A Química Orgânica no Ensino Médio: Estudo da fragmentação de conteúdos relacionados ao Currículo do Estado de SP
Por: Henrique Romero • 20/6/2017 • Relatório de pesquisa • 3.066 Palavras (13 Páginas) • 719 Visualizações
Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Departamento de Química
A Química Orgânica no Ensino Médio: Estudo da fragmentação de conteúdos relacionados ao Currículo do Estado de SP
Henrique Romero G. M. Ferreira
Isabella Furlin Machado
Profa. Dra. Joana de Andrade
Ribeirão Preto
2017
Sumário
1. INTRODUÇÃO 3
2. OBJETIVOS 6
2.1 Objetivo Geral 6
3. REFERÊNCIAL TEÓRICO 7
4. METODOLOGIA 8
4.1 Tipo de pesquisa 8
5. CRONOGRAMA 9
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11
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1. INTRODUÇÃO
Inicialmente, a química orgânica recebia este nome para descrever substâncias extraídas de organismos vivos, sendo produzidas apenas em organismos vegetais e animais, e não em laboratórios (AUTOR). No século XVIII, Carl Wilhelm Shell conseguiu isolar o ácido tartárico da uva, ácido cítrico do limão, ácido lático do leite, a glicerina da gordura e a ureia da urina. A química orgânica surgiu mediante proposta didática de divisão desta ciência, feita por Torben Olof Bergman (1735-1784), químico sueco, no ano de 1977, devido aos resultados de Carl Wilhelm Shell. Para Torben, a química se dividia em duas: orgânica (que estudava os compostos do corpo dos seres vivos) e inorgânica (que estuda os minerais). Na mesma época, Antonie Laurent Lavoisier (1743-1794), verificou a presença do elemento químico carbono em grande parte dos compostos até então dito orgânicos (SIMÕES NETO, 2009).
Em 1807, o químico sueco Jöns Jakob Berzelius defendia a ideia de que os compostos orgânicos não poderiam ser sintetizados em laboratórios, ou seja, não poderiam ser produzidos artificialmente. Tendo em vista que para Berzelius, os compostos orgânicos eram produzidos a partir de uma força vital característica dos organismos vivos. Tal teoria ficou conhecida como a teoria da força vital ou Vitalismo.
Durante anos, as ideias de Berzelius eram aceitas pelos químicos devido ao fato de que na época nenhum composto orgânico havia sido obtido artificialmente, colocando assim, uma barreira para o desenvolvimento da química orgânica.
Em 1828, o químico alemão Friedrich Wöhler conseguiu sintetizar em laboratório a ureia, um composto orgânico, a partir do aquecimento do cianato de amônio, um composto inorgânico. Dessa forma, a teoria da força vital foi derrubada e a química orgânica cresceu exponencialmente devido ao fato de que diversos compostos passaram a ser sintetizados. Como a ideia de que os compostos orgânicos derivavam apenas de organismos vivos não era mais aceita, a definição de química orgânica proposta por Friedrich August Kekulé (30 anos após a síntese de Wöhler) passou a ser definida como a química que estuda os compostos de carbono que estão relacionados a fontes naturais ou sintéticas. Dentre as aplicações desta disciplina está o desenvolvimento tecnológico e industrial de diversas áreas como, por exemplo, da área de combustíveis fósseis e também a de medicamentos.
Considerando a importância da química orgânica para a sociedade (fundamental para o desenvolvimento científico e industrial durante o século XX, em especial, a descoberta do petróleo), surge um interesse em analisar a importância dos conteúdos abordados no ensino médio, bem como conhecer a concepção dos alunos acerca desta disciplina, incluindo o ensino da mesma.
Segundo Nascimento (2007), na escola vivemos um paradoxo, pois o ensino de química orgânica geralmente possui abordagem extremamente teórica, que não se relaciona com o cotidiano do aluno.
Diante disso, considerando os pensamentos de Nunes et al., (2009), verifica-se que as mudanças no atual modelo de ensino são necessárias para que os alunos consigam contextualizar e relacionar o conhecimento químico com questões científicas, sociais, ambientais e tecnológicas.
Segundo Kuenzer, (2005), O ensino médio deve consolidar o domínio das diferentes linguagens, desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de usar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio histórico para compreender intervir na vida social e produtiva de forma crítica e criativa, construindo identidades autônomas intelectual e eticamente capazes de continuar ao longo de sua vida. Essa finalidade do Ensino Médio leva a compreender que, mais do que denominar conteúdos, deverá o jovem nesse nível, aprender a se relacionar com conhecimento de forma ativa construtiva e criadora.
Eis que aqui entra a Proposta Curricular do estado de São Paulo, a qual se propõe a melhorar a qualidade do ensino, tanto no aperfeiçoamento do professor quanto das instituições escolares, no qual saberes e metodologias diferentes acabam por fazer necessário uma nova forma de se comunicar com os alunos. O currículo é uma fonte de organização de ensino, envolvendo desde as habilidades que se pretende que o aluno alcance como os objetivos, passando pelo conteúdo programático e terminando na avaliação de aprendizagem. Espera-se que o que está incluso no currículo esteja intimamente ligado com que é importante para a sociedade naquele momento. É um entrelaçamento de interesses entre um e outro. O currículo é antes de qualquer coisa uma espécie de organizador de práticas educacionais que por sua vez acaba por se moldar e se constituir como significado educativo através de reflexões que o mesmo faz em relação a esquemas como formativo, socializador, cultural, etc.
Ressalta-se que o currículo serve como base para os professores. Nele, há uma organização do ensino, para deixar mais fácil e claro para o professor quais assuntos tratar, é um instrumento útil para a orientação frente a prática pedagógica do professor. Ou seja, o currículo não tem como finalidade ‘botar rédeas’ no professor, e sim ser uma ferramenta de trabalho.
Com isso, espera-se que o currículo selecione, para o caso da química orgânica, os assuntos considerados importantes para a sociedade no momento. Porém, o ensino de química orgânica no Brasil ainda vem enfrentando problemas na educação, pois este é desvinculado do demais conteúdos de química, geralmente tem como foco a nomenclatura de compostos orgânicos, regras e operações de classificação, e não é adequadamente contextualizado. “Avaliando a opinião de professores do ensino médio sobre a percepção dos estudantes da disciplina química orgânica, constatou-se que a exigência de grande memorização de informações desperta sentimentos de rejeição e antipatia”. (SILVA et al, 2003, p. x).
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