Fisiopatologia do Câncer
Por: Quesia Menezes • 22/10/2016 • Trabalho acadêmico • 2.343 Palavras (10 Páginas) • 875 Visualizações
Fisiopatologia do Câncer de Mama
Prof.ª Fabiana Aparecida Vilaça[1]
Cleber Arboleia, Daiane Correia, Quésia Menezes[2]
RESUMO
O câncer é um processo lógico coordenado, onde uma célula normal sofre modificações e adquire capacidades especiais (OTTO, 2002). É um processo patológico que começa quando uma célula anormal é transformada pela mutação genética do DNA celular. São muitas as formas de diagnosticar a doença, através do autoexame nas mamas, mamografia, ultra sonografia, marcadores tumorais, imunohistoquímica (IHQ), proteína p53, MIB-1 e Ki-67 e a biópsia.
A presente pesquisa trata-se de um estudo exploratório, descritivo feito através de levantamento bibliográfico, baseado nas bases de dados Google (Biblioteca virtual) e Bvs (Biblioteca virtual em saúde), com o objetivo de discutir a fisiopatologia do câncer e a importância do diagnóstico precoce. O controle do câncer de mama representa, atualmente, um dos grandes desafios para as políticas públicas de saúde no Brasil. Isto tem implicado no desenho de estratégias direcionadas, que culminam na disponibilidade de métodos diagnósticos precoces, terapêutica específica e acompanhamento multidisciplinar aos pacientes.
1. INTRODUÇÃO
O câncer de mama é uma das doenças mais incidentes em mulheres na faixa etária de 40 a 59 anos com múltiplos fatores de risco associados: fatores genéticos, ambientais e comportamentais, caracterizando-se pela proliferação desordenada e em constante crescimento das células deste órgão. A sintomatologia inicial é um pequeno nódulo no seio, geralmente indolor e que pode crescer lenta ou rapidamente dependendo de sua carcinogênese. (BRITO et al, 2007; HADDAD, 2010).
Diversas substâncias como proteínas, carboidratos, lipídios, glicoproteínas, enzimas especificas de um tumor ou associadas a eles, quando secretadas em grande concentração, constituem os marcadores tumorais. Essas substâncias estão presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, produzidos primariamente por aquele ou secundariamente pelo paciente, em resposta à presença do tumor. A utilização desses marcadores vem contribuindo largamente no diagnóstico preditivo e na avaliação do prognóstico do câncer de mama. Dentre eles, merecem destaque os receptores de estrogênio e progesterona, o receptor de crescimento epitelial (Her-2), a proteína p53 e o receptor de proliferação celular (Ki-67) (CARVALHO, 2010; COSTANZA, 2010).
O câncer de mama envolve basicamente a passagem por três etapas que se sobrepõem: o recebimento do diagnóstico de estar com câncer (sentido como algo de natureza negativa), a realização de um tratamento longo e agressivo, e a aceitação de um corpo marcado por uma nova imagem com a necessidade de aceitação e convivência com a mesma.
Este trabalho tem como objetivo discutir a fisiopatologia do câncer, importância do diagnóstico precoce e tratamento.
2. METODOLOGIA
A presente pesquisa trata-se de um estudo exploratório, descritivo feito através de levantamento bibliográfico, baseado nas bases de dados Google (Biblioteca virtual) e Bvs (Biblioteca virtual em saúde). As buscas bibliográficas foram realizadas privilegiando os últimos cinco anos. Foram considerados apenas artigos na língua portuguesa. As palavras-chave utilizadas foram: câncer; mama; fisiopatologia; diagnóstico.
Duzentos e trinta arquivos foram encontrados, adotando-se, portanto, alguns critérios de exclusão. Os textos que se referiam a algum lugar específico foram desconsiderados, devido à relevância dada aos aspectos culturais envolvidos, bem como aqueles que se referiam a uma etnia específica. Aqueles em que o enfoque era sobre a família também foram desconsiderados, já que o objetivo é compreender a mulher acometida pela doença.
A amostra constou de 7 referências, 5 artigos científicos e 2 dissertações de mestrado. Os estudos permitiram formular questões norteadoras sobre a importância do diagnóstico precoce, tratamento e mudanças efetivas na vida da pessoa.
3. FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA
Inicialmente será descrito os aspectos anatômicos e fisiológicos das mamas para uma melhor compreensão da formação e atuação da célula tumoral neste tecido.
3.1 Anatomia e Fisiologia da Mama
As mamas são órgãos pares, situadas na parede anterior do tórax, sobre o músculo grande peitoral (HARRIS et al., 1996).
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Figura 1 – Anatomia da Mama
Fonte: http://www.clinimater.com.br/images/anat_mama2.jpg
De acordo com Franco (1997), externamente cada mama, na sua região central, apresenta uma auréola e uma papila. Na papila mamária exteriorizam-se 15 a 20 orifícios ductais, que correspondem às vias de drenagem das unidades funcionantes, que são os lobos mamários.
A mama é dividida em 15 a 20 lobos mamários independentes, separados por tecido fibroso, de forma que cada um tem a sua via de drenagem, que converge para a papila, através do sistema ductal, sendo composta pelo:
a) ácino - porção terminal da “árvore” mamária, onde estão as células secretoras que produzem o leite;
b) lóbulo mamário - que é o conjunto de ácinos;
c) lobo mamário - unidade de funcionamento formada por um conjunto de lóbulos (15-20) que se liga à papila por meio de um ducto lactífero;
d) ducto lactífero - sistema de canais (15-20) que conduz o leite até a papila, o qual se exterioriza através do orifício ductal;
e) papila - protuberância composta de fibras musculares elásticas onde desembocam os ductos lactíferos;
f) auréola - estrutura central da mama onde se projeta a papila;
g) tecido adiposo - todo o restante da mama é preenchido por tecido adiposo ou gorduroso, cuja quantidade varia com as características físicas, estado nutricional e idade da mulher;
h) ligamentos de Cooper - responsáveis pela retração cutânea nos casos de câncer de mama, são expansões fibrosas que se projetam na glândula mamária.
As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, o que torna esses órgãos mais densos e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase que exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós-menopausa (HARRIS et al., 1996).
Têm como função principal a produção do leite para a amamentação, mas têm também grande importância psicológica para a mulher, representando papel fundamental na constituição de sua autoestima e auto imagem. Embelezam a silhueta do corpo feminino e desempenham também função erógena e de atração sexual (FRANCO, 1997).
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