Melissa Officinalis L. (Melissa)
Por: Betina Magalhaes • 10/4/2019 • Artigo • 1.069 Palavras (5 Páginas) • 666 Visualizações
INTRODUÇÃO
A Melissa officinalis L. (Melissa) é uma espécie pertencente à família das Lamiaceae, ordem Tibiflorae (Lamiales), abrange cerca de 200 gêneros e aproximadamente 3.200 espécies distribuídas em todo o mundo. Ela é originária do Oriente Médio e Mediterrâneo, sul da Europa e Ásia, entretanto é amplamente cultivada em países de clima subtropical e temperado. No Brasil, A Melissa tem distribuição por quase todo o país e possui vários nomes populares, como: cidreira, erva-cidreira verdadeira, melissa, melissa-romana, cidrilha, melitéia, limoneto, salva-limão, citronela-menor, erva-luísa, salva-do-brasil e chá-da-frança; internacionalmente é conhecida como lemon balm (Jacinto, 2018).
Três espécies conhecidas popularmente no Brasil são chamadas de erva-cidreira: Melissa officinalis L, Cymbopogon citratus e Lipia alba. Porém Melissa officinalis é dita erva-cidreira verdadeira, sendo facilmente distinguível das demais plantas, devido às características de suas folhas e flores (Sodré, 2007).
Suas folhas são utilizadas na forma de chá, que é indicado como digestivo, calmante e também no combate a dores de cabeças, enxaquecas, gases e cólicas intestinais e infecções virais (gripes, herpes, caxumba, varicela), além de facilitar a menstruação e estimular a formação de bile. Para o uso externo, é aplicada em forma de pasta ou creme (Sodré 2007; Silva, 2011).
TAXONOMIA
A Melissa é uma planta perene, herbácea (0,50- 1,00m), com rizoma ramificado e raízes fibrosas. Possui caule muito ramificado, tenro, quadrangular, ereto, piloso e aromático (Sodré, 2007). As folhas macias e peludas têm 2 a 8 cm de comprimento e são em forma de coração. A superfície da folha é grosseira e profundamente venosa, e a borda da folha é recortada ou dentada. Flores brancas ou rosa pálido consistem em pequenos grupos de 4 a 12 botões. É comumente referida como "erva-cidreira" por causa de seu sabor e fragrância de limão. Suas sementes são muito pequenas, com cerca de 1 a 1/5 mm de comprimento (MORADKHANI, 2010).
A Melissa possui a seguinte classificação taxonômica: Reino: Plantae; Divisão: Tracheophyta; Subdivisão: Speramtophyta; Classe: Magnoliopsida; Superordem: Asteranae; Ordem: Lamiales; Família: Lamiaceae; Gênero: Melissa; Espécies: Melissa officinalis L (Miraj, 2016).
É uma planta que prefere climas temperados e não resiste a geadas e vento frio, se adapta melhor em lugares parcialmente sombreados, não tolerando calor excessivo. O cultivo deve ser em solo fértil e rico em matéria orgânica, úmido, porém, bem drenado (Silva, 2011).
Suas folhas secas ou frescas e parte aérea superior da planta são as partes usadas como remédio (Moradkhani, 2010).
CONSTITUINTES QUÍMICOS
Os principais constituintes da Melissa responsáveis por suas diversas atividades farmacológicas são os óleos essenciais.
Sendo estes óleos formados por: monoterpenos (40%), sesquiterpenos (35%), citral a, citral b, citronelal, geraniol, nerol, b-cariofileno, linalol; ácido rosmarínico (aproximadamente 6%), ácido clorogênico, ácido caféico e ácido ferúlico; taninos (4%); glicosídeos flavônicos; ácido triterpênicos (ácido ursólico e oleânico). Na Melissa officinalis L., destacam-se três desses marcadores químicos: o ácido rosmarínico, o ácido caféico, e o ácido clorogênico. Estudos demonstraram que o ácido rosmarínico tem uma significativa ação antioxidante (Rechia, 2010; Jacinto 2018).
O óleo da Melissa é obtido de suas folhas, flores e raízes, sendo muito utilizado na indústria farmacêutica, cosmética e alimentícia, e também na medicina popular como hipotensor e repelente para insetos. Pode apresentar toxicidade em pequenas doses, causando entorpecimento e bradicardia, ou causar parada cardíaca e respiratória em casos mais graves (Jacinto, 2018).
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
De acordo com a resolução RE n° 89 da ANVISA, a Melissa officinalis L. encontra-se na lista de fitoterápicos de registro simplificado, para uso como sedativa, carminativa e antiespasmódico (Rechia, 2010).
Como uso popular, temos o chá das folhas e inflorescências usadas como digestivo (alívio de azias e má digestão), antiespasmódico, sedativo e calmante para tratar casos de ansiedade, estresse e insônia, bem como para tratar gripes e resfriados, e, externamente, em manifestações virais como o herpes labial (Jacinto, 2018).
Diversas atividades farmacológicas já foram relatadas em literatura para a Melissa. Entre elas: sedativos, digestivos, vasodilatadores, antitussígenos, atividade antimicrobiana (antiparasitária, antibacteriana, antiviral), atividade anti-espasmódica, anti-inflamatórias e antioxidante (Rechia, 2010; Miraj, 2017).
O óleo essencial da Melissa mostrou ter propriedades
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