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O Estudo Fotoquímico da Planta Solanum paniculatum L

Por:   •  26/4/2023  •  Artigo  •  4.256 Palavras (18 Páginas)  •  111 Visualizações

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Estudo fitoquímico da planta Solanum paniculatum L. (SOLANACEAE)

Euriany Araujo Sousa

Curso: ciências farmacêuticas

Universidade Federal do Amapá-UNIFAP

Bianca Liffey Brito Marino

Resumo

Objetivo: o trabalho objetivou a realização de estudos fitoquímicos da espécie S. paniculatum abordando os aspectos físicos, metabólicos e gerais, popularmente como jurubeba-verdadeira. Esta espécie é usada na medicina popular principalmente no tratamento de desordens hepáticas, gastrointestinais e febre, e em menor escala como desinfetante e cicatrizante de feridas. Tanto a espécie S. paniculatum, bem como várias outras do gênero Solanum tem sua atividade biocida atribuída a princípios ativos como saponinas, flavonoides e taninos principalmente. Métodos: O trabalho consiste em uma pesquisa explicativa, experimental, e para tanto, foi realizada a coleta e a identificação do material botânico, levantamento bibliográfico da espécie estudada, obtenção dos extratos e identificação química das classes de metabólitos secundários, através de teste e reações específicas para cada classe de metabólitos em uma análise fitoquímica Resultados: os resultados demonstraram um vasto uso da família Solanaceae e da espécie em foco Solanum paniculatum L. onde é destacada de algumas formas por ser uma planta utilizada com propósitos medicinais, entretanto frisa as intoxicações também tidas por animais pela mesma. A análise fitoquímica preliminar evidencia a presença de saponinas, antraquinonas, cumarinas, flavonóides, alcalóides e taninos, compostos que segundo a literatura, apresentam potencial para uso terapêutico de ação anti-inflamatórias, antifúngicas, antipsoriática, antivirais, antioxidantes à antitumoral. Considerações finais: Verificou-se que a espécie provavelmente tem potencial sendo de grande importância para medicina, com atividades biológicas como ação anti-inflamatória, ação analgésica, antioxidante e antimicrobiana, devido à presença dos metabólitos secundários que tem efetividade contra afecções e indicações terapêuticas a serem utilizadas

Palavras chave: Solanum paniculatim, solanaceae, metabolitos secundários.

  1. Introdução

Nas primeiras civilizações humanas, se têm uma relação de interesse com as plantas, tanto como fonte de alimento ou de vestimentas, moradia, etc., porem sobretudo relações medicinais (AGRA,1996, et al.). Através de conhecimentos empíricos e oralidade, o uso de conhecimentos medicinais que foram utilizados das plantas, passam de geração em geração (FIRMO et al., 2011), e hoje, vem se tornando uma cultura bastante forte, que despertou o interesse para estudos científicos de caráter etnobotânico e farmacológico que pudessem destacar o uso e suas propriedades curativas.

A família solanaceae é um grupo significativo dentre as plantas vasculares com cerca de 98 gêneros e aproximadamente 2400 espécies (D’Arcy, 1991; Hunziker, 2001). No Brasil, a família é bem representada, ocorrendo 34 gêneros e 449 espécies, sendo 215 destas exclusivas do país (Stehmann et al., 2010).As plantas da família Solanaceae apresentam, em sua constituição química, saponinas e alcaloides tropânicos, os quais são muito utilizados na indústria farmacêutica (atropina e hioscina) (ANSEL MO; LIMA, 2014). O gênero Solanum L. se destaca pela quantidade de espécies utilizada na medicina popular, a exemplo de Solanum agrarium Sendetn, como abortivo e inflamações prostática; Solanum rhytidoandrum Sendetn no tratamento de doenças hepáticas; e Solanum paniculatum L. como diurética, contra doenças do fígado, anemia e tuberculose (AGRA et al., 2007).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que aproximadamente 80 por cento da população mundial já fez o uso de erva para sintomas desagradáveis, e que apenas 30 por cento desse valor tenha vindo de alguma indicação medica além de 25 por cento dos medicamentos prescritos mundial mente serem de origem vegetal.

Tanto a espécie S. paniculatum, bem como várias outras do gênero Solanum tem sua atividade biocida atribuída a princípios ativos como saponinas, flavonóides e taninos principalmente. Tais compostos são importantes na defesa química dos vegetais frente à herbivoria (FRIEDMAN et al., 1991). Geralmente esses compostos estão distribuídos em todo o vegetal, mas a quantidade pode variar de acordo com as estações do ano, principalmente devido à variação de temperatura e pluviosidade (SOUZA et al., 2003; CASTRO et al., 2005; SANTOS et al., 2006). É observável também o deslocamento de princípios ativos durante o desenvolvimento da planta (LAWRENCE et al.2003; ALVES et al., 2010; PARRA-GARCÉS et al., 2010).

No levantamento etnobotânico do estudo da Universidade Federal De Paraíba, foram encontradas 55 espécies vegetais utilizadas pela população rural de Serra da Raiz como propícias ao uso medicinal, sendo 37 espécies nativas e 18 plantas espontâneas. S. paniculatum L. (Jurubeba) dentre as espécies são ela pode ser utilizada no tratamento de diversas enfermidades, tais como problemas do aparelho respiratório, inflamações e doenças do sangue (CORDEIRO, J.M.P.1; FÉLIX, L.P.1. 2014)

Diversos alcalóides esteroidais já foram isolados de S. paniculatum, como jurubebina, jubebina e solanina; bem como algumas saponinas: isojuripidina, isojurubidina, isopaniculidina e jurubidina (MESIAVELA et al., 2002)

Treze espécies de Solanum foram testadas quanto à sua bioatividade em relação à Artemia salina e apenas quatro delas apresentaram-se inativas, uma das quais foi Solanum paniculatum (SILVA et al., 2007).

No Brasil, já existe um medicamento fitoterápico disponível, a Ierobina (tem uso indicado para o tratamento de dispepsias. O fitoterápico é constituído pelos extratos fluidos de três espécies nativas Solanum paniculatum, Remijia ferruginea e Jacaranda caroba), indicada para o tratamento da dispepsia. Contém os extratos hidroalcoólicos de várias plantas, incluindo S. paniculatum. Os seus resultados indicam que o seu uso aumenta a absorção intestinal de triacilgliceróis, além de produzir um efeito relaxante nas contrações do íleo, comprovando a sua eficácia como um agente contra a dispepsia (BOTION et al., 2005).

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