Estudo da contaminação de cédulas circulantes com parasitos
Por: renataelisa • 17/5/2016 • Relatório de pesquisa • 934 Palavras (4 Páginas) • 366 Visualizações
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ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO DE CÉDULAS DE DINHEIRO CIRCULANTES NA CIDADE DE GOIÂNIA
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RESUMO: Em virtude da elevada prevalência de parasitoses intestinais no Brasil e da possível participação de objetos na transmissão dessas afecções, foi desenvolvida pesquisa envolvendo dinheiro difundido na coletividade. Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar a frequência de contaminação parasitária em cédulas coletadas em transportes públicos e em estabelecimentos comerciais de grande circulação monetária na cidade de Goiânia-GO no ano de 2015. Foram analisadas, quanto à presença de formas parasitárias em cédulas de 2 reais.
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INTRODUÇÃO: Estudos epidemiológicos apontam elevada prevalência de parasitoses intestinais no Brasil. Estas representam grave problema de saúde pública e, na maioria das vezes, estão relacionadas às precárias condições de higiene. Diante da elevada resistência de algumas formas de transmissão parasitárias, os objetos inanimados de grande circulação podem adquirir elevada importância epidemiológica. Dentre estes objetos, as cédulas de dinheiro são importantes em virtude de serem frequentemente manuseadas pelas pessoas no dia a dia em todo o mundo. Seu papel como potencial transmissor de agentes patogênicos foi pioneiramente sugerido nos anos 1970. Por consequência, o estudo da presença de parasitos em objetos de grande circulação, como o dinheiro, assume grande importância para o estabelecimento de políticas públicas relativas à saúde e para o estímulo de hábitos de higiene saudáveis, evitando-se, assim, a transmissão destes agentes.
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OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi verificar a frequência de contaminação, por formas evolutivas parasitárias, de cédulas circulantes em estabelecimentos e transportes públicos com grande circulação monetária na cidade de Goiânia-GO.
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MATERIAIS E MÉTODOS: Foram coletadas cerca de vinte cédulas de dinheiro. As cédulas estudadas foram às de 2 reais; sendo estas provenientes de diversos locais dentro do município de Goiânia, como lanchonetes e ônibus urbanos; dando sempre preferência a locais onde a rotatividade de dinheiro é elevada. As cédulas foram coletadas individualmente, encaminhando-as posteriormente ao laboratório para lavagem, individualmente, em placa de Petri, imersão em cerca de 30 mL de água destilada e raspagem cuidadosa, com auxílio de lâminas. Após esse processo, a água foi deixada em repouso para que ocorresse o processo de sedimentação do material a ser analisado. Após sedimentação, desprezou-se o sobrenadante e confeccionou-se as lâminas e estas foram observadas em microscopia óptica.
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RESULTADOS: As lâminas foram confeccionadas da seguinte forma, uma gota do material foi pingado sobre cada lâmina e estas foram cobertas com lamínula. Após esse processo, as mesmas foram observadas em microscopia óptica, em múltiplos aumentos. Porém, todas as amostras analisadas foram negativas, sendo encontrados apenas artefatos como fibra de papel.
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DISCUSSÃO: As infecções parasitárias podem ser transmitidas de uma pessoa a outra por vários meios, até mesmo por objetos inanimados que atuam como fômites. Diversos microrganismos já foram encontrados no dinheiro em circulação, confirmando seu papel como um importante veículo de transmissão de patógenos. Hassan et al., em seu estudo de 2011 no Egito, encontraram indícios de contaminação parasitária em 58,4% das 202 cédulas e moedas analisadas. Uneke & Ogbu (2007) analisaram 250 amostras de dinheiro da Nigéria, encontrando prevalência de parasitos entéricos de 21,6%, porém com ausência de especificações sobre a forma evolutiva de cada estrutura parasitária. No Brasil, poucos estudos foram feitos acerca deste tema, sendo um dos primeiros relatos o artigo publicado por Levai et al. (1986). Nesse trabalho, os autores analisaram 2.014 amostras coletadas na cidade de São Paulo, sendo 1.003 cédulas e 1.011 moedas, e encontraram um percentual aproximado de 0,9% de positividade em cédulas, valor baixo se comparado aos demais estudos do tipo. Brito et al. (2006) analisaram 50 cédulas coletadas em São José dos Campos-SP e encontraram contaminação em 40% das amostras. Piccolo & Gagliani (2008), também no estado de São Paulo, analisaram 300 cédulas e encontraram positividade de 40,6% nas cédulas de R$2,00. Damazio & Souza (2011), em estudo realizado em 97 cédulas em São Mateus- ES, relataram o encontro de cistos de E. coli, E. histolytica/dispar e Giardia duodenalis, além de ovos de Taenia sp. e Ancilostomídeos. Esta grande divergência de resultados encontrados nos estudos citados poderia ser explicada pelas diferentes prevalências de doenças parasitárias nos locais analisados e pelos diversos métodos de coleta, preparo e análise do material. Além disso, as diferenças nos materiais utilizados para confecção das cédulas e moedas podem ter influenciado na transmissibilidade, uma vez que alguns materiais são mais porosos do que outros. No presente estudo, o fato de todas as amostras terem sido negativas pode ser justificado pelo baixo número de cédulas estudadas e possivelmente pelo baixo índice de parasitoses na região de coleta das cédulas.
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