A PRÁTICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESCOLAS SEM INFRAESTURUTURA ADEQUADA: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA À DISTÂNCIA

LEANDRO DA SILVA MACIEL

A PRÁTICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESCOLAS SEM INFRAESTURUTURA ADEQUADA: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO

NATAL/RN

2016

---

A PRÁTICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESCOLAS SEM INFRAESTURUTURA ADEQUADA: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO

Leandro da Silva Maciel

Polo de Luís Gomes

Eloyse Emmanuelle Rocha Braz Benjamim

Resumo

Este relato de experiência aborda como acontecem as aulas práticas de educação física no ensino médio em muitas escolas e quais as grandes dificuldades encontradas pelo professor da disciplina devido à falta de infraestrutura adequada. Assim, o objetivo do presente trabalho é mostrar que é possível planejar e executar aulas práticas de educação física mesmo em escolas sem infraestrutura apropriadas para tais. Sendo possível essa prática através das atividades rítmicas e expressivas, onde pode-se trabalhar a dança dentro da sala de aula. Com isso, vimos que a experiência vivenciada durante o estágio supervisionado III, foi um momento ímpar no tocante a minha aprendizagem como futuro professor de educação física para o processo de ensino na escola, processo este que contém diferentes momentos, bons e ruins, mas, sempre   articulados entre si servindo como aprendizado para prática docente.

Palavras-chave: Educação Física. Ensino médio. Infraestrutura. Atividades rítmicas e expressivas. Dança.  

Abstract

This experience report discusses how to place the physical education classes in high school practices in many schools and what the major difficulties encountered by the teacher of the course due to lack of adequate infrastructure. The objective of this work is to show that it is possible to plan and execute physical education practical classes even without appropriate infrastructure for such schools. If possible this practice through rhythmic and expressive activities, where you can work the dance in the classroom. Thus, we see that the experience lived during the supervised stage III, was a unique moment in regard to my apprenticeship as a future teacher of physical education for the teaching process at school, a process that contains different times, good and bad, but always articulated serving as learning to teaching.

Keywords: Physical Education. High school. Infrastructure. Rhythmic and expressive activities. Dance.

---

INTRODUÇÃO

A Educação Física enquanto disciplina contribui: para o desenvolvimento do educando enquanto ser humano, sua formação ética, seu bem-estar físico-mental, desenvolvimento de sua autonomia, dentre outros. Para tanto, se faz necessário que o planejamento e desenvolvimento das aulas sejam baseados em objetivos que valorizem a participação efetiva do aluno no processo de aprendizagem.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, 9.394 de 1996, o Estado tem o dever de "garantir padrões mínimos de qualidade de ensino definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem".

Dentre os “padrões mínimos de qualidade” citados na LDB podemos fazer referência à adequada infraestrutura para a prática de atividades físicas nas escolas públicas. No entanto, muitas escolas não possuem espaços adequados para a prática da Educação Física, constituindo-se numa razão pela qual alguns docentes optam simplesmente por ministrarem apenas aulas teóricas da disciplina.

Diante dessa realidade, como é possível planejar e ministrar aulas de Educação Física em escolas sem infraestrutura adequada para aulas práticas? Assim, o presente trabalho tem como objetivo mostrar que é possível realizar práticas rítmicas e expressivas dentro da educação física escolar em escolas com pouca infraestrutura. Segundo Darido e Rangel (2005) a prática da Educação Física deve atender aos objetivos definidos na proposta pedagógica, de modo que seus conteúdos e estratégias garantam a especificidade da área e oportunize ao aluno uma reflexão autônoma sobre a cultura corporal de movimento, sendo fundamental considerar todas as dimensões dos conteúdos. 

Tanto os aspectos teóricos quanto os aspectos práticos da disciplina de Educação Física são importantes e potenciais de serem desenvolvidos em sala de aula mesmo em escolas sem infraestrutura adequada. Cabe ao docente na fase de planejamento e seleção dos conteúdos que serão ministrados durante o ano, ou semestre letivo fazer a opção por conteúdos que além de serem relevantes para a formação do aluno enquanto ser social, também estejam consistentemente ligados à própria realidade da escola na qual este aluno encontra-se inserido. Desta forma o docente poderá visualizar com devida antecedência as possibilidades de trabalho nas aulas práticas de cada conteúdo, levando em conta que tipos de espaços físicos ele terá disponível, tanto dentro, quanto fora da escola, o número de alunos por turma, a possibilidade e/ou necessidade de dividir as turmas, dentre outras. Nesse contexto, planejamento é a palavra-chave.

O relato da prática de estágio na forma como se deu e a escolha do tema de trabalho deveu-se a vivência deste autor enquanto estudante da Educação Básica em escolas sem infraestrutura adequadas para o desenvolvimento de aulas práticas de Educação Física nas quais a maioria dos professores optavam apenas por ministrarem aulas teóricas - realidade ainda contemporânea.

A experiência no Estágio Supervisionado foi desafiadora pela ludicidade no planejamento e na aplicação das aulas contemplando o movimento do corpo através das atividades rítmicas e expressivas, trabalhando com a dança em sala de aula. Onde através desta, os alunos conseguiram conhecer e experimentar outras formas de desenvolvimento corporal, sendo de extrema importância essas vivencias para o desenvolvimento social, físico e psicológico.

A educação física na escola 

A Educação Física Escolar é componente curricular obrigatório da educação básica (BRASIL, 1996), tendo como tarefa garantir aos educandos o acesso às práticas da cultura corporal, contribuindo para uma ressignificação delas e oferecendo instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las de forma crítica (BRASIL, 1997b).

Na concepção do Coletivo de autores (1992), a Educação Física é uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporal como jogos, esportes, danças, ginásticas, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Com isso, acredita-se que para poder obter um melhor aproveitamento educacional, a escola necessita de infraestrutura adequada, isso poderá empolgar e mudar completamente o desenvolvimento do educando, fazendo-o que tenha bem mais interesse nas aulas e cada vez mais vontade de aprender.