Automedicação entre profissionais de saúde
Por: Licínio Amaral • 23/8/2015 • Seminário • 651 Palavras (3 Páginas) • 651 Visualizações
Automedicação entre profissionais de saúde
Introdução
Segundo a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo usuário, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde (médico ou odontólogo). Esta prática é bastante comum não apenas no Brasil, mas em outros países, devido à precariedade dos sistemas de saúde, que acabam por induzir os pacientes a buscarem meios não corretos para o alívio dos sintomas que os afligem.
A automedicação não está restrita somente a leigos ou à camada da população mais carente, ela está cada vez mais presente entre os profissionais da saúde, como farmacêuticos, fisioterapeutas e enfermeiros. Percebe-se que os mesmos têm consciência dos riscos, mas o faz pelo motivo de estarem constantemente envolvidos com ambiente hospitalar, sentindo-se assim seguros em se automedicar.
Métodos
A pesquisa de campo foi de caráter quantitativo, onde foram entrevistados 50 profissionais de saúde dos mais variados graus de instrução (fisioterapeutas, farmacêuticos, enfermeiros, auxiliar de farmácia, técnico de farmácia e enfermagem, entre outros). Os dados foram coletados em estabelecimento de saúde (clínicas, hospitais, consultórios, drogarias e farmácias), durante o mês de Abril de 2015. Através de um questionário de múltipla escolha contendo 12 perguntas testes, onde o entrevistado assinala os que mais se encaixam em seu perfil.
Resultado e Discussão
Mostrou-se que a prática da automedicação está presente em 92% dos profissionais de saúde pesquisados, sendo que 76% são do sexo feminino, e 23% apresentam como sintoma prevalente dor de cabeça que os levam à automedicação, 15% fazem uso de Dipirona sem prescrição médica, pois alegam que e um medicamento comum e que não tem necessidade de prescrição, observou-se que os medicamentos que são mais usados entre os profissionais são os das classes de analgésicos e anti-inflamatórios que ficam e observou-se também um uso indiscriminado de 5% de psicotrópicos e 5 % de outros medicamentos como antigripais, antibióticos e antidepressivos. Ambos os profissionais alegam que conhecem os ricos da automedicação, mais que devido à correria do dia a dia, o conhecimento sobre a classe terapêutica e o fato de ter acesso fácil aos medicamentos os mesmos optam por se medicar ao invés de procurar auxílio médico e pior alegam também que indicam medicamentos sem receituário a outras pessoas.
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Gráfico 1. Perfil dos profissionais de saúde em relação à idade e sexo. Ribeirão Preto-SP, 2015
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Gráfico 2. Medicamentos mais utilizados entre os profissionais de saúde. Ribeirão Preto-SP, 2015
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Gráfico 3. Principais sintomas apresentados pelos profissionais de saúde. Ribeirão Preto - SP, 2015.
Conclusão
Este estudo evidenciou que a prática da automedicação em profissionais de saúde é elevada, sendo maior a prevalência do sexo feminino devido a uma questão histórica e social. O motivo pelo qual a prática é existente é que os profissionais acreditam ter conhecimento de sua patologia, conhecimento a ação da droga e do alívio rápido dos sintomas apresentados, e a indicação na maioria dos casos são próprias. O analgésico seguido do anti-inflamatório foram os medicamentos mais administrados. Outro dado alarmante é que os profissionais acreditam que os medicamentos não têm contra indicação e que a prática da automedicação não pode mascarar doenças, porém o estudo evidenciou que grande parte faz indicação de medicamentos a outras pessoas. Assim, a automedicação torna-se um problema de grande proporção com várias questões inseridas e aparentemente como uma prática de difícil controle. A única forma de reverter esta situação é a orientação dos profissionais, com uma abordagem maior sobre os riscos gravíssimos que esta prática pode acarretar em campanhas educativas e nos cursos de graduação ministrados nas disciplinas de farmacologia e bioética, deixando explícito que a automedicação pode dificultar o diagnostico de doenças e trazer riscos graves a saúde.
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