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FARMACOGENÉTICA: UMA NOVA PERSPECTIVA

Por:   •  28/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.521 Palavras (7 Páginas)  •  348 Visualizações

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FARMACOGENÉTICA: UMA NOVA PERSPECTIVA

RESUMO: A farmacogenética pode identificar os fatores genéticos que explicam a variabilidade individual na resposta aos medicamentos, estuda como diferenças genéticas entre indivíduos podem afetar as respostas às drogas. Neste sentido, polimorfismos genéticos em enzimas metabolizadoras, transportadores ou receptores contribuem para as variações nas respostas a medicamentos. Esta revisão objetiva introduzir alguns princípios, enfatizando alguns importantes achados clínicos e aplicações que podem contribuir para a melhoria da terapêutica.

Palavras Chaves: Farmacogenética, medicamentos, terapêutica ;

Abstract: Pharmacogenetics can identify genetic factors that explain the individual variability in response to drugs, studies how genetic differences between individuals can affect responses to drugs. In this regard, genetic polymorphisms in drug metabolizing enzymes, transporters, receptors and contribute to variations in responses to drugs. This review aims to introduce some principles, emphasizing some important clinical findings and applications that can contribute to the improvement of therapy.

Introdução

A farmacogenética (ou farmacogenômica) trata da influência dos fatores genéticos sobre a resposta aos medicamentos. Pacientes tomando uma dose padronizada de determinado medicamento podem não responder, responder apenas parcialmente ou experimentar reações adversas, e boa parte dessa variabilidade interindividual se deve a fatores genéticos ou hereditários. A farmacogenética busca identificar variações individuais que afetem o metabolismo ou o mecanismo de ação dos medicamentos, comprometendo sua eficácia ou segurança. (Piranda N D,2013).

A primeira descoberta da farmacogenética foi feita há mais de 50 anos em doentes com uma deficiência na enzima glicose-6-fosfato-desidrogenase. Estes doentes desenvolveram hemólise quando tratados com primaquina (um antimalárico muito usado na altura) e foi desenvolvida uma correlação entre a deficiência enzimática e a reação adversa observada.

Cinquenta anos depois da descrição da dupla hélice do DNA potenciou uma nova era para a genética.  A indivíduos diferentes correspondem genomas diferentes e, por isso, podem responder de forma diferente a uma dose pré-definida como dose ideal, não só porque poderão ter capacidades diferentes de absorção do fármaco, mas também porque poderão, ter ausente uma importante enzima do metabolismo desse fármaco, ou poderão ter variantes alélicas “normais”, os chamados polimorfismos, com reflexo por exemplo no metabolismo. (Gouveia N, 2009).

Aplicações da farmacogenética

Permite a identificação de novos alvos terapêuticos, a revisão dos protocolos de estudo e das exigências para a aprovação de novos fármacos, o desenvolvimento de testes genéticos para a escolha de medicamentos, a revisão das doses preestabelecidas e outras realizações. Para a indústria farmacêutica, a terapêutica individualizada baseada na informação farmacogenética constitui um desafio à estratégia tradicional de criar remédios de uso universal para o maior número de pacientes, e os primeiros frutos já vêm sendo colhidos. Existem hoje medicamentos antitumorais que só têm efeito benéfico nos pacientes com alterações genéticas específicas em suas células cancerosas. Antes de iniciar o tratamento, é indispensável demonstrar a presença dessas alterações. As implicações farmacogenéticas dessa convivência certamente resultarão em descobertas capazes de contribuir para terapêuticas individualizadas mais eficazes e menos tóxicas para a nossa população. (Kurtz S G, 2004).

Possibilidades de tratamento para algumas doenças através da farmacogenética

Farmacogenética em doenças neurológicas        

                                        

 Na epilepsia muitas drogas são ineficientes por isso várias classes de proteínas transportadoras são alvo da farmacogenética.

 A alzheimer uma doença degenerativa do cérebro caracterizada por uma perda das faculdades cognitivas superiores, sua ocorrência eleva-se exponencialmente com a idade avançada, os medicamentos que costumam ser usados são os inibidores de acetilcolinesterase. (Nogueira F. B,2006).

Farmacogenética em doenças cardiovasculares

Enzimas CYP3A4 e CYP2D6 mais importantes no metabolismo de drogas utilizadas para tratamentos cardiovasculares. A varfarina é um anticoagulante onde a enzima metabolizadora possui duas variações alélicas . Os beta-bloqueadores são metabolizados pela enzima CYP2D6.

Os níveis elevados de colesterol, especialmente o LDL, constituem os principais alvos de tratamento para controle de doenças cardiovasculares as drogas inibidoras de HMG Côa redutase, relacionada com a síntese do colesterol endógeno as estatinas. Diuréticos que atuam no rim, aumentando
o volume e o grau de diluição da urina.

O polimorfismo que é o gene codificante de proteína que regula reabsorção de sódio e os beta-bloqueadores têm capacidade de antagonizar os receptores beta da noradrenalina. (Sandrim C. V, 2006).

Farmacogenética para tratamento do diabetes

 O Polimorfismo no diabetes tipo 1 envolvido com genes do complexo dos antígenos leucocitórios humanos, que representam de 40 a 60% da susceptibilidade genética, onde o polimorfismo na diabete tipo 2 são conhecidos, diferentemente dos determinantes poligênicos; (Hirata,2006)

Farmacogenética para tratamento de doenças oncológicas

As causas do câncer são sabidamente variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo.  As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais. Faz-se necessária a pesquisa farmacogenética individual para que a indústria farmacêutica possa desenvolver um quimioterápico preocupado já com essa resposta individual.

Frequentemente o tratamento quimioterápico tem que ser interrompido devido ao aparecimento de sintomas tóxicos inaceitáveis. Porém, aliado a área da farmacogenética, uma outra esperança é na caracterização molecular dos tumores, ou seja na identificação dos principais genes e rotas de sinalização celular alteradas em tumores.  Antes de iniciar um tratamento quimioterápico seria ideal saber quais são as pessoas que respondem bem aquele quimioterápico (devido as suas características genéticas), assim como quais são as principais alterações moleculares do tumor, a fim de escolher o melhor tratamento para cada paciente. (Reis,2006).

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