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Resumo capitulo 1 Ecomonia Política

Por:   •  6/6/2015  •  Resenha  •  2.593 Palavras (11 Páginas)  •  709 Visualizações

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RESUMO DO LIVRO: ECONOMIA POLÍTICA- UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA

A Economia Política aborda questões ligadas diretamente a interesses econômicos e sociais. Suas teses e conclusões estão sempre conectadas a interesses de grupos e classes sociais.

- A Economia Política Clássica

A Economia Política passou a ser reconhecida como corpo teórico apenas nos 20 anos iniciais do século XIX, o que não significa que ela só se constituiu com tal na entrada desse século.

Ao longo dos séculos XVII e XVIII, acumulou-se conhecimentos que estruturariam a Economia Política. Isso se deu, como resultado da contribuição de pensadores como Petty, na Inglaterra e Boisguillebert, na França. A Economia Política Clássica começa com esses pensadores, e vai de meados do século XVIII aos inícios do XIX, e termina com Ricardo, na Inglaterra e Sismondi, na França.

A teoria da Economia Política, em Smith e Ricardo( maiores representantes da economia política clássica), apresenta duas características centrais:

  1. Se refere à natureza dessa teoria: centrando a sua atenção nas questões relativas ao trabalho, ao valor e ao dinheiro, interessava à Economia Política compreender o conjunto das relações sociais que estava surgindo na crise do Antigo Regime(feudalismo)- e naquelas questões se explicitavam as transformações em curso na sociedade. Os clássicos da Economia Política almejavam compreender o modo de funcionamento da sociedade que estava nascendo nas entranhas do mundo feudal; por isso, ‘Ela’ se erguia como fundante da teoria social, um elenco articulado de ideias que buscava oferecer uma visão do conjunto da vida social.
  2. Relaciona-se a o modo como seus autores trataram as principais categorias e instituições econômicas (dinheiro, capital, lucro, salário, mercado, propriedade privada, etc): eles as entenderam como categorias e instituições naturais que, uma vez descobertas pela razão humana e instauradas na vida social, permaneceriam eternas e invariáveis na sua estrutura fundamental.

Em resumidas contas, a Economia Política clássica expressou o ideário da burguesia no período em que esta classe estava na vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo revolucionário que destruiu o Antigo Regime. Lukács considerou-a a “maior e mais típica ciência nova da sociedade burguesa”.

- A crise da Economia Política clássica

Entre os anos 20 e 40 do século XIX desenha-se a crise e a dissolução da economia Política clássica. Nessas décadas, altera-se a relação da burguesia com a cultura ilustrada de que se valera no seu período revolucionário, o chamado Programa da Modernidade.

A cultura ilustrada condensa um projeto de emancipação humana, resumido na célebre consigna liberdade, igualdade, fraternidade. Entretanto, a emancipação possível sob o regime burguês não é a humana, mas somente a emancipação política. A liberdade jurídica esbarrou sempre num limite absoluto que é próprio do regime burguês: nesse, a igualdade jurídica nunca pode se traduzir em igualdade econômico-social – e, sem esta, a emancipação humana é impossível.

Portanto, a Revolução Burguesa, conduziu a uma ordem social muito mais livre que a anterior, mas que continha limites insuperáveis à emancipação humana, devendo-se ao fato de a revolução resultar numa nova dominação de classe – o domínio de classe da burguesia.

Instaurando o seu domínio de classe, a burguesia renuncia aos seus ideais emancipadores e converte-se numa classe cujo interesse central é a conservação do regime que estabeleceu, convertendo-se em classe conservadora.

O movimento das classes sociais, entre as décadas de 20 e 40 do séc. XIX, mostra um novo cenário de confrontos: entre a burguesia conservadora e o proletariado revolucionário.

Em 1848, a burguesia abandona os principais valores da cultura ilustrada e ingressa no ciclo da sua decadência ideológica; a herança ilustrada passa às mãos do proletariado, que se situa como sujeito revolucionário.

É  nesse contexto que se compreende a crise da Economia Política clássica, ocasionada pela conversão da burguesia em classe conservadora. Na medida em que expressa os ideais da burguesia revolucionária, a Economia Política clássica torna-se incompatível com os interesses da burguesia conservadora.

Uma observação para indicar a incompatibilidade da economia Política clássica com os interesses da burguesia convertida em classe dominante e conservadora trata-se do modo como aquela enfrentou o problema da riqueza social: para os clássicos, o valor é produto do trabalho. A teoria clássica do valor-trabalho que fora uma arma da burguesia na crítica ao Antigo Regime, torna-se agora uma crítica ao regime burguês: nas mãos de pensadores vinculados ao proletariado, a teoria do valor-trabalho serve para investigar e demonstrar o caráter explorador do capital em face do trabalho. Os clássicos puderam desenvolver a teoria do valor-trabalho porque pesquisavam a vida social e econômica a partir da produção dos bens materiais, e não da sua distribuição.

O que resulta da dissolução da economia Política clássica são duas linhas de desenvolvimento teórico: a investigação conduzida por pensadores vinculados à ordem burguesa ( onde, a antiga expressão é substituída por Economia) e a investigação realizada por pensadores vinculados ao proletariado (com Marx à frente, se referindo à antiga expressão como crítica da Economia Política).

A Economia vai se desenvolver no sentido de uma disciplina científica especializada. Analisa, preferencialmente, os fenômenos da circulação, privilegiando o estudo da distribuição dos bens produzidos entre os agente econômicos.

- A crítica da Economia Política

Karl Marx, de 1844 até sua morte, dirigiu seus esforços para contribuir na organização do proletariado para que este, rompendo com a dominação de classe da burguesia, realizasse a emancipação humana.

Ele considerava que a ação revolucionária seria tanto mais eficaz quanto mais estivesse fundada numa teoria social que reproduzisse idealmente o movimento real e objetivo da sociedade capitalista. Na medida em que o sucesso da ação revolucionária da classe operária depende do conhecimento verdadeiro da realidade social, o ponto de vista que se vincula aos interesses do proletariado é exatamente aquele que favorece a elaboração de uma teoria social que dá conta do efetivo movimento da sociedade.

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