Resenha crítica sobre o artigo “O espaço social alimentar: um instrumento para o estudo dos modelos alimentares”

Ao realizar a leitura e análise do referido artigo, pode-se afirmar que o tema é de extrema relevância e bastante compreensivo. Os autores contextualizam a alimentação a partir das Ciências Sociais e expõem as dificuldades de trabalhos sobre alimentação de serem levados em consideração, devido à ruptura da antropologia física com a cultural.  E só a partir dos anos 70, que o diálogo entre antropologia física e antropologia cultural foi se estabelecendo novamente, ou seja, a antropologia pôde trabalhar novamente as interações entre o cultural e o biológico.

Os avanços das Ciências Sociais criaram condições para o desenvolvimento de uma Sociologia e de uma Antropologia da Alimentação. E partindo do conceito de espaço social de Condominas, os autores empregaram o termo Espaço Social Alimentar como definição à zona de liberdade dada aos comedores humanos por uma dupla série de condicionantes materiais. De um lado, pelas condicionantes biológicas, relativas ao seu estatuto de onívoro, que se impõem a ele de maneira relativamente flexível, e, de outro lado, pelas condicionantes ecológicas do biótopo no qual está instalado, que se transformam em condicionantes econômicas nas sociedades industrializadas e que tendem a se reduzir conforme se controla tecnologicamente a natureza.

Os autores também trabalham a relação entre os modelos alimentares e a interação entre o social e biológico, enfatizando que a alimentação é a primeira aprendizagem social do homem e que ao longo das interações esse mecanismo biológico vai se moldando de acordo com o meio no qual a pessoa está inserida.  O que é verdade, visto que, o comportamento alimentar de um bebê é exclusivamente submetido às condições fisiológicas e conforme essa criança vai crescendo, ela vai desenvolvendo os seus gostos alimentares.

Diante disso, pode-se concluir que o texto permite visualizar de forma clara a relação entre as Ciências Sociais (Antropologia e Sociologia) e a alimentação. Destacando que a alimentação é de fato uma união entre o biológico e o social, uma vez que, o ato de comer envolve tanto as necessidades fisiológicas, quanto o contexto social que a pessoa está inserida.