O ENSINO DOS JOGOS COOPERATIVOS E A INCLUSÃO ESCOLAR: CONTRIBUIÇÕES A PARTIR DOS PRESSUPOSTOS DE JEAN PIAGET

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO II

O ENSINO DOS JOGOS COOPERATIVOS E A INCLUSÃO ESCOLAR: CONTRIBUIÇÕES A PARTIR DOS PRESSUPOSTOS DE JEAN PIAGET

Adriel Oliveira Gomes

Nathalya Rodrigues Cordeiro

Rafaela Ribeiro de Souza

Yasmin Lino Dias

        O artigo escrito pelos autores Giseli Sikora, Antonio Augusto Venetzi Pacheco, Gislaine Cristina Vagetti e Valdomiro de Oliveira tratam da contribuição dos jogos cooperativos na educação inclusiva e tem como finalidade, através de uma revisão bibliográfica, refletir acerca do potencial contributivo dos jogos cooperativos, diante da proposta de inclusão escolar, tendo como base a teoria da Epistemologia Genética de Jean Piaget.

No primeiro momento, são abordados os aspectos relativos à definição e estrutura dos jogos cooperativos; em seguida, discorre-se sobre a visão piagetiana acerca do conceito de cooperação; por último, são elencadas, com base nos pressupostos de Piaget, as possíveis contribuições dos jogos cooperativos para a educação inclusiva. Os resultados do estudo mostram que os princípios dos jogos cooperativos buscam o vivenciar de experiências interativas e favorecem o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, motores, sociais e afetivos dos participantes.

Jogos cooperativos

Para entender como os jogos cooperativos podem auxiliar na inclusão de acordo com os pressupostos de Piaget, é necessário entender o conceito do mesmo. Segundo Kishimoto (2002), o jogo vincula-se à imaginação, ao pensamento e ao símbolo. Sua prática proporciona o desenvolvimento da personalidade humana e da lógica formal das composições cognitivas.

De acordo com Orlick (1989) o objetivo dos jogos cooperativos é oportunizar o aprendizado e a interação prazerosa dos participantes. Uma das maiores vantagens da realização dessas atividades é a convivência com as diferenças que traduzem-se em processos significativos para o ensino e aprendizagem. Orlick ainda (1989) classifica os jogos cooperativos em quatro categorias: sem perdedores; de resultado coletivo; de inversão; semi-cooperativos.

Piaget e a cooperação

Segundo a teoria de Epistemologia Genética, o conhecimento é adquirido em consequência das ações e interações que o indivíduo estabelece com o ambiente. Desde o nascimento os seres humanos desenvolvem uma sequência de esquemas e estruturas mentais. Ainda que o desenvolvimento ocorra de forma contínua, o aparecimento progressivo pode ser previsto e ordenado, considerando que novas estruturas são derivadas de estruturas pré-existentes.

O presente estudo dá maior ênfase ao fator interação e transmissão social, que implica na experiência interativa entre pessoas e é a partir do confronto com a diferença que o ser humano pode avançar em seu desenvolvimento.

No livro O juízo Moral na Criança, Piaget afirma que a sociedade é um conjunto de relações sociais das quais se destacam dois tipos extremos: as relações de coação, oriundas do autoritarismo e do respeito unilateral e as relações de cooperação, são definidas pela igualdade e pelo respeito mútuo.

Sobre a moral, Piaget salienta que o método para a educação moral deve promover o desenvolvimento da veracidade, sinceridade e virtudes, sendo eficiente na educação da responsabilidade e do caráter. As relações com outros indivíduos são indispensáveis para se desenvolverem normas principalmente no ambiente escolar.

Em seus estudos, Piaget destaca a natureza egocêntrica presente nas crianças e sugere o desenvolvimento de uma personalidade baseada na solidariedade, igualdade, respeito, as quais resultariam no abandono gradativo do egocentrismo e na incorporação de novas regras comuns: o trabalho em equipe e o Self governament.

Contribuições do jogo cooperativo à inclusão a partir de Piaget

Aplicando os preceitos teóricos de Piaget ao contexto do jogo cooperativo, percebe-se que a assimilação é definida como a incorporação de novos elementos – os quais o ser ainda não domina – aos esquemas e estruturas mentais já existentes, para serem organizados e posteriormente acomodados. Esse processo é resultado da interação social cooperativa.