QUALIDADE DO SONO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UNOCHAPECÓ
Por: Alisson S. Marschall • 26/10/2020 • Trabalho acadêmico • 2.441 Palavras (10 Páginas) • 190 Visualizações
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
UNOCHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA
MÓDULO MIC III
Alisson Schuh Marschall
Davi Almeida Sandrin
QUALIDADE DO SONO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UNOCHAPECÓ
Chapecó – SC, 2020.
1. INTRODUÇÃO
O ciclo sono-vigília é um ritmo circadiano com aproximadamente 24 horas e pode ser alterado por fatores endógenos, sociais e ambientais. O ciclo sono-vigília é gerado e regulado endogenamente por uma estrutura localizada no hipotálamo, o núcleo supraquiasmático, considerado o relógio biológico dos mamíferos (ASCHOFF, 1979). Dentre os fatores endógenos (ordem temporal interna) destacam-se a melatonina, o hormônio do crescimento, o cortisol e outros (GOICHOT et al., 1998). Há várias evidências indicando que o sono é regulado de forma inerente às ordens temporais interna (fatores endógenos) e externa (fatores ambientais) e que há a necessidade de funções fisiológicas e comportamentais normais para que se tenha um sono de qualidade. Alterações tanto na ordem temporal interna quanto na ordem temporal externa podem acarretar em problemas de saúde (MOORE-EDE; RICHARDSON, 1985).
No sono, a sensopercepção perde sua força. O sono não é a perda de consciência, mas sim um descanso necessário para recompor a sensopercepção, haja visto que um indivíduo pode dar-se ao bel prazer de locomover-se sempre e continuamente (ARISTÓTELES apud SOUZA E GUIMARÃES, 1999, p. 38). Desse modo, Aristóteles correlaciona diretamente o sono com a qualidade das atividades desempenhadas em estado de vigília, destacando-se as atividades cognitivas.
Apesar desta informação datar de mais de 2300 anos, estamos dormindo menos que nossas gerações anteriores, de acordo com Hargreaves (2000), dormimos 20% menos que os nossos antepassados, porque trabalhamos mais horas e procuramos atividades sociais noturnas. O que leva cerca de 60% dos brasileiros a dormirem entre 4 e 6 horas, segundo dados do Boletim ABN News, (ABN, 2017). Nesse mesmo estudo constatou-se que, em média, os quase 500 participantes da pesquisa deram nota 6 para a qualidade do sono, 7 para o grau de alerta e 6 para a sensação de descanso, em uma escala de 0 a 10.
Os estudantes universitários principalmente os recém-admitidos sofrem drásticas mudanças quanto a sua rotina de estudos, o que acarreta em distúrbios relacionados a ordem temporal externa, a qual é regida pelos fatores socioambientais, deste modo, comprometendo diretamente a qualidade do sono segundo Verri et al. (2008). Pessoas que têm seu sono privado apresentam ser menos produtivas e dispostas. Além de que, a perda de sono altera o desempenho cognitivo, como memória, raciocínio lógico, cálculos e tomada de decisões (GOMES et al., 2009). A rotina dos estudantes universitários nem sempre vem acompanhada de hábitos saudáveis de sono.
Considerando esses dados e levando em conta grande cobrança e a alta carga horária do curso de medicina, levantou-se o questionamento sobre a qualidade do sono em estudantes de medicina da Unochapecó.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral:
Analisar a qualidade de sono dos estudantes de medicina da Unochapecó.
2.2 Objetivos específicos:
Caracterizar o perfil de sono dos entrevistados.
Comparar os resultados e tentar associá-los com a cobrança do curso.
3. METODOLOGIA
3.1 Delineamento do estudo:
Este é um estudo transversal descritivo, de caráter qualitativo.
3.2 População e amostra:
A população estudada engloba os estudantes do curso de medicina da Unochapecó, sendo 273 estudantes no total. A amostra estudada depende da participação voluntária dos estudantes, visando o maior número possível de respostas válidas, obteve-se um total de 64 participações válidas.
3.4 Coleta de dados: para a coleta de dados, realizou-se aplicação de um questionário desenvolvido pelos próprios estudantes. O questionário foi aplicado de maneira online, através da plataforma Google Docs, contando com a participação voluntária e anônima dos discentes do curso de medicina (perguntas disponíveis no anexo).
O questionário foi composto de 7 questões relacionadas à qualidade do sono dos entrevistados, tentando traçar um perfil de sono dos estudantes de medicina da Unochapecó, ainda no questionário haviam 2 questões sobre o período e idade dos entrevistados, para que avaliássemos se possuíam alguma alteração na qualidade do sono ao longo dos períodos do curso.
Os dados coletados foram comparados a dados obtidos em estudos similares, mas com uma amostra menos exclusiva, visando determinar a possibilidade de alterações específicas no sono dos integrantes do curso de medicina da Unochapecó.
3.5 Análise e interpretação dos resultados: os resultados obtidos com a pesquisa foram analisados de forma individual e tardiamente de forma global, na intenção de traçar o perfil de sono dos estudantes de medicina da Unochapecó e tentar associá-lo com a cobrança do curso.
4. RESULTADOS
Dos 273 estudantes de medicina da Unochapecó, 64 responderam voluntariamente ao questionário. Dentre estes estudantes, a maioria (37,5%) era do 3º período, seguido pelos estudantes do 1º período (35,9%), do 5º período (18,8%), do 7º período (6,3%) e do 9º período (1,6%). A média da idade dos entrevistados foi de aproximadamente 21 anos (21,111).
Na terceira questão, “Assinale se possuir um ou mais dos seguintes sintomas:” (representada na Tabela 1), com a opção de assinalar mais de uma resposta, a resposta mais assinalada foi “Sente-se exausto após acordar”, com 36 respostas (Assinalada por 56,3% dos estudantes), seguida por “Dificuldade para pegar no sono” com 33 respostas (51,6%), “Sono interrompido durante a noite” com 21 respostas (32,8%), “Acorda cedo e não consegue mais pegar no sono” com 11 respostas (17,2%) e “Nenhuma das opções acima” com 7 respostas (10,9%).
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