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Caso clínico farmacologia AINES e TGI

Por:   •  27/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.439 Palavras (6 Páginas)  •  1.691 Visualizações

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Caso Clínico 1

Tom é um estudante de curso de pós-graduação de 24 anos de idade. Apresenta-se comboa saúde, apesar de estar consumindo aproximadamente dois maços de cigarros e estartomando cinco xícaras de café por dia. Neste momento, encontra-se estressado, devido àproximidade do prazo de entrega de sua tese. Além disso, vem tomando dois comprimidos deaspirina por dia nos últimos 2 meses devido a uma lesão no joelho sofrida enquanto esquiavadurante as férias de inverno.Nessas últimas 2 semanas, Tom começou a sentir uma dor em queimação na parte superiordo abdome, que aparece 1 a 2 horas após a ingestão de alimento. Além disso, essa dor oacorda freqüentemente por volta das 3 h da madrugada. A dor é habitualmente aliviada com aingestão de alimento e o uso de antiácidos de venda livre.Com o aumento da intensidade da dor, Tom decide consultar o seu médico, o Dr. Smith, queverifica que o exame do abdome é normal, exceto por uma hipersensibilidade epigástrica àpalpação. Ele discute as opções de exames diagnósticos com Tom, incluindo exameendoscópico. Durante o exame, uma úlcera é identificada na porção proximal do duodeno, naparede posterior. Efetua-se uma biópsia de mucosa do antro gástrico para a detecção de Helicobacterpylori.O diagnóstico é de úlcera duodenal. O Dr. Smith prescreve omeprazol, um inibidor da bombade prótons (IBP). No dia seguinte, quando o relatório de patologia indica a presença deinfecção por H. pylori, o Dr. Smith prescreve bismuto, claritromicina e amoxicilina, além doIBP. O Dr. Smith também aconselha Tom a parar de fumar e de beber café e, sobretudo, aevitar o uso de aspirina.

  1. Como deve ser o tratamento nessa situação? por quanto tempo?

A infecção por H.pylori, indica que a provável causa da ulcera é devido à presença desta bactéria no trato gastrointestinal que produz uréase que gera amônia, levando a um dano na mucosa gástrica e processo inflamatório. A claritromicina em conjunto com amoxilina e IBP (omeprazol) são ótimos para eliminação da bactéria (sendo este o foco para eliminação do problema) e proteção do TGI. O tratamento dura em torno de 14 dias. Para alívio dos sintomas, recomenda-se uma mudança no seu hábito de vida, como parar de fumar e beber café pois são fatores agressores diretos. O estresse também é um fator que afeta direto no sistema gastrointestinal. Devido a lesão do joelho, o paciente está tomando um AINES, e este inibe a COX, assim não há produção da prostraglandina que é responsável por atuar nas células epiteliais da mucosa produzindo muco protetor e bicarbonato para neutralização da acidez, e não está atuando de forma intensa nas células parietais inibindo a saída de H+, colaborando assim para maior lesão da mucosa gástrica. Após a alimentação, ocorre estimulação das células parietais para liberar H+ e isso machuca ainda mais a região desprotegida de muco. Por isso a indicação do bismuto, em que este se combina com glicoproteínas presentes no muco, criando uma barreira crioprotetora contra essa acidez, além de ter ação contra H.pylori, cicatrizando ulceras gástricas e duodenais. O IBP serve para bloquear os canais de K+/H+não permitindo a saída do próton H+ reduzindo a acidez.

b) Quais os potenciais efeitos adversos do tratamento?

Distúrbios do paladar

Náusea

Enxaqueca

Diarreia

Vômitos

Dor abdominal

Infecção

Caso Clínico 2

a) Explique os mecanismos relacionados ao desenvolvimento de úlcera em paciente

que faz uso crônico de AINES.

Pacientes que fazem tratamento crônico com AINES podem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento de úlceras gástricas, uma vez que essa classe de fármacos tem como consequência de seu mecanismo a inibição das enzimas COX1 (relacionada a produção de muco como barreira protetora para a mucosa epitelial gástrica) e COX 2 (relacionada ao desencadeamento de processos anti-inflamatórios). As enzimas COX são sintetizadoras de prostaglandinas (PGs), que atuam no trato gastrointestinal como um fator protetor da mucosa gástrica, por induzirem maior secreção de muco rico em bicarbonato para neutralizar a quantidade de H+ secretada pelas célula parietais, evitando lesões do epitélio. Com o uso de AINES, essas enzimas estarão bloqueadas e não sintetizarão PGs, de modo que a mucosa gástrica estará desprovida de proteção contra a ação lesiva do HCl secretado pelas células parietais, ocasionando úlceras pépticas. Além disso, as PGs tendem a reduzir a quantidade de HCl secretada por essas células, de modo que, pode ocorrer uma desregulação ou liberação excessiva de ácido gástrico no estômago, contribuindo para a formação de lesões/úlceras.

b) Explique o mecanismo de ação da ranitidina e seus principais efeitos adversos.

A ranitidina é um fármaco redutor da acidez estomacal da classe dos antagonistas de receptores histaminérgicos H2. Dessa forma, inibem o receptor de histamina H2 (acoplado à proteína G) das células parietais do estômago, bloqueando a ação estimulatória de secreção de HCl da histamina sobre a célula parietal. Com o bloqueio desse receptor, não haverá ativação da adenilato ciclase nem formação de AMPc, nem ativação da PKA, que, estando inativa, não estimulará maior atividade da bomba de prótons das células parietais. Assim, inibem 1 dos 3 estímulos (histamina, gastrina, acetilcolina) que aumentam a atividade da bomba de prótons. São altamente seletivos, bloqueando H2 em detrimento dos receptores H1 e H3. Por possuírem uma estrutura molecular muito semelhante a da histamina, competem com ela pela ligação aos receptores H2, de modo que quando estão em alta concentração no organismo, deslocam a histamina e se ligam a esses receptores em um bloqueio reversível. Não inibem completamente a secreção ácida pela célula parietal (de 60 a 70%) devido a presença dos demais estímulos estimulatórios, mas atuam principalmente inibindo a secreção basal, estimulada por alimentos e por vários agentes farmacológicos. Dentre seus principais efeitos adversos, estão ginecomastia e galactorréia (efeito antiandrogênico), oligoespermia e impotência sexual, diarreia, cefaleia, sonolência, confusão mental e febre.

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