RESENHA - Percepção do consumidor sobre produtos orgânicos

Aluna: Olivia M. C. Ribeiro

RESENHA

LIMA-FILHO, D. O; QUEVEDO-SILVA, F. Percepção do consumidor sobre produtos orgânicos. Revista Brasileira de Marketing, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 29-46, 2012.

O artigo tem como temática a percepção do consumidor sobre produtos orgânicos, sintetizando inicialmente uma evolução temporal da agricultura organização, demonstrando suas diversas definições, leis e perspectivas econômicas para os países, ficando explicito que o conceito de produto orgânico está associado inteiramente associado à saúde, à preservação da natureza, ao sabor e ao desenvolvimento local. O objetivo do estudo foi analisar a percepção dos consumidores sobre produtos orgânicos, bem como a influência dos fatores sócio demográficos e da frequência de consumo.

        Utilizou como metodologia a realização de entrevistas com abordagem nos lares de 400 indivíduos residentes de Campo Grande – MS no ano de 2010, abordando assuntos como, a saúde dos entrevistados, sua participação em atividades relacionadas com causas sociais e/ou ambientais e o uso de produtos orgânicos na sua alimentação, empregando também um grupo de variáveis sócio demográficas, abrangendo sexo, escolaridade, idade e classe socioeconômica. Para verificar a percepção dos consumidores sobre os produtos orgânicos usou-se questionário estruturado com escala Likert de 1 [discordo totalmente] a 5 [concordo totalmente] e os dados foram analisados utilizando estatística descritiva [média e proporção], testes para diferença entre médias e Qui-quadrado, com auxílio do software MINITAB.

        Os resultados obtidos foram divididos em 4 tópicos, sendo o primeiro o perfil da amostra, que demonstrou uma prevalência de indivíduos do sexo feminino como as principais responsáveis pela compra de alimentos de sua família, a participação de 62% dos entrevistados em alguma atividade relacionada com causas sociais e/ou ambientais. O segundo tópico trouxe a percepção dos consumidores sobre produtos orgânicos em relação aos produtos convencionais que resultou em uma imagem positiva para os orgânicos, onde foram caracterizados como mais saudáveis, saborosos, mais seguros quanto à saúde e higiene e têm melhor aparência do que os produtos convencionais.

No terceiro tópico trazem a influência dos fatores sócio demográficos na percepção dos produtos orgânicos, ficando claro que conforme há um aumento do nível de escolaridade, maior é a sua percepção de que os orgânicos fazem bem à saúde, são seguros quanto à saúde e higiene e são produzidos sem o uso de agrotóxicos e de maneira a preservar o meio ambiente. Isto é semelhante também para o quesito renda, ou seja, quanto maior a renda da população, mais positiva é a sua percepção para essas características. Para percepção do preço os indivíduos com menores rendas consideraram os produtos orgânicos mais caros e de difícil acesso.

No quarto e último tópico demonstra a influência do nível de consumo na percepção dos produtos orgânicos, ficando explicito que 25,55% das pessoas nunca consumiram produtos orgânicos, 25,27% têm um consumo Leve, 28,85% médio e 20,33% Pesado, ocorrendo diferenças significativas apenas para o grupo de consumo Pesado, que tiveram percepções diferentes dos demais nas variáveis relacionadas ao preço e à marca, atribuindo maior importância à marca e avaliando os orgânicos como mais barato em relação aos convencionais.