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CONSUMO ALIMENTAR DE IDOSOS FREQUENTADORES DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA EM PETROLINA-PE

Por:   •  9/2/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.923 Palavras (12 Páginas)  •  249 Visualizações

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III Congresso Internacional de Nutrição

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CONSUMO ALIMENTAR DE IDOSOS FREQUENTADORES DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA EM PETROLINA-PE

RESUMO

As alterações fisiológicas que acometem os idosos podem comprometer o consumo alimentar e o aproveitamento dos nutrientes, devido à perda de apetite, perda dentária, diminuição das funções gustativas e olfativas e distúrbios da deglutição. O presente estudo teve como objetivo avaliar o consumo alimentar de idosos frequentadores dos Centros de Convivência de Idosos (CCIs) do município de Petrolina – PE. Estudo do tipo transversal descritivo. A população foi composta por indivíduos de ambos os sexos que possuíam 60 anos completos e frequentavam regularmente os CCIs. Para avaliar o consumo alimentar habitual foi utilizado um questionário de frequência alimentar, adaptado do Ministério da Saúde. Os dados obtidos foram comparados com as porções recomendadas pelo Ministério da Saúde no guia Alimentação Saudável para a Pessoa Idosa - Um Manual para Profissionais de Saúde. Participaram do estudo 62 idosos, sendo 61,3% do sexo feminino e 38,7% do sexo masculino, com idade média de 75,1 ± 8,4 anos. Em relação ao consumo alimentar dos idosos frequentadores dos CCIs, viu-se que apenas 16,1% consomem a quantidade recomendada de frutas, 91,9% apresentou consumo de legumes e verduras abaixo do recomendado e somente 3,2% ingerem as três porções recomendadas de leite e derivados. O consumo de carnes e ovos, açúcares e óleos e gorduras se mostrou adequado. Diante disso, torna-se necessária a implantação de ações e estratégias que garantam o acesso a uma alimentação de qualidade e em quantidade adequada a esses indivíduos mesmo fora dos CCIs.

Palavras-chave: Envelhecimento, Ingestão alimentar, Hábitos alimentares.

1. INTRODUÇÃO        

Nas últimas décadas, vem sendo observado um crescimento da população idosa em todo mundo. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2050, pelo menos 30% da população brasileira será composta por idosos. Esse cenário é reflexo da transição epidemiológica, caracterizada principalmente pelo aumento na expectativa de vida dos brasileiros (PREVIDELLI; GOULART; AQUINO, 2017). 

O envelhecimento é um evento fisiológico, caracterizado como um processo dinâmico e progressivo de modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que são únicas para cada indivíduo (PEREIRA et al., 2020). Nesse sentido, as alterações fisiológicas que acometem os idosos podem comprometer o consumo alimentar e o aproveitamento dos nutrientes, devido à perda de apetite, perda dentária, diminuição das funções gustativas e olfativas e distúrbios da deglutição (FREITAS et al., 2017).

Tais modificações contribuem para a redução da ingestão de alimentos como carnes, frutas, verduras e legumes crus, tornando a dieta desses indivíduos pobre em fibras, vitaminas e minerais e, consequentemente, tornando-os vulneráveis a deficiências nutricionais (PEREIRA et al., 2020).

Tendo em vista que a alimentação é um elemento primordial na promoção e manutenção da saúde ao longo da vida, é sabido que dietas com alta densidade energética, rica em gorduras, açúcares e pobre em carboidratos complexos e fibras estão positivamente associadas à maior ocorrência de doenças cardiovasculares e obesidade (MARQUES et al., 2007; PREVIDELLI; GOULART; AQUINO, 2017). Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o consumo alimentar de idosos frequentadores dos Centros de Convivência de Idosos (CCIs) do município de Petrolina – PE.

        

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo transversal descritivo. A população foi composta por indivíduos de ambos os sexos que possuíam 60 anos completos, prontuário de saúde, frequentavam regularmente os CCIs e aceitaram participar da presente pesquisa através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram retirados da amostra os idosos que se apresentaram impossibilitados de responder os formulários oferecidos na pesquisa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Pernambuco, sob o nº2.438.038 e autorizado pela administração dos CCIs.

Para avaliar o consumo alimentar habitual foi utilizado um questionário de frequência alimentar (QFA), adaptado do Ministério da Saúde, mediante marcadores do consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Nesse instrumento, os alimentos da lista do inquérito alimentar foram organizados em oito grupos alimentares: frutas; legumes e verduras; leguminosas; cereais, tubérculos e raízes; carnes e ovos; leite e derivados; óleos e gorduras e açucares. Além disso, as categorias de consumo habitual incluíam: não consumo, 1 vez ao dia, 2 vezes ao dia e 3 vezes ao dia. Os dados obtidos foram comparados com as porções recomendadas pelo Ministério da Saúde no guia Alimentação Saudável para a Pessoa Idosa - Um Manual para Profissionais de Saúde (BRASIL, 2009).

Os questionários de coleta foram revisados, categorizados e digitados no Programa Microsoft Office Excel® versão 2013, para formação do banco de dados e analisados no SPSS versão 13.0. A normalidade da distribuição das variáveis foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Os dados das variáveis de distribuição normal foram expressos na forma de média e desvio padrão. Na descrição das proporções, a distribuição binomial foi aproximada à distribuição normal, pelo intervalo de confiança de 95%.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram do estudo 62 idosos, sendo 61,3% do sexo feminino e 38,7% do sexo masculino, com idade média de 75,1 ± 8,4 anos.  A maioria dos idosos estava na faixa etária compreendida entre 71 e 80 anos (40,3%) e não possuía o fundamental completo (70,9%). Além disso, houve um predomínio de indivíduos viúvos (46,8%) e com renda de até um salário mínimo (59,7%), fatores que se relacionam com uma pior qualidade da dieta por exercerem influência sobre as escolhas alimentares (FREITAS et al., 2017).  

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