Resíduos dos Serviços de Saúde na Visão da Enfermagem
Por: Marcos Figueira • 13/9/2015 • Artigo • 3.206 Palavras (13 Páginas) • 234 Visualizações
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Catia Peixoto
Cristina Ortiz
Fabio Moraes
Gisele Moreira
Marcos Figueira
Tatiane Bicca
Faculdade Anhanguera de Pelotas / RS
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Resíduos dos Serviços de Saúde na Visão da Enfermagem
RESUMO
O aumento crescente de instituições de atendimento á saúde, tanto humana quanto animal acarreta também no aumento da geração de resíduos desses serviços, em grande parte apresentando microorganismos patógenos. Apesar da existência de diversos trabalhos já editados sobre o assunto, este trabalho procura enfocar mais o contraste entre a realidade teórica e a realidade da destinação desses resíduos. Para tanto, utilizou-se da releitura bibliográfica de diversos artigos e da diversa legislação existente para subsidiar a discussão sobre o tema. Como resultados, surgiram diversas indagações sendo a principal delas o porquê da existência de uma grande distância a ser percorrida entre o que está no papel e o que deveria ser feito corretamente.
Palavras-Chave: Formação Acadêmica; Resíduos de Saúde; Impacto Ambiental.
- INTRODUÇÃO
Os resíduos dos serviços de saúde merecem rigorosa atenção, pois representam grande perigo à saúde pública devido ao alto grau de contaminação por microrganismos causadores de diversas patologias, por este motivo é necessário estudar e conhecer os riscos de um manejo, armazenamento e destinação inadequados dos resíduos dos serviços de saúde. Sabemos que grande parte da produção destes resíduos ainda são destinados incorretamente, devido o despreparo dos próprios profissionais da área.
Apesar da existência de diversos estudos e definidas resoluções que analisam e padronizam o gerenciamento dos resíduos de saúde, ainda se observa um grande descaso e enorme desconhecimento sobre os procedimentos básicos para se evitar, ou minimizar os riscos da contaminação ambiental. Como os profissionais da saúde estão diretamente ligados à geração destes resíduos, a observação dos procedimentos corretos é fundamental para se evitar uma disseminação de agentes patológicos no meio ambiente.
Diante do exposto, cabe aos profissionais da área preocupar-se com a geração destes resíduos dentro de suas atividades para que se possam reduzir os riscos de contaminação à saúde dos profissionais da área bem como dos pacientes e demais funcionários das instituições de saúde, a preocupação em se ter maior controle sobre a produção de resíduos faz com que ocorra um menor impacto sobre o meio ambiente e, propicia, desta forma, uma melhor qualidade de vida para a população em geral.
Dentro do contexto estudado, se percebeu a existência de diversos pontos convergentes, que vão desde um processo de formação carente destes profissionais ainda nas universidades até a maneira como as instituições de serviços de saúde abordam o assunto. Falta de conscientização, de instrução e de incentivos a toda equipe profissional envolvida, direta ou indiretamente, no gerenciamento destes resíduos, são uns dos motivos pelos quais ainda temos grande deficiência no controle e tratamento adequado a estes materiais, que em sua grande maioria são de alto risco para o bem estar da população e a qualidade do meio ambiente. Nota-se também a importância de orientar as equipes de higienização quanto o acondicionamento e o correto descarte destes resíduos para que possamos reduzir muitos dos impactos nocivos a toda a população.
O objetivo deste trabalho é demonstrar que existe uma grande distância ainda a ser percorrida entre a aplicabilidade dos conceitos e legislações vigentes com a real conscientização dos profissionais quanto ao cuidado com os resíduos gerados pelos diversos serviços de saúde no tocante à contaminação ambiental.
- REFERENCIAL TEÓRICO
Os resíduos dos serviços de saúde (RSS) são gerados em todos os estabelecimentos onde há atividades de assistência à saúde humana e animal. São nocivos à saúde humana e agressivos ao meio ambiente, portanto, estes prestadores de serviço de saúde devem estar assessorados com serviços de coletas, transporte, tratamento e destinação final adequada a estes resíduos. Podemos citar como exemplo os ambientes hospitalares, laboratório de análises clinica, ambulatórios, unidades básicas de saúde, serviços móveis de atendimento (SAMU’s), equipes de resgate e de transporte de pacientes, são considerados também geradores de resíduos de saúde as clínicas veterinárias, os consultórios odontológicos, os dermatológicos e os demais ramos da área da saúde que produzam, de uma forma geral, seus resíduos.
Conforme a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC da Agência Nacional de Vigilância Sanitária¹ (ANVISA) nº 306 de 07/12/2004 e a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente² (CONAMA) nº 358/2005, há uma normatização do gerenciamento de resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSSS), que definem as diretrizes sobre o gerenciamento dos mesmos, considerando os princípios da biossegurança, da preservação da saúde pública e do meio ambiente, onde estabelece e classifica os resíduos de serviços de saúde de acordo com o risco que cada tipo de resíduo pode oferecer aos profissionais das diversas áreas da saúde, bem como os impactos ambientais diante de um manejo inadequado dos RSSS. Estes resíduos são classificados da seguinte forma: Classe A – Risco Biológico; Classe B – Risco Químico; Classe C – Rejeitos Radioativos; Classe D – Resíduos Similares aos Resíduos Domésticos e, Classe E – Resíduos Perfurocortantes. Faz-se importante, ainda, ressaltar que os resíduos da Classe C – Rejeitos Radioativos, devem ser gerenciados em conformidade com as diretrizes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)³.
Convém salientar que não são gerados apenas resíduos sólidos, mas também resíduos líquidos, resultantes da higienização das mãos, limpeza de materiais não descartáveis e da higienização de ambulâncias, os quais também devem ser devidamente recolhidos e descartados, não podendo os mesmos ser desprezados na rede normal de esgoto. Porém, até onde se podem observar esses resíduos não são descartados adequadamente, pois a maioria dos hospitais são construções antigas, e, portanto suas tubulações de efluentes estão conectadas a rede comum de esgoto, e considerando que a maioria das cidades não tem estações de tratamento desses efluentes, eles acabam por ser despejados in natura em fontes de água.
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