O DESENVOLVIMENTO MORAL: DE PIAGET A KOHLBERG
Por: juGuiar10 • 8/12/2021 • Resenha • 772 Palavras (4 Páginas) • 295 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL
DISCIPLINA: DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E ADOLESCÊNCIA
TERCEIRO PERÍODO – 2021
PROFESSORA: KÁTIA MARIA PENIDO BUENO
ALUNA: JÚLIA PATROCÍNIO AGUIAR
MATRÍCULA: 2020055249
RESENHA DO ARTIGO: “DESENVOLVIMENTO MORAL: DE PIAGET A KOHLBERG”.
Em “desenvolvimento moral: de Piaget a Kohlberg”, a autora Lucila Diehl Tolaine Fini aborda sobre os estudos realizado por Kohlberg acerca do desenvolvimento moral devido ao fato de estar insatisfeito com o foco da teoria psicanalítica e de aprendizagem social, então dedicou-se a analisar a questão moral através do aspecto cognitivo, remodelando os estágios de julgamento moral de Piaget. A autora explica as fases propostas por Piaget e disserta sobre as pesquisas de Kohlberg, sua versão dos estágios do desenvolvimento moral e os resultados destes na ação pedagógica.
O artigo é expositivo e faz uso de vários exemplos para auxiliar na compreensão dos conceitos. Como dito anteriormente, a autora se apoia nos estudos dos teóricos que mostram que Piaget preocupou com o aspecto específico do julgamento moral e os processos cognitivos que o acompanha, suas pesquisas mostraram que a diferentes faixas etárias apresentam diferentes maneiras de se posicionarem quanto ao respeito das regras, sendo assim, identificou três fases: anomia, heteronomia e autonomia moral. Na anomia ainda não existe o conceito da moral, dessa forma as normas de conduta se determinam por necessidade básica, ou seja, as normas são obedecidas, mas não pela consciência do certo e errado, essa fase se estende até cerca dos cinco anos. Já heteronomia, que abrange dos cinco os dez anos, o correto é cumprir as regras, sem margem de interpretações ou contextualização, ou seja, as normas são imutáveis, se alguém foi punido é porque fez algo errado, não há consideração das circunstancias e atenuantes. Por fim, na autonomia moral, a criança – a partir dos dez anos – desenvolve a validação das regras, logo o respeito as regras acontecem por meio de acordos mútuos, ou seja, a regra é resultante de um acordo livre e pode ser modificada, caso tenha sido realizado um acordo mutuamente consentido.
Para Piaget o conceito de moral se desenvolve, sobretudo, por meio do ato de cooperação, afinidade com colegas, relação com iguais e do amadurecimento da inteligência, Kohlberg se baseou nessa teoria, no entanto, não se importa muito com a conduta externa, visto que as razões que levam alguém a quebrar uma regra variam dependendo da moralidade interna e maturidade moral. Sendo assim, sua teoria do desenvolvimento moral é esquematizada da seguinte maneira:
- Nível I – pré- convencional: o valor moral está mais nos acontecimentos externos do que nas pessoas e padrões
- Estágio I: as normas são respeitadas somente por medo da punição, sem consciência da definição humana de regras.
- Estágio II: a ação correta é àquela que acarreta em alguma recompensa, a pessoa procura receber trocas por suas boas ações.
- Nível II – convencional: o valor moral está no bom desempenho dos papéis, em atender as expectativas.
- Estágio III: as boas ações são aquelas que são bem vistas por outras pessoas, busca por admissão familiar e social.
- Estágio VI: vontade de manter as regras social, pelo fato de ser o correto a se fazer.
- Nível III – pós-convencional: o valor moral está no consenso consigo mesmo, ou seja, o sujeito procura meios de determinar de forma livre e consciente do que é correto e errado.
- Estágio V: desenvolvimento da noção do outro, o ato correto é aquele que leva em consideração o direito do outro e o bem estar da maioria.
- Estágio VI: desenvolvimento de um padrão moral fundamentado nos direitos humanos universais, logo a igualdade e o prestígio pela dignidade da vida humana são as regras morais universais.
Por fim, o artigo apresenta algumas conclusões a respeito das teorias, que se resumem no fato de a moralidade e seu desenvolvimento serem fundamentalmente dialéticos. Nos modelos dos dois teóricos, a moralidade do sujeito está vinculada tanto a elementos culturais e sociais, quanto a fatores biológicos e psicológicos. Dessa maneira, é evidente que distintas situações sociais, psicológicas, culturais e biológicas irão acarretar em diferentes comportamentos e moralidades.
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