto o silêncio geral fazia crer. O povo na rua estava insatisfeito e queria que fosse garantido os direitos para as minorias, da reforma política, do esclarecimento de gastos na Copa e nas Olimpíadas, do investimento em saúde, educação e transporte. Essa multiplicidade de bandeiras é a grande diferença dos protestos que aconteceram recentemente no país.
Toda uma geração, que tinha o rótulo de alienada, acordou, saiu dos computadores, e foi para as ruas. Mais do que isso, passaram a se informar sobre temas que antes não passavam pela sua área de interesse, apesar de afetarem diretamente as suas vidas e as de suas famílias.
Vejamos a seguir que características essas manifestações tomaram? O que estar por trás do aumento de passagem de ônibus? Quais os resultados a curto prazo as reivindicações tiveram?
DESENVOLVIMENTO
A onda de manifestações que se espalhou pelo Brasil em 2013, nos trouxe à memória outros momentos históricos de mobilização popular, como a “Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade”, em 1960; a campanha das Diretas Já, em 1984; e os caras pintadas indo às ruas pedir o impeachment de Fernando Collor, em 1992.
Na década de 1960, o conturbado contexto político também gerou manifestações nas ruas. Durante o governo de João Goulart, havia uma intensa polarização política no Brasil entre os que apoiavam seu mandato de presidente e os que lutavam por sua saída. O estopim para o fim de seu governo ocorreu no mês de março de 1964. Após a realização de um comício na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, onde aproximadamente 150 mil pessoas escutavam o presidente e seus apoiadores a defender as Reformas de Base, as forças políticas ligadas aos setores conservadores da sociedade iniciaram uma série de manifestações contra o presidente.
Essas manifestações eram denominadas como “Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade” e levaram às ruas centenas de milhares de pessoas que se opunham ao pretenso comunismo de João Goulart. Na verdade, elas opunham-se às reformas que poderiam ter subtraído parte do poder econômico das classes dominantes do país. Essas marchas foram o argumento necessário aos militares para derrubarem o presidente, afirmando ter apoio popular para isso. Esse é um exemplo de uma manifestação que contribuiu para que a participação política fosse restrita, abrindo caminho para uma ditadura militar.
“Diretas Já!”, iniciada a partir de 1983. O objetivo do movimento era a aprovação de uma lei que possibilitasse a eleição direta para Presidente da República. O país ainda vivia os últimos anos da ditadura civil-militar, o que não impediu que milhares de pessoas saíssem às ruas para participar de comícios e exigir a abertura democrática, depois de anos de controle político por parte das Forças Armadas. Apesar da pressão, a lei não foi aprovada e o presidente posterior foi ainda eleito de forma indireta pelo Colégio Eleitoral. Apesar dessa derrota, um novo cenário político abriu-se ao país, com uma maior liberdade de participação política.
Em 1992, grandes manifestações ocorreram nas ruas do Brasil pedindo o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Frente aos fortes indícios de corrupção em seu governo, a juventude conhecida pedia a saída do presidente, que havia sido o primeiro eleito por voto direto após o fim da ditadura civil-militar. Esses jovens ficaram conhecidos como “Caras Pintadas”, pelo fato de pintarem em seus rostos pequenas faixas com as cores da bandeira do Brasil. Após forte pressão popular, Collor pediu a renúncia do cargo, assumindo em seu lugar o vice-presidente Itamar Franco. Em todos esses momentos, foi a juventude que se mobilizou para formar as fileiras. O que há de mais atípico, é que pela primeira vez, não há líderes – ou estes fazem questão de não se destacar.
As principais diferenças entre os movimentos ocorridos nos anos 60, 80 e 90 com os protestos atuais, são as seguintes características: A multiplicidade de bandeiras, a intolerância partidária e a falta de liderança clara, além do regime democrático que favorece o diálogo.
Diferente dos protestos realizados no regime da ditadura que o cunho político sempre esteve presente como grande articulador dos movimentos sociais. Nos dias atuais, um dos pontos positivos é a autonomia em relação aos partidos políticos e ao Estado. A seriedade e a consequência com que são assumidas as reivindicações, concebidas não como jogo de cena para atingir outros objetivos, mas como algo que se deve perseguir com determinação e coragem. A perspectiva de “ir para as ruas”, fazer das ruas, das manifestações nas ruas, um fator de pressão e de poder é, portanto, o que houve de mais característico nas manifestações.
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