TRABALHO DE CONCLUSÃO DA DISCIPLINA: VIOLÊNCIA E SOCIEDADE
Por: BernardoMiranda3 • 29/1/2016 • Trabalho acadêmico • 1.456 Palavras (6 Páginas) • 801 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS
ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DA DISCIPLINA:
VIOLÊNCIA E SOCIEDADE
POFESSOR:
PEDRO ROCHA DE OLIVEIRA
ALUNO:
BERNARDO RIBEIRO DE MIRANDA
PERÍODO: IX
RIO DE JANEIRO
2015
1) Relacione violência econômica, violência extraeconômica e alienação.
O que se entende por violência, ultrapassa o campo da agressão física, extrapola qualquer tipo de ideia que resuma este tipo de ação, momentânea ou contínua, ao que se entende por lesionar alguém fisicamente. A violência permeia as mais diversas sociedades e está presente em diversas formas, onde as mais comuns são, a agressão física, a moral, a violência econômica e a compreensão desta violência está diretamente ligada com o conceito da alienação.
Nossa sociedade é geograficamente dividida por classes, onde conforme a classe “desce”, mais distante do centro, do comercio, das “oportunidades” e da infraestrutura urbana de boa qualidade ela é posicionada. Mas como assim ela é posicionada?
O que é prática dos grandes países capitalistas no meio urbano é o que cruelmente chamam de processo de “higienização” da cidade, este processo compreende este movimento de afastamento das classes mais pobres, dos centro urbanos para as periferias, para as margens da sociedade e isolados passam a popular áreas que se expandem de acordo com a demanda que surge continuamente e que são assim inchadas e normalmente desassistidas pelo Estado que ali não está presente.
O que relaciona a alienação aos conceitos de violência econômica e extraeconômica é exatamente a realidade que parte deste entendimento. Temos uma massa de indivíduos que inseridos em uma lógica de produção e reprodução do regime capitalista de opressão e exploração desta mesma massa reproduzem a naturalização da dicotomia fundante da sociedade de classes que não entendem, mas se conforma com o seu lugar, pois são determinados socialmente. Um tipo de violência econômica onde quem não é abastado financeiramente o suficiente para viver perto, ou ao alcance da estrutura urbana básica de saneamento, de transporte, de saúde, educação e lazer tem de viver humilhado nos mais distantes bairros e cidades do centro comercial, têm de dormir poucas horas, quando dorme e não cochilam, para pegar os muitas vezes não raros ônibus ou trens, por que para a classe detentora dos meios de produção esses indivíduos tem de estar longe de onde eles vivem, porém são eles que servem ao terceiro setor, são eles que limpam suas casas e fazem suas comidas, que produzem suas roupas e montam os seus carros e os vendem, por isso têm de chegar ao trabalho, na hora!
O que fica claro é que esse tipo de violência é legitimado por parte de cada classe social uma vez que reproduzido diariamente, e mais agoniante ainda é reproduzido pela massa que sofre com maior intensidade as agressões por parte do Estado, da classe opressora e suas ramificações, uma vez que não compreende seu papel de extrema importância na sociedade e o quão dependente dela esta mesma sociedade sempre será.
Outro tipo de violência que não está diretamente ligada à questão econômica, porém é clara sua relação com a mesma, é o tipo de violência que extrapola a questão espacial e diz respeito a violência por parte do estado no controle dessa massa. A polícia é o agente que em nossa sociedade é pago para a qualquer custo manter a ordem. E com o poder legal de fazê-lo é precursor em diversos episódios de agressões físicas que em sua maior parte tem como vítimas os pobres, onde uma maioria gritante é de negros, que mais uma vez por conta da alienação provocada pelos recursos de reprodução da, mais uma vez, ordem promovida pelo Estado e por conseguinte pela sociedade, não enxergam essas ações como algo específico da sociedade capitalista de controle urbano e de violência contra “os que promovem a desordem”.
Quando um indivíduo pobre vai à rua procurar comida para sobreviver e pega um pão de um estabelecimento comercial ele é agredido em praça pública para que todos os demais tenham clareza do que acontece quando se pega algo que não é seu, claro quando o agente ativo é um pobre e a vítima não, por que quando o Estado toma a casa de um pobre, ou quando a polícia apreende um telefone celular, um boné que seja, o pobre teve o que mereceu e logo se constrói a partir do censo comum a história de que “deveria ser roubado mesmo, então...”.
Sendo assim, seja a violência econômica, seja ela extraconômica ambas são legitimadas em nossa sociedade por todas as classes, uma vez que são alienadas pelos processos de reprodução da ordem social que regem as relações sociais.
2) Relacione violência econômica, violência extraeconômica e direito.
A respeito dos direitos, em uma sociedade de classes esses direitos são, então, classistas, racistas e para não dizer regidos de forma fascista.
Mas primeiro o que se entende por direitos neste caso. Os direitos que tratamos aqui são os direitos sociais, políticos e naturais. Os primeiros compreendem questões como ir e vir, ou seja, o direito a se locomover pelas cidades, o direito de ter um trabalho, à saúde, à educação e ao lazer, o segundo fundamentalmente compreende o direito de mobilizar-se de participar da política ativamente, de votar e ser votado e o terceiro o direito à vida, direito a manutenção desta vida, alimentação, habitação, a se vestir e semelhantes.
O que quero dizer mais detalhadamente quando exponho que em uma sociedade de classes, como a nossa, os direitos são classistas, racistas e aplicados de forma fascista é que não são para todas as classes, muitas vezes, são mais certamente para brancos e são aplicados de forma a eximir uma grande parcela da sociedade desses direitos fundamentais privando-os da manutenção de suas próprias vidas.
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