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Doença Fisiopatologia-Diagnóstico

Por:   •  15/12/2015  •  Seminário  •  921 Palavras (4 Páginas)  •  352 Visualizações

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Doença

Fisiopatologia-Diagnóstico

Desordem na deglutição: é um sintoma e pode acometer desde a boca até o estômago.

- Pode ser aguda ou crônica, intermitente ou constante. E pode estar relacionada à:

  • Desordens neurológicas ou neurogênicas - lesões que afetam o SNC ou SNP, comprometendo a coordenação neural da deglutição (AVC, TCE, paralisia cerebral, mal de Parkinson, Alzheimer, demências, ELA, EM, tumores do SNC, distrofias musculares, miastenia grave, polineuropatia do doente crítico, etc.)
  • Desordens mecânicas ou qualquer alteração das estruturas envolvidas durante o processo de deglutição, como no caso do câncer de cabeça e pescoço, mal formações congênitas e ferimentos.
  • Desordens de origem psicogênica, por alterações emocionais.
  • Desordens por envelhecimento – flacidez muscular, xerostomia e uso de medicações.

Sintomas e sinais clínicos

Tosse ou engasgo com alimento ou saliva; pneumonias de repetição; refluxo gastro-esofágico; febre sem causa aparente; sensação de bolo na garganta; recusa alimentar; sonolência durante as refeições; sinais clínicos característicos de aspiração (ausência de tosse, voz com qualidade vocal

molhada (gargarejo), dispnéia ou aumento de secreção em vias aéreas superiores).

Diagnóstico

Realizado pelo fonoaudiólogo, através da avaliação clínica estrutural (exame físico da cavidade oral, faringe e laringe, verificação da mobilidade e da tonicidade das estruturas envolvidas na deglutição), avaliação funcional (observa-se a ingestão de diferentes consistências alimentares, em pequenas quantidades, como líquidos finos, líquidos espessados, pastosos/purês, pastosos/pedaços moles, sólidos macios e secos). Podem ser usados recursos instrumentais durante a abordagem clínica, como ausculta cervical e oximetria de pulso. Diante da dúvida clínica, o fonoaudiólogo pode lançar mão de exames de imagem como a endoscopia e a videofluoroscopia da deglutição.

[pic 1]

Dietoterapia

- O comprometimento do estado nutricional - medo de se alimentar, dor, etc.

- Desidratação

- Aspiração (inalação de conteúdos gástricos ou orofaríngeos até a laringe e trato respiratório baixo) -pneumonia por aspiração.

A dietoterapia visa manter ou recuperar o estado nutricional, fornecendo uma alimentação segura para o paciente com disfagico e que não cause desconforto. A principal estratégia são as alterações de consistência.

Líquidos

- Líquidos ralos dificultam a deglutição de pacientes que apresentam o controle oral reduzido e aumentam o risco de aspiração do alimento -> aumentar viscosidade através da adição de espessantes (principais tipos gomas e amidos. Dentre os modificados, encontram-se o Thick & Easy® (Hormel/ HealthLabs/ Fresenius) e o Resource Ticken Up® (Novartis) e Nutilis® (Support). Esses suplementos são bem-aceitos, pois não alteram o sabor e a cor dos alimentos, e oferecem uma média de 18 calorias a cada 5g)

Alimentos sólidos

- Modificados de acordo com o grau de disfagia

  • Disfagia leve: alimentação mais demorada e podem ocorrer episódios isolados de engasgos. São orientadas refeições mais frequentes e em porções menores. Maior atenção à deglutição, principalmente para líquidos, evitando escape precoce para a laringe.
  • Disfagia moderada: dificuldade em iniciar a deglutição, podendo ocorrer penetração laríngea e/ou aspiração laringotraqueal. Presença de tosse, engasgos, pigarros e voz molhada. Utilizam-se manobras facilitadoras e posturais associadas à modificação da dieta e suplementação nutricional. O líquido deve ser engrossado. A via oral é preservada desde que a tosse seja eficaz.
  • Disfagia grave: necessidade de uma alimentação suplementar devido à dificuldade em manter uma ingestão hídrica e proteico-calórica adequada, associada à insuficiência ventilatória e ao pouco prazer alimentar. Indicação de gastrostomia e endoscopia percutânea. Pode ocorrer aspiração laringotraqueal, inclusive de saliva, sendo necessária a sua remoção antes e após a alimentação.

Tipos de consistência comumente adotadas:

[pic 2]

Reintrodução da via oral

As fases da reintrodução da alimentação são constituídas por, basicamente, quatro etapas, onde ocorre a evolução gradativa da consistência e da quantidade. Estima-se que tempo médio para que os pacientes recebam a dieta via oral é de 48 dias.

[pic 3]

Orientações nutricionais

• Realizar de 5 a 6 refeições ao dia;

• manter o paciente sentado no momento e 30 min após a refeição;

• oferecer a alimentação ao paciente em local tranquilo, para favorecer a concentração e, com calma, oferecer pequenas quantidades de alimentos de cada vez. Utilizar talheres pequenos para assegurar que isso aconteça;

• esperar o paciente engolir todo o alimento contido na boca antes que outros sejam oferecidos;

• respeitar a consistência dos alimentos orientada pelo nutricionista e/ou fonoaudiólogo;

• evitar misturas de consistência na mesma preparação (p.ex.: canjas, sopas com pedaços e com caldo em líquido fino etc.). As preparações devem ter consistência conforme o grau de disfagia;

• as preparações devem ser oferecidas logo que preparadas, para que não percam a consistência desejada e garantam a segurança;

• utilizar, à vontade, alguns tipos de condimentos e ingredientes aromáticos no preparo dos alimentos, como cebola, alho, salsinha, cebolinha, manjericão, cominho etc.;

• líquidos em geral (leite, chás, sucos, água etc.) só devem ser oferecidos ao paciente com espessantes ou segundo orientação do fonoaudiólogo;

• utilizar suplementação oral associada à dieta prescrita, tomando-se o cuidado necessário para que ela não substitua o valor calórico das refeições;

• aumentar a densidade calórica:

• óleos vegetais e azeites: acrescentar 1 colher de sobremesa no prato pronto, nas refeições principais;

• margarina: acrescentar 1 colher de chá no leite;

• açúcar, mel, leite condensado e outros: 1 colher de sobremesa nas frutas, nos sucos, nas vitaminas, no leite ou no chá;

• creme de leite: acrescentar em preparações como molhos, doces ou purês;

• queijo ralado: acrescentar em saladas, legumes, sopas ou purês;

• leite em pó: acrescentar 2 colheres de sopa em 200 mL de leite fluido;

• outros complementos alimentares poderão ser utilizados nos sucos, no leite, nas vitaminas e nas frutas;

• identificar sinais clínicos de aspiração/disfagia;

• cuidador deve realizar exercícios e manobras conforme orientação do fonoaudiólogo;

• higiene oral;

• monitorar aceitação alimentar.

http://www.bhvidacirurgica.com.br/PDF/aspectosdisfagia.pdf         

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