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Ribeirão Preto e o Meio Ambiente

Por:   •  24/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.368 Palavras (6 Páginas)  •  133 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

SERVIÇO SOCIAL

ESTUDOS CONTEMPORÂNEOS

RIBEIRÃO PRETO E O MEIO AMBIENTE

LEYLSON SILVA DA PAZ – 830324

MATHEUS ENGLATURES PEREIRA – 831042

PAULO CÉSAR MELLINE STABILE – 830802

Prof.Me: MARCELO BUFFA

        

Ribeirão Preto - SP

2019


 O município de Ribeirão Preto, tem um papel marcante dentro da história do Brasil, quando o café foi o carro forte da economia nacional a cidade emergiu como uma das principais metrópoles do país, seu papel no crescimento econômico foi basilar para sua posição no cenário econômico atual, hoje a cidade conta com uma produção de 147 t de café por ano, uma das médias mais altas do país, entretanto, se por um lado isso traz - numericamente - resultados positivos para a economia, pelo outro é possível notar suas contrapartidas, que por vezes se explicitam através de desgastes ambientais. A economia ribeirão-pretana se mostra hoje mais diversificada, porém o papel da agricultura ainda é estrutural, não à toa a cidade é sede do principal festival do ramo, a Agrishow.

Dentre os desgastes ambientais do município se destacam as poluições hídricas, as queimadas e o mal descarte de lixos/resíduos que trazem inúmeros danos para a saúde da população, além dos problemas advindos de agrotóxicos, que longe de ser um problema estritamente local é fruto de uma política nacional extremamente negligente.

As queimadas, quando o meio ambiente entra em debate acabam recebendo um papel preponderante nas mídias, o destaque aqui está nos canaviais que são de forma frequente destaque por seus notáveis incêndios, suas consequências assim como sua dimensão são, de certa forma, alarmantes, os recorrentes incêndios trazem inúmeros problemas à saúde da população, que são sentidos pelo ar “pesado” e pelo clima seco, que decorrem da ausência de chuva que é impossibilitada consequentemente pela má qualidade do ar, formando assim um efeito dominó. Aliados às queimas, que além de serem resultado de uma “limpeza” de terrenos soma-se as queimadas criminosas que são feitas por simples fim criminoso (em 2017 foram registrados 69 casos), onde o foco são geralmente os canaviais, porém, infelizmente, o problema no que toca a questão do ar não se limita as queimadas vegetais, tendo ainda queima de combustíveis fosseis como grande contribuinte neste quesito onde a qualidade de vida e até mesmo a saúde são postas em cheque.

O desgaste de lixos e resíduos é um tema que não está entre os mais debatidos, em contrapartida é aqui que habita um dos principais danos a natureza, Ribeirão Preto é destaque negativo não somente em relação ao país como também a toda América Latina, o péssimo fim dado aos lixos/resíduo, traz graves impactos ao solo, onde pode provocar rachaduras e até erosões; a agua poluindo-a e destruindo a vida orgânica; a atmosfera com o mau cheiro, com a emissão de gases e, também com a poluição visual (degradação da paisagem geográfica) e aos organismo vivos onde os lixões destroem as microfaunas bacterianas.

A poluição hídrica é um problema de extrema gravidade, pois a água mesmo sendo um recurso natural é limitada, sendo sua disponibilidade utilizada em 70% pela agricultura, 22% pela indústria e 8% pelo consumo humano. Além do alto consumo da água vemos inúmeras doenças causadas pela poluição dos mananciais, como Leptospirose, Cólera, Ascaridíase ou Lombriga. Na cidade de Ribeirão Preto, por exemplo, pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) em conjunto da Universidade de Brasília (UnB) e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) encontraram substâncias tóxicas na água na Lagoa do Saibro uma importante área do aquífero guarani, ainda sem saber ao certo se tais substâncias atingiram a maior reserva de agua doce do mundo, fica o alerta também para o futuro pois além de substâncias altamente tóxicas foram encontrados aparelhos telefônicos e televisores, eletrodomésticos e outros aparelhos, neste ponto não envolve só uma questão ambiental mas sociocultural.
        Políticas sociais que visem meios alternativos para substituir gradativamente a política agrícola atual, além de um maior foco preventivo, onde a pedagogização tenha papel central à população a respeito da preservação do nosso meio social e ambiental, a situação de degradação, como diz Feldman, é desaprovada por todos, de cidadãos à governantes, entretanto todos concordam de certa forma que este é um preço para o progresso, para uma ampliação do bem-estar para uma parcela da população, é este acordo que precisa ser rompido e a ética que o sustenta denunciada e destruída.

O Relatório “Você quer respirar mais veneno” feito pela organização internacional de direitos humanos (HRW) que foi divulgado recentemente, aponta que o uso continuo e excessivo de agrotóxicos pela população brasileira em geral especialmente na Bahia, Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso entre outros, incluindo também comunidades quilombolas, indígenas e até mesmo escolas, a situação é alarmante, e traz consigo, intoxicação aguda as populações locais. O uso desenfreado e abusivo desses agrotóxicos por parte de empresas agrícolas inescrupulosas sacrifica a saúde e bem-estar da população em função do lucro, negligenciando a vida dessas pessoas. No estudo foram entrevistadas 73 pessoas com sintomas dos mais variados como: diarreia, vômito dormência, irritação nos olhos, dores de cabeça constantes, entre outros sintomas. O uso excessivo desses agrotóxicos provoca e causa na população inúmeras doenças, das mais graves e variadas desde: Alergia; Câncer; Depressão; Alzheimer; Má-formação de Feto; Doenças Cardíacas e etc. O relatório reforça ainda a posição contraria da entidade em relação ao projeto de lei a PL 6.299 que foi divulgada recentemente pelo atual Ministro da agricultura Blairo Maggi (PP) que tem inclusive sua constitucionalidade questionada pelo Inca, Fio Cruz, Ministério Público Federal, (MPF), Anvisa, Ibama, entre outras instituições, e visa alterar as questões ligadas aos agrotóxicos no Brasil, questões essas que já são consolidadas pela lei n° 7.802 de 1989, onde o objetivo das propostas expostas na PL é taxar os agrotóxicos como algo puramente “bom” e essencial na produção agrícola geral pelo uso do termo ”defensivos agrícolas”, visando mudar a legislação vigente de modo sistemático e geral com 7 pautas espúrias e criminosas desse projeto onde fica claro que irá beneficiar tão somente empresários do agronegócio nacional para fins de lucro desmedido. Muitos ambientalistas também são extremamente contrários a PL. O relatório ainda faz recomendações aos mais variados órgãos brasileiros Ministério da Agricultura Pecuária e abastecimento, Ministério da Saúde, Ministério do Meio Ambiente, Congresso Nacional, Ministério Públicos Federais e Estaduais e aponta criticamente que no Brasil não tem nenhuma proibição que restringe a pulverização aérea terrestre, fazendo assim com que seja absolutamente legal que um agricultor pulverize sua lavoura ao lado de uma sala de aula.

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