Saúde, Política e Sociedade - O Papel da Farmácia
Por: Giovanna Oliveira • 25/6/2017 • Relatório de pesquisa • 3.279 Palavras (14 Páginas) • 433 Visualizações
Universidade de São Paulo
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Saúde, Política e Sociedade - O Papel da Farmácia - HSP0150
[pic 1]
Tema 2: Malária
Beatriz de Novaes Boldo -
Carolina Villela Marçal - 8972308
Gabriela Gallo - 8972191
Giovanna Oliveira - 8971381
Victória Bombarda Rocha - 8972354
São Paulo
2017
O que é a doença?
A malária é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Plasmodium. Em humanos, cinco espécies de protozoários podem causar a doença: P. falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi, mas no Brasil estão presentes os três primeiros. Os parasitas são transmitidos pela picada de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles infectadas.
Após a picada, a forma infectante dos plasmódios que entra na corrente sanguínea migra para os hepatócitos, onde os parasitas se multiplicam e se diferenciam; em seguida, retornam à corrente sanguínea e invadem hemácias que começam a ser destruídas e assim aparecem os primeiros sintomas da malária.
O período de incubação pode variar em torno de 8 a 30 dias, dependendo do tipo de plasmódio, da carga parasitária injetada na picada do mosquito e do sistema imune do paciente.
A doença é caracterizada por febre alta acompanhada de calafrios, sudorese, cefaléia, que ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da espécie de parasita infectante, dores de cabeça e dores no corpo. A febre da malária corresponde ao momento em que as hemácias estão se rompendo. A pessoa que contraiu a doença pode ter também, dentre outros sintomas, vômitos, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tontura e sensação de cansaço.
Epidemiologia descritiva da doença: como, onde, por que?
A epidemiologia descritiva é o estudo da distribuição de frequência das doenças e dos agravos à saúde coletiva em função de variáveis consideradas chaves para o estudo. Essas variáveis devem responder às perguntas QUEM?(se referindo às pessoas), ONDE? (sendo uma variável referente ao local de análise) e QUANDO? (referente ao tempo em que ocorre).
-ONDE?
A malária no Brasil ainda representa um grande problema de Saúde Pública, com o maior número de casos sendo registrados na Região Amazônica. No Brasil, a Região Amazônica é composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Os demais estados brasileiros são considerados regiões extra-amazônicas.
A maior parte dos casos de malária são registrados na Região Amazônica com ênfase em ambientes rurais, porém, nos últimos anos vem crescendo o percentual de participação das áreas urbanas.
Em 2011 a Região Amazônica era classificada como de médio risco, com Incidência Parasitária Anual (IPA) de 10,1 casos/1 mil hab. Em 2012, essa classificação passou a ser de baixo risco, com IPA de 9 casos/1 mil hab. E em 2013 esse valor diminuiu mais ainda, passando a ser o IPA de 6,3 casos/1 mil hab.
[pic 2]
Figura 1 – Mapa de risco da malária, Brasil, 2012 e 2013.
[pic 3]
Figura 2: – Incidência Parasitária Anual (IPA) de malária nos estados da Região Amazônica, 2012 e 2013
-QUEM?
Segundo o boletim epidemiológico de 2012, fornecido pela Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde, o risco de adoecer por malária foi maior em pessoas menores de 10 anos e entre 10 e 19 anos (10,3 e 10,4 casos/1 mil hab). Indivíduos do sexo masculino, em todas as faixas etárias, tiveram maior índice de acometimento e ao avaliar o risco da malária pela variável raça/ cor, observou-se que os indígenas são os mais acometidos, seguidos dos pardos, amarelos e pretos.
[pic 4]
Figura 3: IPA de malária de acordo com sexo e faixa etária, Região Amazônica, 2013
[pic 5]
Figura 4:IPA por grupos populacionais, Região Amazônica, Brasil, 2012 e 2013
-QUANDO?
Ao longo do ano, a distribuição dos casos de malária não ocorre de maneira uniforme, sendo que para a Região Amazônica o período após as chuvas coincide com o período de maior transmissão da malária, devido a condições propícias à proliferação dos vetores. Em todos os estados o segundo semestre do ano é o período que corresponde a maior quantidade de casos, devido a maiores períodos chuvosos.
Diagnóstico Diferencial
Pode-se realizar o diagnóstico diferencial, que consiste em uma hipótese formulada pelo médico - tendo como base a sintomatologia (sinais e sintomas) apresentada pelo paciente durante o exame clínico - segundo a qual ele restringe o seu diagnóstico a um grupo de possibilidades que, dadas as suas semelhanças com o quadro clínico em questão, não podem deixar de ser elencadas como provável.
O diagnóstico diferencial da Malária é feito com a febre tifóide, febre amarela, leptospirose, hepatite infecciosa, calazar e outros processos febris. Na fase inicial, principalmente na criança, a Malária confunde-se com outras doenças infecciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou bacteriana. No período de febre intermitente, as principais doenças que se confundem com a Malária são as infecções urinárias, tuberculose miliar, salmoneloses septicêmicas, calazar, endocardite bacteriana e as leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia. Algumas delas apresentam anemia e hepatomegalia.
Diagnóstico Laboratorial
Já o diagnóstico laboratorial consiste nos exames os quais o médico faz o pedido, que irá ajudar a fechar o diagnóstico. Ele é realizado mediante demonstração de parasitos, através do método da gota espessa (usado preferencialmente) ou esfregaço ou testes imunocromatográficos (testes rápidos) em áreas de baixa endemicidade ou difícil acesso. Existem ainda os testes de imunodiagnóstico, como a imunofluorescência indireta (IFI), imunoabsorção enzimática (Elisa), aglutinação, precipitação e radiodiagnóstico, não utilizados na prática diária. Dentre os métodos de imunodiagnóstico, o IFI e o Elisa são mais factíveis operacionalmente.
...