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A Divisão de Projetos de Extensão

Por:   •  11/12/2022  •  Projeto de pesquisa  •  2.558 Palavras (11 Páginas)  •  104 Visualizações

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA – PROEC

Divisão de Arte e Cultura

Divisão de Projetos de Extensão

FORMULÁRIO ÚNICO DE PROPOSTAS (FUP)

LAYSA GASPAR DE LIMA OLIVIERA

1 - DESCRIÇÃO DA PROPOSTA

Título da proposta: Bem-estar de camundongos em experimentos laboratoriais[pic 1]

Período de Execução                        Início: 07/2022                  Término: 08/2022[pic 2]

Área de Conhecimento do CNPq:           Subárea do Conhecimento: [pic 3]

5.05.00.00-7 Medicina Veterinária              5.05.02.05-0 Saúde animal

RESUMO

O Bem-estar de animais em utilização em laboratórios, tanto para fins didáticos como para científicos, é uma temática em constante discussão. A experimentação animal começou a ser utilizada pela busca do conhecimento sobre anatomia e fisiologia animal em razão da prevenção e coibição de reações adversas nos seres humanos. São usados, principalmente, coelhos, camundongos, gatos, cães e chimpanzés para tais estudos, porém com o passar dos anos, esse tema adquiriu uma relevância e discussões sobre prós e contras começaram a surgir, e assim, métodos alternativos começaram a ser implantados para tais testes, observando que é possível tem bons resultando com essa substituição.

Portanto, o conforto e a segurança desses animais em experimentação, tornou-se algo em foco, questões como o real sofrimento e traumas causados a esses animais, se os animais seriam capazes de apresentar sentimentos como em humanos, como medo, dor, angústia, e principalmente se tinha uma real necessidade, em anos tão atuais, a eternização do uso de animais em modelos experimentais.

PALAVRAS-CHAVE: Experimentação animal. Bem-estar. Proteção. Animais em laboratório.

[pic 4]

INTRODUÇÃO

Há tempos animais são utilizados em experimentos em busca de conhecimento e proveito para a saúde de ambos. Filósofos e pensadores gregos já relacionavam a aparência de órgãos humanos com o de animais, mas somente com finalidade didática. Porém, com o tempo foram realizando vivissecções (utilização de animais vivos com finalidade acadêmica e científica), para observar estruturas e desenvolver hipóteses sobre o funcionamento relacionado aos órgãos humanos. Galeno (129-210 d.C.), provavelmente foi o pioneiro em cirurgia em um animal vivo, com objetivo experimental, para investigar as possíveis relações entre alterações nos animais e sua correspondência com o ser humano.

          Durante muitos anos, esses animais foram desprezados e renunciados para segundo plano dentro do contexto científico. Atualmente, no Brasil o uso de animais em experimentação necessita seguir as normas de uma legislação específica. O Conselho para Controle da Experimentação Animal (CONCEA), é a jurisdição responsável por promover o uso de animais em laboratório de forma ética, e pela redução de estresse e desconforto, assim, levando ao Bem-estar animal (BEA) que irá influenciar na reprodutibilidade e confiabilidade dos resultados obtidos durante as pesquisas.

O conceito de BEA pode ser definido como o estado alcançado quando o animal consegue conter suas variações internas e externas, consequentemente, mantendo-se em harmonia, um equilíbrio entre o indivíduo e o ambiente). Alguns dos principais fatores que devem-se considerar para uma boa manutenção do BEA são: proporcionar um bom manejo e condições ambientais adequadas de acordo com determinada espécie; evitar episódios de desconforto, estresse ou dor durante todo a experimentação animal e um conhecimento do comportamento particular de cada espécie utilizado e suas particularidades biológicas.

Os laboratórios progressivamente encaminham-se para modelos alternativos, sendo totalmente possível a utilização in viltro, peles artificiais, simulações de computadores e utilização de softwares, como possíveis substituições. Porém, na impossibilidade desse câmbio, os pesquisadores responsáveis, buscam controlar os ambientes e ter o melhor manejo possível.

