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A Química Geral Aps

Por:   •  17/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.153 Palavras (9 Páginas)  •  354 Visualizações

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE[pic 1]

Curso: FARMÁCIA

Disciplina: ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

Prof (a):

Nome do aluno:

RA:

Turma:

 

QUÍMICA GERAL

RESUMO

ARTIGO 1

ATIVIDADE ANTICHAGÁSICA DE LIGNANAS E NEOLIGNANAS

        As lignanas e neolignanas, fazem parte de uma classe de produtos naturais, que possuem uma grande diversidade de estruturas químicas e atividades farmacológicas, sendo formadas pelo acoplamento de duas unidades fenilpropanoides. Como estas unidades são ligadas entre si determinam a sua classificação: as lignanas ligam-se pela posição 8 e 8’ da cadeia alifática, e a as neolignanas são formadas pela ligação de qualquer outra posição da unidade fenilpropanoide que não seja 8 e 8’. As lignanas são acumuladas em madeiras como resposta a ferimentos mecânicos ou a invasão de fungos ou bactérias. Durante a digestão, as bactérias intestinais convertem o secoisolariciresinol e o matairesinol em enterodiol e enterolactona. Estas lignanas sofrem circulação enterro-hepática, sendo conjugadas no fígado e excretadas na bile, desconjugadas no intestino por enzimas bacterianas, absorvidas através da mucosa intestinal retornando ao fígado pela circulação.

         A tripanossomíase americana é causada pelo protozoário tripanosoma cruzy, que é   transmitido ao hospedeiro, pelo vetor hematófago conhecido como barbeiro. A doença de chagas foi descoberta, em 1909, pelo médico brasileiro Carlos chagas. Os tratamentos clínicos empregados na década de 60-70 foram com o benzonidazol e o nifurtimox. O composto é o único fármaco disponível para o tratamento da doença e apresenta índice de cura de 70-80% na fase aguda. Essa doença apresenta duas fases características, uma aguda que corresponde a infecção e disseminação do protozoário no organismo, e uma crônica que se manifesta como miocardiopatia megaesôfago. Apesar dos grandes esforços realizados para erradicar o vetor da doença, ela ainda representa um sério desafio, em razão do longo período de latência. A grande dificuldade de eliminação do parasita se deve as diversas vias de alternativas de transmissão e, também, pelo grande número de vetores e reservatórios existente. Um dos grandes problemas enfrentados na busca de um fármaco eficiente para o tratamento da doença de chagas é o fato do parasita possuir um complexo ciclo biológico, que envolve três formas distintas: epimastigota, forma presente no vetor; tripomastigota, forma sanguínea circulante e infectante e amastigota, forma de replicação intracelular.

        Futuramente, os produtos naturais, podem substituir muitos medicamentos atuais, que apresentam pouca eficácia e efeitos colaterais. Izumi e Col fizeram uma revisão, onde descreveram 18 espécies de plantas que já tiveram suas frações hexânicas ou metanólicas

testadas contra diferentes fases da vida do T. cruzi. Algumas apresentaram excelentes atividades biológicas, no entanto apenas 10% das plantas ativas tiveram seus princípios ativos isolados e caracterizados. Dentre os compostos isolados, 13 são ignanas. A maior parte destes compostos apresentou atividade. Todos os compostos isolados foram caracterizados e avaliados frente ás formas epimastigota do T.cruzi incubado por um período de 72 horas. Bernardes et al. Relataram a síntese de análogos dos produtos naturais verguensina e grandisina , que são compostos que vem representandos potente atividade in vitro frente a forma tripomastigota com cl50= 2,3 e 3,7 Mm. Sousa et al. Descreveram a atividade tripanocida de alguns compostos derivados da (-)- cubebina, produto natural extraído de uma espécie de pimenta indiana , a piper cubeba. Silva et al. Relataram a sítese do metilpluviatolido a partir do intermediário 36, obtido de acordo com as metodologias descritas por Lamdais e Charlton. Del Omo al. Relataram a atividade ainti-chagásica de uma série de estilbenos naturais e sintéticos, frente as formas epimastigota e tripomastigota de T. cruzi, e alguns compostos mostraram-se tão potentes quanto o benzonidazol. Cabral et al.  Isolaram duas neolignanas licarinas A de Nectandra glabrescens benth e Buchelina de Ocotea cymbarum Kunth. Essa duas neoglinanas tiveram suas atividades tripanocidas avaliadas contra a forma tripomastigota. Pereira et al. Prepararam a licarina A através do acoplamento oxidativo do isoeugenou. O composto 45, obtido como uma mistura racêmica foi ensaiado frente à forma tripomastigota de T. cruzi incubados por 24 horas, apresentando cl50=127,17Mm. Os compostos isolados e sintetizados são na maioria das vezes ensaiados frente à forma epimastigota do T. cruzi, pois as formas tripomanstigota e amastigota requerem mais recursos para manter modelos animais ou culturas celulares infectadas. Cabral et al e Pereira et al. ensaiaram a licarina A empregando o mesmo tempo de incubação e a mesma cepa y, no entanto os valores obtidos nos ensaios foram diferentes. Essa diferença se deve ás condições empregadas na realização do ensaio. Na metodologia de Cabra, é utilizada acetona para solubilizar o composto, enquanto que Pereira emprega DMSO. Há também uma variação na preparação dos meios empregados nos dois artigos, levando a essa diferença de resultados entre os dois ensaios. Garcia e Azambuja avaliaram os efeitos de algumas lignanas e neolignanas adicionados na dieta de Rhodnius prolixus, um dos principais vetores causadores da doença de chagas. Be et al. testaram 43 tipos de extratos orgânicos de 39 planas frente ao T. cruzi, dentre eles o melhor resultado foi com as ráizes de Aristolochia taliscana, conhecida com guaco. O extrato matou as formas epimastigota do T. cruzi em concentração de 0,5 mg/ml, em 48 horas.

         Ainda que todo o ciclo da doença de Chagas tenha sido descrito há mais de 100 anos, não há ainda uma estratégia quimioterapêutica efetiva para o seu tratamento, que vem sendo realizado de forma muito mais sintomática que etiológica. Em vista da necessidade de novas substâncias com atividade biológica do T. cruzi o interesse pela pesquisa bem crescendo com o intuito de se obter compostos capazes de atuarem sobre o parasita desprovidos de graves efeitos colaterais. Estudos desenvolvidos envolvendo lignanas e neolignanas tem demonstrado a importante atividade desses compostos sobre as diferente formas do parasita. A continuidade destes estudos podem contribuir para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento da doença de chagas.

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