Paradigma histórico-social da Integração e Paradigma histórico-social da Inclusão
Por: Kayque Barreto • 17/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.855 Palavras (8 Páginas) • 690 Visualizações
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Nome: Kayque Barreto Cesário
Ra: 1139947
Primeiro Portfólio: Paradigma histórico-social da Integração e Paradigma histórico-social da Inclusão
Trabalho apresentado ao Centro Universitário Claretiano para a disciplina_ Educação Física Para Grupos Especiais e Adaptada, como requisito parcial para obtenção de avaliação, ministrado pelo professor: Antonio Eduardo Ribeiro
POLO DE TAGUATINGA
2018
O que caracterizam os paradigmas histórico-sociais da integração e o da inclusão que influenciam nossas atitudes, costumes e hábitos cotidianos?
1. Em sua resposta deverá conter: a característica de cada tipo de atendimento (paradigma da integração e inclusão), isto é, você deverá descrever de que forma as pessoas com alguma deficiência ou desenvolvimento atípico eram ou são atendidas em cada um deles.
Resposta:
Os paradigmas histórico-sociais da integração e da inclusão buscam apresentar soluções para a população que possua necessidades especiais, refletindo, muitas vezes, como a própria sociedade vê essa população. Seja uma visão com indiferença, literalmente cruzando os braços e apenas esperando que as pessoas especiais consigam se adaptar às necessidades da sociedade, seja enxergando as necessidades e diferenças como algo próprio de todo ser humano, devendo a sociedade atuar de maneira proativa, oferecendo meios para que as necessidades sejam superadas. Estes são reflexos dos paradigmas da integração e da inclusão, respectivamente.
Mas, para que possamos caracterizar os paradigmas da integração e da inclusão, diferenciá-los e assimilar a maneira como eles interagem com a nossa sociedade precisamos falar mais sobre as características de cada um.
Primeiramente, o paradigma da integração enxerga a deficiência como um problema pessoal de cada pessoa de modo que caberia ao próprio individuo buscar meios para que possa se tratar e assim se reabilitar. Em verdade, isto seria uma maneira de potencializar as capacidades que o indivíduo com necessidades especiais possua, levando assim este a se adaptar às necessidades da sociedade. Percebe-se que a iniciativa sempre parte do individuo, é ele o principal interessado e o principal responsável pela busca em adaptar-se à sociedade.
Essa busca parte de uma ideia de que o individuo tem amplos direitos de viver todas as possíveis experiências que a sua cultura lhe permita, cuidando-se do princípio da normalização; assim, que para que este possa viver toda esta gama de experiências, e atender às necessidades da sociedade ao mesmo tempo, passa-se a oferecer uma estrutura que possibilite uma igualdade de condições a todas as pessoas mas, desde que as mesmas se adaptem, ou seja, os serviços e ambientes não são adaptados para atender as necessidades das pessoas especiais e a própria necessidade passa a ser enxergada como um déficit a ser superado.
Assim, a aceitação das pessoas com necessidades especiais ocorre por parte da sociedade, mas esta simplesmente cruza os braços e espera que o indivíduo:
- molde-se aos requisitos próprios dos serviços especiais oferecidos;
- acompanhe os procedimentos normais existentes para a sociedade;
- contorne todos os obstáculos existentes no meio físico;
- consiga lidar com qualquer atitude discriminatória decorrente da necessidade especial que possua;
- desempenhe todos os eventuais papeis sociais que possua de maneira individual e autônoma, mas não sendo necessário que haja absoluta independência.
Notadamente há no paradigma da integração muito empenho por parte da própria pessoa que tenha necessidades especiais em se adaptar ao meio e atender às expectativas de uma vida normal e pouco esforço daqueles que a rodeiem em atender as necessidades dessa pessoa, possibilitando assim a construção de um ambiente que propicie uma ampla vivência entre todos os indivíduos, com e sem necessidades especiais.
Passando agora ao paradigma da inclusão, há uma consistente mudança no cenário. A necessidade especial não é vista apenas como uma necessidade a ser superada pelo indivíduo que a possua, ela é vista como uma mola propulsora para um movimento bilateral envolvendo a sociedade e a pessoa com deficiência, buscando assim, em conjunto, meios para que se possa levar a cabo a inclusão social daquele indivíduo.
Assim como o paradigma da integração, a inclusão também busca uma equiparação de oportunidades para todos os indivíduos, com e sem necessidades especiais. Entretanto, esta busca se dá observando e respeitando a diversidade e o próprio reconhecimento político das diferenças entre as pessoas, tudo isto baseado nos princípios da autonomia, independência e empowerment.
Nessa nova postura, de respeito às diversidades, todos os indivíduos se veem inseridos em um cenário em que cada qual assume um papel para que a própria mentalidade sobre as necessidades especiais mude em todas as pessoas, assim, a responsabilidade sobre a inclusão dos indivíduos com necessidades especiais deixa de ser apenas destes e passa a ser compartilhada com toda a sociedade, toda a sociedade passa a buscar soluções em conjunto.
E como não deveria ser diferente, esse paradigma da inclusão é orientado por princípios diversos dos da integração, princípios como da aceitação das diferenças individuais, valorização de cada pessoa como indivíduo único, convivência dentro de toda a diversidade humana e a aprendizagem através da cooperação.
Vislumbra-se assim uma integração muito maior entre as pessoas através deste paradigma da inclusão, uma divisão de responsabilidades e um comprometimento muito maior entre diferentes pessoas, com e sem necessidades especiais, visando a construção da inclusão social.
Assim, pelo até aqui exposto sobre os paradigmas da integração e da inclusão, podemos afirmar que as principais diferenças entre estes se encontram nos fatos de que a integração busca uma igualdade partindo de uma homogeneidade ao passo que a inclusão reconhece a diversidade humana e busca aceitar as diferenças entre as pessoas. Este último parece ser o caminho mais acertado para a construção de uma realidade social mais humana e inclusiva.
Referência bibliográfica:
VAN MUSTER, M. A. Educação Física Especial e Adaptada. Batatais: Claretiano, 2013.
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