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Resenha: O nascimento da Medicina Social

Por:   •  9/6/2018  •  Resenha  •  760 Palavras (4 Páginas)  •  1.362 Visualizações

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Resenha: o nascimento da Medicina Social

Tony José de Souza

FOUCAULT, M. O nascimento da medicina social. In__. Microfísica do poder. 9ª edição. Rio de Janeiro, 1979, p.79-98.

A medicina moderna, científica e social, centrada no corpo social, sendo uma prática social, na qual somente alguns dos seus aspectos são individualistas, valorizando a relação médico e paciente. Nesta perspectiva a medicina social surge como importante mecanismo de regulação dos individuos e suas distintas formas de viver, contrapondo a medicina da idade média que era individualista.

 O capitalismo contribuiu para a socialização do corpo enquanto força de produção e trabalho, e o controle da sociedade sobre os individuos começa no corpo, sendo este uma realidade bio-política, e a medicina social surge como uma estratégia bio-política. A medicina como estratégia bio-política assume investidas políticas e sociais, que visavam o controle dos níveis de saúde do coletivo. O corpo é a realidade bio-política da qual a medicina social se apropria e cria mecanismo regulatórios para o bem viver em sociedade.

 A medicina social surge inicialmente para dar respostas as necessidades sociais e de saúde vivenciadas no século XVIII, assumindo somente na metade do século XIX preocupação com o nível de saúde da força produtiva que impulsiona o desenvolvimento e expansão do capital. A formação da medicina social enquanto estratégia bio-política, inicia-se na medicina de estado, perpassa a medicina urbana e a medicina da força de trabalho. Ao longo deste percurso observa-se diversos esforços estatais no sentido de intervir na realidade social.

A medicina de estado desenvolveu-se na Alemanha no século XVIII, alicerçada no desenvolvimento da prática médica centrada na melhoria dos níveis de saúde da população, através de programas que eram desenvolvidos pela polícia médica (agentes do estado). Tais programas objetivam controlar a morbidade e mortalidade por meio de inquéritos e observação sistemática dos registros hospitalares, sendo os médicos responsáveis por supervisionar o processo de monitoramento.

A medicina de estado foi responsável pela normalização do processo o ensino, a prática e os saberes médicos, subordinando os profissionais a uma administração central, sendo o profissional médico foi o primeiro indivíduo exposto a normalização do estado Alemão. Os funcionários médicos eram nomeados pelo governo e assumiam a responsabilidade sobre a saúde dos individuos de determinado território, exercendo papel de administrador da saúde e representantes do estado.

A segunda direção do desenvolvimento da medicina social é representada pela medicina urbana vivenciada na França, no final do século XVIII, centrada no desenvolvimento dos espaços urbanos e controle das principais morbidades. A medicina urbana surge em respostas as condições de vida observadas nas principais cidades da França, sendo fortemente alicerçada na higiene pública e na produção de espaços urbanos salubres. Dentre as práticas estabelecidas cabe destacar a divisão das cidades em bairros que eram controlados por chefe de distritos, inspetores e vigilantes que diariamente registravam o controle do ar, da água, e a morbimortalidade vivenciada dentro do seu território.

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