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OBJETIVOS GERAIS

O Objetivo desta revisão é discutir sobre o bem-estar de animais de laboratório, visando um manejo adequado e uma vida sem sofrimento e estresse. Expor a importância do BEA na utilização dos animais para fins científicos e didáticos, já que as formas de comprometimento do BEA são qualificadas para influenciar nos resultados das pesquisas e experimentos.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

          O termo “animal de experimentação ou de laboratório”, abrange qualquer animal afastado do seu habitat com o objetivo da utilização em pesquisas ou para meio de ensino. De modo teórico, qualquer animal pode ser utilizado para meio científico, no entanto, determinadas espécies se tornaram mais frequentes nos experimentos, por razões do objetivo final. Os animais mais manuseados são: camundongo (Mus musculus), coelho (Oryctologus cuniculus), rato (Rattus novergicus), cães (Canis lúpus familiaris), primatas não-humanos (Oryctologus cuniculus) e hamster (Mesocricetus auratus).

          Essas espécies citadas, apesar de serem diferentes tanto fisiologicamente quanto anatomicamente, possuem encargos básicos em comum para sustento corporal e psicológica, assim, os cuidados que devem ser aplicados não variam, sendo fundamental a compreensão fisiológica e comportamental de cada espécie para amoldar os fatores para uma homeostase (equilíbrio interno e externo) adequada.

          O animal de laboratório necessita ser enxergado como um organismo biológico complexo, tudo o que está em sua volta o atinge de alguma forma, podendo exercer certa atuação e refletindo-se nas respostas do animal perante determinado experimento. Diversos fatores químicos, físicos e microbiológicos podem originar um desequilíbrio fisiológico nos animais, assim, aumentando ou diminuindo o bem-estar. Desse modo, um ambiente propício para manutenção animais de laboratório é indispensável, pois cada espécie possui um sistema biológico único e sensíveis a fatores externos e internos.

   Dessa maneira, agentes devem ser analisados para o bem-estar, como: ambiente, alimentação, higiene, treinamento de pessoas que trabalham com esses animais, o alojamento, a iluminação, etc. A primeira atitude para estabelecer um nível elevado de bem-estar para os animais é mediante um treinamento adequado dos responsáveis por eles. A sabedoria da fisiologia, comportamento, biologia e a necessidade de determinada espécie, proporciona a forma correta de como tratá-los, respeitando seus limites, assim, reduzindo o estresse obtido por um manejo impróprio e oferecendo maior bem-estar.

          O espaço dedicado a esses animais é um elemento que atinge exatamente no seu bem-estar, sendo que, para organizar esse espaço, tem de se ter em mente as necessidade básicas de cada espécie, raça, sexo, comportamento individual, tamanho e um espaço para o animal ter a capacidade de fazer movimentos corporais normais e um acesso fácil à água e alimento.

O conceito de “Bem-estar animal” segundo Hurnik (1992) é “o estado de harmonia entre o animal e seu ambiente, caracterizado por condições físicas e fisiológica ótimas e alta qualidade de vida dos animais”, ou seja, quando o animal se mantenha em homeostase. A homeostase carece que o animal se adeque e tenha controle mediante situações graças aos mecanismos de defesa, comportamentais e imunológicos do indivíduo, quando está não pode ser correspondida ocorre desconforto, estresse, e aparecimento de doença ou comportamento animal, como uma manifestação.

          O BEA é de difícil avaliação, tendo como definição elementos subjetivos e de uma complexa aferição, como a dor, ansiedade, medo, estresse, saúde, etc. Assim, divide-se em dois grupos: fisiológicos e comportamentais, para uma melhor avaliação científica. A maior relevância no sentido de avaliação do grau de bem-estar animal está no entendimento de cada espécie, pois o que representa um comportamento normal, em outra espécie pode ser algo anormal, como em ratos e camundongos, que tem o hábito natural de coprofagia, ato de comer fezes, (ONG et al., 2012), o que para outras espécies é uma atitude anormal e preocupante.

