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A ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM ÀS MÃES PORTADORAS DE HIV EM VIRTUDE DA NÃO AMAMENTAÇÃO SIMONI DE CARVALHO CUSTÓDIO

Por:   •  16/1/2019  •  Artigo  •  4.964 Palavras (20 Páginas)  •  342 Visualizações

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A ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM ÀS MÃES PORTADORAS DE HIV EM VIRTUDE DA NÃO AMAMENTAÇÃO

SIMONI DE CARVALHO CUSTÓDIO¹

¹Faculdade de Colider – FACIDER, Av. Senador Júlio Campos, 1039 – Setor Leste, Colider, Centro - MT, 78.500-000

E-mail: Simoni_carvalho@hotmail.com

FACIDER Revista Científica

ISSN 2316-5081

CUSTÓDIO, S. C

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 8, 2016 Página 2

1. INTRODUÇÃO

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é o vírus causador da síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), uma vez que consegue se evidenciar como uma doença crônica, provocando alterações imunológicas (COSTA et al., 2014). As células mais afetadas são os linfócitos TCD4+, conseguindo dessa maneira alterar e provocar falhas na imunidade devido à diminuição da quantidade de células T, deixando assim o individuo portador, vulnerável a infecções comuns (CARRARA et al., 2015).

Os primeiros casos da síndrome de imunodeficiência adquirida foram descobertos em meados de 1980 nos Estados Unidos da América. Naquela época entendia-se que a doença estava se alastrando somente nos grupos de risco, sendo eles a comunidade de homossexuais e pessoas hemofílicas. Outro grupo que havia propensão para o alastramento da infecção era o das prostitutas e usuários de drogas injetáveis (SCHERER; BORENSTEIN; PADILHA, 2009). Com essa nova percepção, o perfil da doença mudou, incluindo a feminização o envelhecimento a pauperização e a heterossexualização, não se diferenciando assim o que seriam grupos mais suscetíveis para o HIV (OLIVEIRA et al., 2007).

Para Ferraz et al (2010) o HIV é um retrovírus, podendo ser transmitido por contato sexual, contato de mucosas com sangue, recebimento de hemoderivados contaminados e transmissão vertical (TV), que é a transmissão da mãe para o filho, neste caso, com três formas: durante a gestação, durante o trabalho de parto e pela amamentação (ARAUJO; SIGNES; ZAMPIER, 2012).

Do ponto de vista de Fernandes e Narchi (2013), devido ao grande aumento de casos de mulheres contaminadas pelo HIV, começou haver uma preocupação maior quanto a disseminação do vírus. Alguns fatores que contribuem para essa disseminação é a desigualdade de gênero, raça, etnia, violência sexual e doméstica, percepção reduzida do risco de infecção e prostituição.

Com o aumento de mulheres contaminadas pelo HIV houve crescimento do índice de transmissão vertical, ocasionando assim, um maior número de casos de

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crianças contaminadas em todo o mundo, devido ao fato de muitas dessas mulheres estarem em idade reprodutiva (ARAUJO et al., 2008).

A transmissão vertical (TV), corresponde à maneira mais comum de transmissão perinatal, mas com procedimentos preventivos a incidência pode ser reduzida em ate 1%. (KLEENUBING et al., 2014). Pesquisas indicam que o maior risco de contaminação é no final da gestação e no trabalho de parto, possivelmente pelo contato muco-cutâneo da criança com a secreção cérvico-vaginal ou o sangue da mãe. A carga viral presente no leite materno pode ser transmitida ao lactente durante a amamentação, onde o risco de contaminação a cada mamada é de 14% á 29% (BARROS, 2009).

Mesmo o leite materno sendo fundamental ao recém-nascido (RN) não unicamente pelo ponto de vista alimentar, mas também para o desenvolvimento do vínculo entre a puerpera e criança (SILVA; TERRENGUI, 2009), no Brasil o Ministério da Saúde preconiza a não amamentação de mulheres portadoras do vírus do HIV, devido ao fato de, comprovadamente, as células mononucleares serem capazes de transportar partículas do vírus para o lactente (AFFONSO; JESUS; VAZ, 2005).

Segundo Miranda e Silva (2009), depois do parto a alimentação do recém nascido de mães portadoras de HIV, torna-se risco de contaminação, em especial para países subdesenvolvidos, onde o leite materno é trocado por outras formas inadequadas de alimentação e muitas vezes até estas são inexistentes. A Organização Mundial da Saúde preconiza que, em países em que os índices de mortalidade infantil causadas por diarreias ou outras doenças infecciosas sejam maiores do que a mortalidade por decorrência do HIV, seja liberada a amamentação, avaliando-se nesse caso a relação risco benefício (VAZ; BARROS, 2000).

Na presença da não amamentação por mães portadoras do HIV, a equipe de enfermagem deve iniciar as orientações durante as consultas de pré-natal, apoiando-as e estimulando-as a não amamentar, e as orientando sobre o aleitamento artificial (SOUZA, 2014).

Para Costa e et al. (2015), é fundamental relembrar estes cuidados com a inibição da lactação para as puérperas, principalmente, nos primeiros dias de vida do recém nascido (RN) lembrando- as dos bancos de leite humanos, dos leites

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artificiais e suplementos necessários para a criança. Para que estas puérperas não tenham experiências traumáticas da inibição da lactação, o enfermeiro deve informar sobre a TV, explicando a importância dos antirretrovirais para a mãe e o filho, dando apoio emocional neste momento, e, ainda, explicar sobre a importância de ter as mamas enfaixadas e argumentar sobre os medicamentos para inibir a lactação.

O profissional de enfermagem tem o papel de humanizar esse momento tão doloroso e serio para estas mulheres, ajudando assim no desenvolvimento do vínculo mãe e filho, encorajando-as e sendo compreensivo, tomando atitudes que ajudem na alimentação do RN, e, com isso, diminuindo a ansiedade e o medo das mães (SILVA; TERRENGUI, 2009)

Perante esse cenário, o objetivo desta pesquisa é descrever a relevância da abordagem do enfermeiro no combate á transmissão vertical do HIV durante a amamentação, possibilitando assim, ver que, com orientações e cuidados de enfermagem é possível realizar cuidados profiláticos passando um apoio fundamental neste tipo de tratamento e acompanhamento.

2.

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