Escola Reflexiva Maria Rita Sperb Sant' Anna
Por: maestrelli96 • 12/12/2020 • Resenha • 1.008 Palavras (5 Páginas) • 315 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidade
Regime de Acompanhamento/Remoto
Disciplina: EDU 1220 / Teorias da Educação
Profª Maria Rita Sperb Santanna
Matheus Maestrelli R. Serradourada
Referência - ALARCÃO, Izabel. A escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001. p 15-30.
ESTUDO DIRIGIDO - A ESCOLA REFLEXIVA E NOVA RACIONALIDADE
De acordo Izabel Alarcão, a Escola Reflexiva é vista como aquela que se pensa e se avalia em relação ao projeto pedagógico e à sua missão social, constituindo-se uma organização em constante aprendizado, que qualifica não só os que nela aprendem, mas também os que nela ensinam, além de todos que apoiam professores e alunos. Além disso, a implicação prática do conceito considera que a escola tem como função preparar os cidadãos e ensiná-los a viver em sociedade.
Na escola atual, os alunos dizem que não são estimulados e muitos não revelam as competências cognitivas, relacionais e comunicativas que são cobradas em sociedade. Além disso, muitos professores se mostram desanimados e sentem-se solitários pelo fato de não terem apoio. A mudança da mesma se faz necessária, já que a educação é a fonte de desenvolvimento humano, cultural e econômico, onde os professores e a escola realizam um papel fundamental.
No livro, a autora cita que a escola deve conceber-se como um lugar, um edifício circundado, um tempo e um contexto educativo, onde proporcione o desenvolvimento das atividades em sala de aula, com espaços de convívio, de desporto, cultura, de trabalho em equipe, de inovação e experimentação, de forma com que mantenha essa interação e o relacionamento interpessoal, objetivando formar cidadãos.
A escola atual ainda está presa aos padrões tradicionais da educação e nitidamente não acompanhou as mudanças da sociedade, o que a torna pouco atrativa. Drucker (1993) advoga que a escola terá de sofrer uma mudança radical nos métodos e processos de aprendizagem e conteúdo que ensina, não sendo possível desvincular currículo e pedagogia de políticas e administração. Para mudar a escola, se faz necessário mudar sua organização e o modo como ela é pensada e gerida.
A mudança da “cara” da escola é um processo profundo que envolve políticas pedagógicas, todos os membros participantes do sistema educacional, bem como a comunidade e todos os cidadãos introduzindo o conceito da escola inovadora que pensa por si e faz diferença, tornando-se a Escola Reflexiva. Para essa mudança, a autora Izabel Alarcão expõe 10 ideias, são elas:
- A centralidade das pessoas na escola e o poder da palavra: A importância das pessoas que compõem o cenário, que dão vida a escola, incluindo alunos, professores, funcionários e os pais, que mesmo não estando permanentemente interagem com a mesma, cria relações e o próprio contexto no qual se inserem. São detentores da palavra e o poder que ela tem.
- Liderança, racionalidade dialógica e pensamento sistêmico: A capacidade de liderar, ser visionário, dialogar, pensar e agir são os pilares de sustentação de uma organização dinâmica e responsável.
- A Escola e seu projeto próprio: A construção do projeto específico de cada escola resultante da visão que a mesma pretende para si, a fim de mostrar o que representa a escola.
- A Escola entre o local e o universal: Partilhar com as outras escolas do planeta a universalidade da sua dimensão instrutivo-educativa e socializante, buscando integrar-se no contexto específico que se insere.
- A educação para o e no exercício da cidadania: A valorização da educação para a formação do cidadão, compreendendo a realidade, no exercício da liberdade e da responsabilidade, e o respeito pela diversidade.
- Articulação Político-Administrativo-Curricular-Pedagógica: A educação pressupõe uma política e exige um apoio administrativo, ambos devem coordenar-se buscando uma relação colaboradora e facilitadora, daí a importância do diálogo e aceitação para uma boa compreensão.
- O protagonismo do professor e o desenvolvimento da profissionalidade docente: O professor como protagonista e a importância de seu aperfeiçoamento profissional constante como docente, tendo o poder e responsabilidade em termos coletivos e individuais. Sua atividade desenrola-se no cruzamento das interações político administrativo curricular pedagógicas.
- O desenvolvimento profissional na ação refletida: As organizações escolares são responsáveis por promover práticas sociais, de valores, crenças e de conhecimento, movidas pelo esforço de procurar novas soluções para os problemas vivenciados. O professor deve ficar consciente de que sua formação nunca está concluída.
- Da escola em desenvolvimento e aprendizagem à epistemologia da vida da escola: Os profissionais adquirem conhecimento a partir da reflexão sobre suas práticas, e isso contribuirá para o desenvolvimento do conhecimento sobre a própria escola.
- Desenvolvimento ecológico de uma escola em aprendizagem: A escola deve interagir para não estagnar. A interação com o ambiente que as cerca, que as estimula e as condiciona, que lhes cria contexto de aprendizagem.
A Escola Reflexiva é uma organização que pensa por si própria, sabe a sua missão social, é um organismo vivo em desenvolvimento, que estrategicamente procura valorizar sua dimensão ética, humana, interpessoal e valorativa. Uma escola assim concebida pensa no presente para se projetar no futuro, sem deixar de lado os atuais problemas e buscando reconhecer e resolver os mesmos visando a melhoria da educação.
Faltam nas escolas atuais reflexões sobre elas mesmo. Não é apenas abrir e fechar um ano letivo para concluir um processo de aprendizagem, é necessário que se tenha uma reflexão e críticas sobre tudo que ocorreu no decorrer do ano, assim buscando melhoras para o próximo. Os professores não devem simplesmente chegar lá e ministrar uma aula, e sim devem preparar as aulas, ministrar e fazer com que os alunos aprendam, e para isso, é necessário conhecimento, que pode ser lapidado a cada dia. Além disso, é importante elaborar boas sistemáticas de avaliação, para saber se realmente os alunos aprenderam.
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