Saúde e trabalho

Luana: Mediante as condições de precariedade das relações trabalhistas as quais o protagonista do filme “O Operário” vivenciou durante anos em uma fábrica cuja trabalhava, as consequências sofridas pelo mesmo foram perversas. Ele teve parte de sua vida “perdida” devido a problemas mentais desenvolvidos no período de labor. Esse cenário tornou-se corriqueiro em nossa sociedade a qual possui uma organização conflituosa em suas relações de poder na medida em que vem sofrendo constantes transformações no mundo do trabalho.

Os efeitos que muitos trabalhadores sofrem por conta dos novos desdobramentos advindos do conhecimento subjetivo do mundo do trabalho comprometem tanto na sua saúde física quanto na mental, implicando em seus aspectos psíquicos e na perca da identidade. As causas influentes decorrentes dessas implicações são observadas nas péssimas condições que possuem os ambientes de trabalho os quais não possuem estrutura física adequada, um amparo psicológico, bem como há uma jornada excessiva.

Lorena: O surgimento do Serviço Social enquanto profissão se referencia também ao momento em que o capitalismo industrial e a expansão urbana mudam o cenário da organização social e trazem à tona as mazelas decorrentes da indústria, urbanização e globalização. Historicamente, passa-se da caridade tradicional levada a efeito por tímidas e pulverizadas iniciativas da classe dominante, nas suas diversas manifestações filantrópicas, para a centralidade e racionalização da atividade assistencial e de prestação de serviços sociais pelo Estado, à medida que se amplia o contingente da classe trabalhadora e sua presença política na sociedade.

Com todas essas mudanças na organização do trabalho, o assistente social teve de se atualizar e estudar sobre as possíveis consequências desse processo, e como isso influencia na expressão da questão social, essas mudanças acontecerem especialmente a partir da reforma psiquiátrica. O assistente social no âmbito da saúde mental tem como principais atribuições: Estimular a comunicação entre usuários, reinserir o paciente na vida em comunidade e com sua família, fazer um plano terapêutico considerando as possibilidades dos usuários, bem como a conquista de novos espaços, utilizando mecanismos que possam garantir a socialização e informação aos usuários. No filme o personagem principal sofre de “confusão” mental relacionada o excesso de trabalho, muda seu comportamento e começa a ter alucinações, o assistente social nesse contexto, teria que trabalhar com atividades individuais e grupais ao perceber a mudança de comportamento do personagem Reznik, além de atendimentos sociais visando entender os motivos pelo qual o personagem vem passando por aquele transtorno, além de encaminhá-lo para um psicólogo/psiquiatra, porém o que se vê no decorrer do filme, é que não se percebeu por parte da empresa um aparato de apoio no psicológico nem tão pouco, emocional, e nem sequer era perceptível uma relação mais próxima interpessoal entre a empresa e o trabalhador, há um questionamento sobre a saúde de Reznik, não tendo em vista a saúde, mas sim o maior desempenho no serviço e mais produtividade. Com o intuito de colocar o operário novamente na linha de produção os profissionais que parecem ser do serviço social tentam fazer o ajustamento social de Reznik, tendo em vista o lucro, pois o operário doente significa que ele produzirá muito menos ou quase nada, e isso não é de interesse da empresa.