Otosclerose: Definição e Aspectos gerais/clínicos
Por: Dennyse Müller • 19/6/2018 • Trabalho acadêmico • 1.219 Palavras (5 Páginas) • 505 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE/UNICENTRO[pic 1][pic 2]
Campus Universitário de Irati
Departamento De Fonoaudiologia
Disciplina: Fisiopatologias da Audição
Professora: Cristiana Magni
Aluna: Dennyse Müller
Otosclerose
Definição e Aspectos gerais/clínicos
A Otosclerose é uma doença inflamatória, que afeta o osso da cápsula ótica, na qual os osteoblastos absorvem o osso lamelar maduro, sendo este substituído por um osso de maior espessura, celularidade e vascularidade. (PEREIRA, 2010).
Foi descrita em 1741 por António Maria Valsalv, a anquilose da capsula ótica numa autopsia de uma paciente com surdez, e em 1869, Troltsch denominou otosclerose o estágio final inativo desse processo. Mas só em 1894, Adam Politzer deu a definição histopatológica da Otosclerose.
Na otosclerose o osso endocondral da capsula ótica é reabsorvido pelos osteoclastos e novo tecido ósseo é depositado pelos osteoblastos, ocorrendo assim um tecido desorganizado que não respeita os limites normais da capsula ótica, logo, é vista como uma perturbação local do controle dessas células ósseas. (PEREIRA, 2010)
Predominante em mulheres de raça branca, o foco da doença ocorre principalmente na porção anterior da janela oval, seguida da janela redonda e ainda podendo ocorrer em outros pontos como na porção posterior da janela oval, platina, cóclea, canais semicirculares ossículos e canal facial.
A doença pode ser assintomática ou provocar hipoacusia de transmissão por anquilose (estado de uma articulação móvel cujos movimentos estão diminuídos ou impossibilitados), que é a manifestação clinica mais comum. Porém a doença pode provocar hipoacusia sensorial e/ou alterações vestibulares a partir do momento que atinge o labirinto ósseo.
Pode ser hereditária, e é responsável pela ocorrência de 5-9% das hipoacusias, sendo das hipoacusias de transmissão, responsável por 18-22% das ocorrências.
Sintomas
O sintoma mais comum é a surdez mista com um agravamento progressivo, ora rápida, ora lenta, podendo acompanhar, mesmo que mais raramente, vertigens e acufenos. A surdez pode ser apenas condutiva devido a fixação do estribo, ou com menor frequência, sensório neural, devido ao envolvimento coclear.
Outro sintoma pertinente da otosclerose é a peracusia, a otosclerose costuma atingir as frequências mais em baixas frequências do que as altas. No exame do otoscópio, a aparência do tímpano não demonstra nenhuma alteração.
Diagnóstico
A tomografia computadorizada é melhor forma para a detecção da otosclerose. O diagnóstico vem quando a radiografia demonstra a rarefação óssea no bloco labiríntico ou em casos de otospongiose obliterante, nota-se o espessamento do nicho da janela oval.
Segundo Mendonça e Ribeiro, 2005, o estudo radiológico, agora muito mais acurado, detecta anormalidades na região da janela oval ou próxima a ela em até 90% dos casos, ela demonstra com muita perfeição lesões otoscleróticas ativas ou espongióticas; demonstra também a relação da extensão da lesão tomográfica pela otosclerose com a capsula ótica e o limiar do nível ósseo.
O autor ainda diz que:
[pic 3] .
Tratamento
O tratamento clinico da otosclerose pode ser feito com o uso de medicamentos antienzimáticos ou anti-remodeladores ósseos ou cirúrgico, sendo a estapedectomia ou a estapedotomia.
A estapedotomia segundo TESTA et al. vem sendo cada vez mais realizada e descrita com bons resultados. Uma intervenção que é menos traumática para a cóclea, a estapedotomia promove a melhoria dos níveis de audição propiciando assim o uso de próteses auditivas de menor potência. Mesmo acometendo de forma bilateral, a cirurgia de ambas as orelhas não é recomendada devido ao risco de comprometimento da parte sensório neural, mas diferente da estapedectomia, a estapedotomia é um procedimento mais seguro e, sendo assim, alguns autores recomendam a realização da cirurgia bilateralmente.
Referências
TESTA, J.R.G; MILLAS, I.; DE VUONO, I.M; NETO, M.E.L.R.B.V; LOBATO, MF. Otosclerose: resultados de estapedotomias. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2002, vol.68, n.2, pp.251-253, mar./abr. 2002
PEREIRA, Gonçalo Manuel Nunes Gomes. Otosclerose: Etiologia, Histopatologia e Fisiopatologia. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar ICBAS. Porto, Portugal. 2009.
SALOMONE, R; RISKALLA, P.E; VICENTE, A. O; BOCCALINI, M.C.C; CHAVES, A.G.; LOPES, R; FILHO, G.B.F. Otosclerose infantil: relato de caso e revisão da literatura. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Março/Abril 2008.
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