Transformações na Educação Básica Ocorridas Pós-pandemia da COVID-19

Transformações na Educação Básica, ocorridas pós-pandemia da COVID-19

A educação básica brasileira sempre foi deficitária. Turmas superlotadas sempre foram um desafio para os professores da rede pública que, além de desprovida de uma estrutura minimamente condizente com as demandas necessárias para a execução de um trabalho produtivo, foi incumbida de lidar com a parcela mais carente da sociedade e portanto, a que exige melhor preparo dos profissionais do ensino.

Esses profissionais, raramente estimulados a participar de cursos de aperfeiçoamento, tiveram que lidar com uma bomba atômica que pousou em seus colos. Tiveram que, do dia para a noite, travestir-se de youtubers e aprender a lidar com as novas e maravilhosas plataformas destinadas ao ensino remoto. Tiveram que trazer para sua rotina doméstica a presença dos poucos alunos que puderam acompanhar essa mudança. “São tempos liquidos” dizem os diretores parafraseando Bauman. Referem-se a necessidade de adaptação dos corpos docentes e discentes ao novo normal. O problema é acompanhar os “tempos líquidos” ao mesmo tempo em que a maioria dos alunos enfrenta a maior seca que já experimentaram em suas sofridas vidas.

O maravilhoso mundo do classroom, do meet e das maravilhas pedagógicas que a internet apresenta não chega na casa da gigantesca maioria dos alunos da rede pública. Enquanto uns estão vendo o corpo humano em funcionamento através de vídeos e aplicativos interativos, a maioria dos alunos está presa em suas casas, desligados da rede, sem auxilio para aprender, lidando apenas com parcas folhas fotocopiadas que lhes são permitidas o acesso, agravando o já imenso abismo social e intelectual da sociedade brasileira .

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