O ESTUDO COMPARATIVO AUTISMO
Por: Natália Mello Silva • 7/11/2022 • Pesquisas Acadêmicas • 3.430 Palavras (14 Páginas) • 182 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
ESTUDO COMPARATIVO
AUTISMO
LUIZA ALMEIDA
MARIA ELISA XAVIER
NATÁLIA MELLO SILVA
SALVADOR
2022
LUIZA ALMEIDA
MARIA ELISA XAVIER
NATÁLIA MELLO SILVA
ESTUDO COMPARATIVO
AUTISMO
Estudo comparativo realizado como requisito parcial de avaliação da disciplina LET 396, do curso de Fonoaudiologia, da Universidade Federal da Bahia. Trabalho realizado sob orientação da docente Fernanda Maria Almeida dos Santos.
SALVADOR
2022
Introdução
Esta atividade avaliativa abordará a linguagem no Autismo, incluindo os efeitos do humor e riso nas falas de crianças que apresentam ou não o “reconhecimento” do humor em si mesmas ou em outras pessoas e a Apraxia da Fala na Infância. São temas que necessitam serem estudados pois, para além da sua importância em si, cada vez mais crianças estão sendo diagnosticadas com Autismo, não pelo fato deste transtorno do neurodesenvolvimento ter aumentado em termos numéricos e sim porque as famílias estão tendo mais acesso à informação e, desta forma, conseguem identificar os sinais de alerta. O engajamento de outros pais, de Autistas adultos, principalmente através das redes sociais, possibilita, geralmente, um primeiro contato e sensibilização. A tríade escola-família-profissional da saúde precisa contar com informações atualizadas e seguras. Algumas vezes é a escola, em especial, na figura do professor, quem identifica particularidades no comportamento da criança.
Tais condições de saúde podem, inicialmente, trazer algum tipo de confusão a olhares menos atentos. Isto porque as singularidades as separam. Tanto o Autismo quanto a Apraxia da Fala na Infância são diagnósticos que necessitam de grande expertise dos profissionais envolvidos. O fonoaudiólogo irá se deparar com sutilezas da linguagem, que na maior parte das vezes podem estar relacionadas com outros sinais e sintomas, por isso é preciso um conhecimento amplo, especializado, treinado e experiente. Neste sentido, faz-se fundamental, inicialmente, se utilizar de uma detalhada anamnese para compreender a criança em seu contexto total (biomédico e especificidades), para assim traçar um plano terapêutico.
Nesta caminhada é imprescindível a atuação multiprofissional, englobando pediatras, neuropediatras, psiquiatras, terapeutas ocupacionais, neuropsicólogos, fisioterapeutas, ou demais profissionais que esta criança necessite. Assim, a busca pelo diagnóstico será tão importante quanto as terapias que seguem. Neste processo de rastreio o fonoaudiólogo, estando habilitado para tal, aplicará testes e fará a avaliação da linguagem que servirá de suporte para a neuropediatria/ pediatria. A importância desses estudos é, sobretudo, dar o embasamento ao profissional fonoaudiólogo para que ele, portando informações relevantes e precisas, auxilie na ampliação do perfil comunicativo dos pacientes. O bom profissional da saúde conhece a necessidade da intervenção precoce, respeita as particularidades de cada indivíduo, tira dúvidas da família, age de forma humanizada.
A maneira de alcançar essas metas é através do conhecimento. Por isso, iremos realizar um estudo comparativo a partir dos textos Riso e Humor: Seus Efeitos na Clínica de Linguagem dos Autismos e Apraxia da Fala na Infância e Autismo: Relações e Distinções, com intuito de valorar a linguagem e sua significativa função para o desenvolvimento humano, devendo esta ser estimulada nas diversas fases da vida. Dentre os teóricos têm-se Silvana Perottino com o artigo Riso e Humor: Seus Efeitos na Clínica de Linguagem do Autismo. Têm-se também Tatianna Maria Medeiros Wanderley e Ana Cristina de Albuquerque Montenegro como autores do texto: Apraxia da Fala na Infância e Autismo: Relações e Distinções.
A relevância desses estudos caminham no sentido de ampliar a compreensão acerca dos mecanismos da linguagem e suas interações. São temas de extrema importância para a fonoaudiologia dada a necessidade de atualização constante desses profissionais, que, por consequência, estarão preparados para lidarem com as demandas trazidas pelas famílias, contribuindo socialmente para uma comunidade mais inclusiva e educacionalmente na disseminação de informações cientificamente embasadas.
Ao longo deste trabalho iremos apresentar na primeira sessão os efeitos do Riso e Humor na Clínica do Autismos. Na segunda sessão o Autismo e a Apraxia da Fala na Infância: Semelhanças, Diferenças e Conexões. Faremos a relação entre os dois temas e elucidaremos como o desenvolvimento da linguagem se dá nessas duas abordagens, salientando que é possível possuir Autismo e Apraxia da Fala da Infância no mesmo indivíduo, ou essas condições podem apresentar-se separadas uma da outra.
Riso e Humor na Clínica do Autismo
No texto 3 "Riso e Humor: Seus efeitos Na Clínica de Linguagem Dos Autismos”, onde o objetivo é tratar do tema do humor/riso nas falas produzidas por crianças pequenas que apresentam ou não o “reconhecimento” desse efeito em si mesmas e/ou no outro, Perrottino (2019) faz uma reflexão acerca da atuação clínica com os autistas a partir de abordagens teóricas capazes de lidar com cada criança em particular. Na primeira parte do trabalho, a autora expõe os postulados da teoria interacionista, contrapondo essa teoria de aquisição de linguagem com outras teorias. Traz também a relação entre essa teoria interacionista com a psicanálise e a clínica da linguagem, com foco na comunicação terapêutica entre adultos e crianças diagnosticadas com TEA.
No debate entre as diversas teorias acerca da aquisição da linguagem e a clínica dos autistas, a autora apresenta um contraponto entre teorias desenvolvimentistas e a teoria inatista de Chomsky. Perrotino (2018) nos traz uma contribuição de Pereira de Castro (2006) que nos esclarece que a gramática da criança já seria em todas as fases uma gramática com todos os seus princípios ativados, “embora seus enunciados possam apresentar diferenças em relação aos do adulto por “problemas de processamento” ou “de desconhecimento de itens lexicais”, ou seja, a criança já tem em si a aquisição de linguagem, e essa deficiência linguística é apenas aparente. Na abordagem interacionista, a noção de aquisição cede lugar ao termo “captura”, onde a criança é capturada pela linguagem. Essa captura ou mudança de aquisição da linguagem envolve, segundo Lemos (2002), “i) a língua como funcionamento linguístico-discursivo, ii) o outro (mãe, ou outro adulto) como instância discursiva e iii) a própria criança”.
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