           Sinais de BEA precárias são observados por mensurações fisiológicas, como a resposta imunológica reduzida, aumento da frequência cardíaca e respiratória, entre outros fatores, indicam que o animal não está em equilíbrio com o ambiente. Portanto, é importante garantir um melhor BEA, pois este interfere nos resultados, havendo uma resposta distorcida, afetando os resultados e conclusões obtidas durante o experimento.

          A retirada dos animais do seu habitat para um ambiente totalmente limitado, gera um comportamento que pode ser considerado atípico para a espécie. A adaptação de viver em um espaço onde seus recursos naturais são suprimidos, como a busca por recursos alimentares, a predação, disputas por território, resulta na diminuição de hábitos pertinentes à espécie e aumentando os comportamentos indesejáveis.

          Os desvios da conduta dos animais geralmente não adaptados ao ambiente podem ser associados nas seguintes categorias:

          Estereotipias- são comportamentos incomuns que não são adquiridos por animais de vida livre, são comportamentos repetidos sequencialmente, seguindo um mesmo padrão. Em animais de laboratório, estereotipias como roer as grades da gaiola, canibalismo, agressividade excessiva, movimentos circulares repetidamente, são exemplos bastante recorrentes.

          Hiperagressividade- ocorrem em situações de estresse social, podendo incluir o infanticídio (matança de recém-nascidos), feticídio (provocamento de morte do feto) e o canibalismo.

          Falhas em funções comportamentais- desconformidade do comportamento sexual, maternal e nos movimentos básicos.

          Sentimentos- o estresse por exemplo, deve ser compreendido como um processo fisiológico pelo qual o animal enfrenta devido a mudança ambiental, com a finalidade de se adaptar as suas novas condições, para assim, manter sua homeostasia. Refere-se a um estado do animal manifestado por uma somatória de respostas do organismo desencadeado por diferentes tipos de agentes, os estressores. Levando em conta que bem-estar se relaciona com o estado do animal, se o estresse se manifesta-se o bem-estar do animal torna-se pobre. O sofrimento, outro tipo de manifestação de sentimento, ocorre no momento que o animal é submetido a sensações desagradáveis, assim, o sofrimento é um sentimento negativo que deve ser reconhecido e prevenido. A dor pode ser definida como “uma experiência sensorial ou emocional desagradável associada à lesão tissular real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão” (HELLEBREKERS, 2002), podendo ser entendida como uma resposta ao estresse, consequentemente, várias funções fisiológicas ficarão prejudicadas, juntamente com o bem-estar do animal. É de suma importância o reconhecimento da dor, através da aparência, performance e padrões atípicos de cada espécie.

          Esses cuidados não eliminam o sofrimento enfrentado por esses animais, porém minimiza-se e melhora seu bem-estar, além de beneficiar nos resultados experimentais, pois quanto menor complicações esse animal passar, menor variabilidade poderá ser obtida nas respostas garantido uma maior credibilidade aos estudos.

          Conclui-se que a utilização de animais no ambiente científico tem sido de suma importância, não somente pelos avanços, mas também nos métodos de diagnóstico, prevenção, tratamento de doenças, tanto na medicina humano coma na medicina veterinária. Porém, o desenvolvimento da ciência não deve ser algo primordial e deixado de lado o desrespeito ao animal, é necessário sempre trabalhar com uma conduta ética e respeitosa, visando sempre a necessidade do desenvolvimento da ciência e a aplicação de medidas que se mantem o bem-estar animal. É relevante lembrar que a credibilidade de tais resultados de pesquisas e experimentos depende do bem-estar estabelecido para o animal durante toda a realização do estudo.

[pic 7]

METODOLOGIA 

          O camundongo é uma das espécies mais utilizadas para fins científicos e didáticos. Uma característica que se destaca nos camundongos é sua habilidade de adaptação e flexibilidade social, pode ser destacar que o camundongo ao longo de sua evolução manteve seu comportamento selvagem, sua alta adaptabilidade a novos ambientes, e uma estreita relação com os seres humanos. Os camundongos são indispensáveis no estudo de doenças genéticas humanas, pois estes permitem estudos de doenças, como o estudo de uma síndrome, desenvolvimento de terapias gênicas, entre outros.

