DSTs - Levantamento de incidências
Por: PaulaRLima • 22/11/2016 • Trabalho acadêmico • 1.202 Palavras (5 Páginas) • 362 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE[pic 1] DEPARTAMENTO DE TOCOGINECOLOGIA DISCIPLINA DE SAÚDE REPRODUTIVA DOCENTE: ANA KATHERINE DA SILVEIRA G. DE OLIVEIRA |
Doenças Sexualmente Transmissíveis |
DISCENTE: PAULA RAFAELA DE LIMA NATAL/RN 2016 |
DSTs ou ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) terminologia adotada para a sua substituição devido à possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas, são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. A transmissão se dá pelo contato sexual sem o uso de preservativos e, ainda, durante a gestação, no parto e no período da amamentação.
As ISTs estão entre as cinco principais causas de procura por serviço de saúde7. A alta prevalência se dá pela automedicação em tratamentos inadequados o que acarreta em uma resistência antimicrobiana e as orientações de prevenção passadas não são seguidas. Poucas referências de base populacional sobre DST foram identificadas. A maioria dos estudos encontrados se concentra em grupos de alto risco, como trabalhadores do sexo, e/ou em clínicas especializadas em DST². Nos países em desenvolvimento, o grande percentual de jovens, o rápido aumento da urbanização e o baixo status da mulher são alguns dos fatores contribuintes para o crescimento dessas doenças7.
As DST são doenças de difícil detecção, principalmente entre as mulheres, pois apresentam poucos sintomas e muitas vezes são assintomáticas, mas podem trazer consequências secundárias severas que prejudicam a saúde reprodutiva e bem-estar da mulher5. Dentre as complicações, podem acarretar disfunção sexual, infertilidade, abortamento espontâneo, malformação congênita, nascimento de bebês prematuros e a morte, caso não sejam adequadamente tratadas.
Nos EUA, alguns autores inferem que a prevalência de DST entre adolescentes deve ser em torno de 25% e a faixa etária de 15 a 24 anos é a de maior risco. Entre adolescentes o uso de preservativos é baixo e a atividade sexual geralmente não é programada. Segundo pesquisas brasileiras revelam que apenas um terço deles ou menos fazem uso. Segundo dados de pesquisas divulgados pelo Ministério da Saúde (MS), os mais baixos índices de uso se encontram entre 15 e 19 anos. No Brasil não há informações sobre a prevalência de DST entre adolescentes. As únicas DST de notificação compulsória são a sífilis e a AIDS e, além disso, cerca de 70% das pessoas com alguma DST buscam tratamento em farmácias, o que faz com que o número de casos notificados fique abaixo da estimativa. As DSTs favorecem a infecção pelo HIV. Do total de casos de AIDS, segundo as categorias de exposição, a via de transmissão sexual é a predominante (53%)7.
Fatores biológicos, psíquicos e sociais foram associados ao aumento da vulnerabilidade dos adolescentes às DST. Do ponto de vista biológico, o epitélio cilíndrico do colo do útero na adolescência se encontra mais exposto e tanto as clamídias como os gonococos têm predileção por este tecido4. A baixa idade da menarca pode levar a um início precoce da atividade sexual, aumentando a probabilidade de contaminação. No âmbito psíquico, a adolescência é uma fase de definição da identidade sexual com experimentação e variabilidade de parceiros. Na esfera social, os baixos níveis escolar e socioeconômico estão associados às DSTs8.
O artigo Conversando sobre sexo: a rede sociofamiliar como base de promoção da saúde sexual e reprodutiva de adolescente, publicada pela Revista Latino Americana de Enfermagem, mostram gráficos (Figura 1, 2 e 3) cujos resultados indicam com quem os adolescentes mais conversam abertamente sobre assuntos como o Ato sexual, esclarecimentos sobre as dúvidas referentes ao sexo, gravidez e as doenças sexualmente transmissíveis. Foi relatado também que uma grande parte dos adolescentes já havia participado de atividades educativas voltadas à educação sexual, promovidas pela escola (86%). Ao passo de que apenas 26% participaram de tais atividades promovidas por alguma unidade de saúde4.
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Quando se trata do atendimento de doenças sexualmente transmissíveis (DST), o desafio é ainda maior, aumentando o diferencial relativo ao gênero. Os homens com DST, culturalmente não costumam ir aos serviços de saúde, que são mais frequentados pelas mulheres. A característica do serviço provoca uma diferenciação na demanda. Nas cidades onde a unidade é específica para o atendimento das DST a demanda maior é de homens5. Quando o atendimento às DST constitui um dos programas das unidades convencionais de saúde, a demanda maior é das mulheres3. Estudos têm mostrado que um porcentual considerável de homens com DST, quando necessitam de tratamento, procuram as farmácias ou se automedicam antes de procurarem a unidade de saúde1. Isto pode ser reflexo das barreiras sociais, culturais e econômicas enfrentadas por estes pacientes. O Ministério da Saúde reconhece que os serviços de saúde, de modo geral, enfrentam dificuldades no atendimento à demanda de DST. A falta de privacidade, de medicamentos e de preparo dos profissionais traz como consequência a baixa resolutividade e leva os pacientes a buscarem local onde não tenham que se expor, nem esperar em longas filas. Portanto, esses problemas precisam ser superados para garantir a interrupção imediata da cadeia de transmissão, motivo que justifica o tratamento imediato do portador de DST. Outro fator importante no atendimento do cliente nas unidades de saúde, além do acesso, é o acolhimento. Ambos, acesso e acolhimento, são essenciais e podem promover uma melhoria no estado de saúde do indivíduo e da coletividade. É de muita importância realizar pesquisas para conhecer as dificuldades enfrentadas pelos homens com DST ao acesso à consulta. Só assim se poderá oferecer subsídios à organização dos serviços, sensibilizar os profissionais, bem como aos gestores, para o planejamento de ações que levem em consideração tais aspectos. O planejamento e o desenvolvimento das ações de DST devem indicar alternativas que facilitem a ida do homem à unidade, e também, que atraiam esta população para o programa por meio de campanhas educativas5.
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