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Caso Clinico Diagnóstico: CEC Orofaringe

Por:   •  31/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.410 Palavras (6 Páginas)  •  311 Visualizações

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CASO CLÍNICO : Sr. joão, 62 anos, Diagnóstico: CEC orofaringe

FASE A:

Sr. João, 62 anos, casado, pedreiro, tem dois filhos homens, sua esposa é ‘do lar’. Tabagista há 35 anos, fuma 1 maço e meio de cigarros por dia. Etilista social. Procura um serviço médico na unidade básica de saúde de sua região por conta do surgimento de um “caroço no pescoço” e “dor na mastigação” há cerca de 10 meses. Ao exame físico o médico evidenciou lesão em orofaringe à esquerda com linfonodomegalia associada. Solicitou então alguns exames de sangue e de imagem.

Ao término de dois meses, Sr. João, já de posse dos exames, retorna à consulta médica na unidade. O médico lhe informou que precisaria encaminhá-lo para uma unidade especializada, pois ali eles não tinham os recursos necessários para o caso dele. O regulador da unidade então prosseguiu o cadastro do Sr. João no sistema de regulação de vagas para encaminhá-lo à uma unidade terciária de atendimento. Comunicou ao Sr, João que aguardasse em casa, pois entrariam em contato tão logo conseguisse a vaga. Sr. João, sem entender muito bem o que estava acontecendo, mesmo apreensivo, concordou com as orientações dadas pelo médico.

Três meses depois Sr. João foi chamado para uma consulta de triagem no INCA.

Compareceu a consulta acompanhado de seu filho mais velho, Marcelo. Ao exame físico encontrava-se lúcido, orientado, deambulando (PS 1), corado hidratado, acianótico e anictérico. Referia perda ponderal de aproximadamente 9 quilos nos últimos 6 meses. Aceitava parcialmente dietas pastosas, pois já não conseguia mastigar e já apresentava dificuldade para engolir alimentos sólidos. Suas funções vesicointestinais encontravam-se regulares e sem alterações. ACV: RCR, 2T, sem sopros. AP: MVUA, sem RA. Eupneico. Abdome indolor à palpação, sem visceromegalias.

https://riodesaude.blogspot.com/2013/05/os-casos-de-cancer-de-boca-e-garganta.html

Foi possível verificar que Sr. João tem uma rede de cuidados, tem apoio familiar, reside em casa de alvenaria, com água encanada, contudo está preocupado se precisar parar de trabalhar. A Assistente Social encaminha Sr. João para o INCA voluntários para receber cesta básica. Sr. João um humor ansioso, refere estar desanimado e pessimista. Refere também alterações no sono.

A equipe multiprofissional conversou muito abertamente, informou que os exames haviam acusado a presença de um câncer e que a doença estava em fase bem avançada (Laudo Histopatológico: CEC de orofaringe – T4 N3A M0). Falou sobre os riscos da tumoração obstruir a passagem de ar e de alimentos. Falou sobre os tipos de abordagem possíveis (QT, RTX, cirurgia), no entanto alertou que a cirurgia só seria possível se conseguisse a redução do tumor pela QT e RXT. Falou sobre ameaça a vida e sobre alguns cuidados específicos, porém paliativos. Solicitou que o paciente e seu filho conversassem com toda família. Marcelo ficou muito abalado com a abordagem, pois o médico havia tirado as esperanças do seu pai.

CASO CLÍNICO : Sr joão, 62 anos, Diagnóstico: CEC orofaringe

FASE B:

Seu João compreendeu a proposta e já agendou início de tratamento. Fez a QT e RXT e conseguiu redução do tumor. O médico informou sobre os progressos mas advertiu sobre possível inacessibilidade do tumor na cirurgia e dos riscos da mesma. O médico perguntou se mesmo assim o paciente concordava com a cirurgia. A esposa do paciente que estava no momento sentiu-se irritada com a observação do médico e reafirmou sua fé em Deus dizendo “Ele está no comando, não se preocupa João, você já está curado”. O médico completou a afirmativa dizendo “de fato D. Fátima, algumas coisas estão fora do nosso controle mas o que for possível fazer para dar conforto e qualidade de vida para Sr João, nós faremos”.

O dia da cirurgia chega. Sr João assina um termo autorizando o procedimento cirúrgico, além de traqueostomia, caso necessária. Durante a cirurgia o cirurgião percebe a aderência do tumor a estruturas importantes e muitos linfonodos comprometidos. Opta pela traqueostomia preventiva e não retira o tumor.

Sr João acorda da cirurgia no quarto, acompanhado de seus filhos e esposa. Respira em ar ambiente por traqueostomia e mantém uma sonda naso-enteral fechada. A família do paciente solicita explicações à enfermeira plantonista, que orienta sobre a necessidade da TQT e da SNE, mas não fala do procedimento cirúrgico em si e pede que o familiar aguarde o médico no dia seguinte.

No dia seguinte, em visita, o cirurgião explica o ocorrido durante a cirurgia. O paciente fica ansioso para falar e a enfermeira providencia um papel e caneta para que ele escreva. Sr João então pergunta no papel: “vocês vão me deixar morrer aos poucos, sem fazer nada?” O filho mais novo do paciente, Rodrigo, lê a sua pergunta e afirma: Isso é eutanásia!

O cirurgião pede a participação da equipe multidisciplinar e reafirma: não Sr. João, se eu insistisse em tratamentos aí sim seria distanásia. O que defendemos aqui é a ortotanásia. Sr. João e toda a sua família são abordados por toda equipe e, por fim, compreendem os objetivos do tratamento paliativo.

CASO CLÍNICO : Sr joão, 62 anos, Diagnóstico: CEC orofaringe

FASE C:

Sr João e sua família compreendem

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