          O objetivo do projeto é identificar o comportamento de camundongos em ambiente laboratorial. Para uma avaliação adequada irá utilizar 20 camundongos em uma gaiola padrão, de arame ou aço inox, usada normalmente nos laboratórios, geralmente uma gaiola 20x20 cm. No outro grupo com 20 camundongos também, utilizará uma gaiola maior de 50x50 cm, uma gaiola de policarbonato ou polipropileno, que são as mais indicadas por serem de material autoclavável. Em geral, para um melhor BEA, os camundongos devem dispor de uma área mínima de 65 cm2. Irá disponibilizar também, brinquedos, como trapézio, balanço, entre outros. Para um maior conforto do animal, a gaiola deverá ser coberta por um material adequado chamado de cama, o qual cumpre com o papel de absorção da umidade, nidificação, permitindo uma proximidade com seu habitat natural. Enquanto no outro grupo, será utilizado vermiculita ou palha de arroz, que são os materiais mais utilizados, porém não o mais adequado e o qual provirá maior BEA.

          Durante uma semana será observado o comportamento desses animais de acordo com cada grupo, observar seu comportamento, sua interação diante dos seres humanos, seu nível de estresse, observar sua alimentação e o nível de repouso. Para a elaboração do etograma, um registro através de observações do comportamento animal frente aos estímulos externos, será necessário a descrição de todas as ocorrências de comportamento durante o turno diurno e noturno, bem como o tempo gasto em atividade e também o número de ocorrências dessas atividades.

         Pode-se destacar as principais atividades para o registro: a) exploração do ambiente; b) procura de alimento; c) auto higienização e d) repouso ou descanso.

[pic 8]

RESULTADOS

          A busca incessante de novas técnicas para promover o bem-estar animal é um aspecto relevante na otimização de experimentos laboratoriais. Espera-se que com a utilização de uma gaiola mais confortável e com maiores cuidados, um maior bem-estar animal e melhores resultados dos experimentos, para assim, não ser tão recorrente a má utilização dos animais para fins didáticos e científicos.

[pic 9]

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Furtado, Karina. “A importância do bem-estar em animais de laboratório e sua influência nos resultados científicos. Disponível em: (PDF) A IMPORTÂNCIA DO BEM-ESTAR EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO E SUA INFLUÊNCIA NOS RESULTADOS DE ENSAIOS CIENTÍFICOS (researchgate.net). Acesso: 04 ago. 2022

Vieira, Camila Brados Farias. "Bem-estar na experimentação animal." (2012). Disponível em: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE SO SUL (ufrgs.br). Acesso em: 05 ago. 2022

Cantidio, Juliana. O USO DE ANIMAIS EM EXPERIMENTOS COM FINS CIENTÍFICOS OU ESTÉTICOS E A TUTELA JURÍDICA DOS ANIMAIS IKEDA. Disponível em:(PDF) A IMPORTÂNCIA DO BEM-ESTAR EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO E SUA INFLUÊNCIA NOS RESULTADOS DE ENSAIOS CIENTÍFICOS (researchgate.net). Acesso: 05 ago. 2022.

BROOM, Donald M. Bem-estar animal. Comportamento Animal, 2a edn, ed. Yamamoto, ME and Volpato, GL, p. 457-482, 2011. Disponível em: 650_Broom_2011_Bem-estar-with-cover-page-v2.pdf (d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net). Acesso em: 04 ago. 2022

Rivera, Ekaterina Akimovna B. "Ética na experimentação animal." Andrade, A.; Pinto, SC; Oliveira, RS Animais de Laboratório Criação e Experimentação. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz (2002): 25-28. Disponível em: andrade-9788575413869.pdf (scielo.org). Acesso: 04 ago. 2022

Ceballos, Maria Camila, and Aline Cristina Sant’Anna. "Evolução da ciência do bem-estar animal: Aspectos conceituais e metodológicos." Rev. Acad. Ciênc. Anim 16 (2018): 1-24. Disponível em: Revista Acadêmica | Volume 12 | Número 3 | Setembro/Dezembro 2014 (researchgate.net). Acesso: 04 ago. 2022

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