A flora dos Tabuleiros Litorâneos: um estudo expandido para outras regiões litorâneas do Brasil.
Por: Franciele Ferreira • 3/10/2015 • Projeto de pesquisa • 3.093 Palavras (13 Páginas) • 598 Visualizações
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
PIBIC/CNPq, PIBIC/UESPI e PIBIC/Voluntário – 2014/2015
RELATÓRIO FINAL
(Ago/2014 – Jul/2015)
A flora dos Tabuleiros Litorâneos: um estudo expandido para outras regiões litorâneas do Brasil.
Francisco Soares dos Santos Filhos
Orientador
Franciele Ferreira Silva
- 1. Apresentação e Justificativa
Os tabuleiros litorâneos são áreas planificadas, situadas em formações recentes (Era Cenozóica -Período Terciário), em regiões litorâneas, com idade estimada entre um e 100 milhões de anos antes do presente (AP). No Nordeste Brasileiro, os tabuleiros situam-se na Formação Barreiras com vários recortes ao longo do litoral nordestino (Santos-Filho, 2009; Santos-Filho & Zickel, 2013).
Os tabuleiros arenosos que se desenvolvem nas margens da floresta atlântica podem ser considerados como áreas de vegetação aberta, ocorrendo em manchas que recobrem os baixos platôs formados pelo Grupo Barreiras.( TAVARES, 1964; ANDRADE-LIMA, 1970; SALGADO et. al., 1981).
A vegetação das planícies costeiras brasileiras é bastante heterogênea tanto florística quanto estruturalmente, caracterizando formações distintas. Devido a essa variação fitofisionômica, uma grande quantidade de termos é empregada para denominar estas diferentes formações vegetacionais, criando dificuldades para comparações florísticas e estruturais entre áreas, impossibilitando maiores generalizações para as formações vegetais costeiras, comumente designadas como restingas (Silva & Britez 2005).
Tabuleiros e restingas constituem áreas litorâneas, com poucas diferenças nas suas fisionomias, mas apresentando diferenças na composição do solo. Solos de restingas exibem maior quantidade de areia na composição (Santos-Filho, 2009). Tabuleiros exibem forte percentual de areia, mas apresentam índices mais significativos de argila e silte (EMBRAPA, 2006).
Em algumas áreas do Nordeste os tabuleiros se posicionam mais para o interior, em relação às restingas. Mas em algumas regiões, os tabuleiros chegam até o contato com o mar, como é o caso de regiões litorâneas do Piauí, município de Cajueiro da Praia (Santos-Filho, 2009) e do Ceará, município de Beberibe (Santos-Filho & Zickel, 2013).
Em termos fisionômicos não são distinguíveis fisionomias próprias entre Tabuleiros e Restingas (Vicente, 2006). Ambas são consideradas áreas de extensão da Floresta Atlântica, bioma responsável por originar espécies para estes dois ecossistemas, que por serem recentes, em termos geológicos, não existiu tempo suficiente para processos de especiação e com isso não apresentam endemismo de espécies vegetais (Scarano, 2002).
Algumas espécies correm sérios riscos de extinção em razão do seu valor econômico pela exploração humana. Estas espécies ocorrem tanto em tabuleiros quando em áreas vizinhas e disjuntas, de onde de fato se originam. É importante conhecer a dimensão das populações de plantas com tal risco para entender sua dinâmica no meio ambiente.
O presente projeto teve o objetivo de analisar estudos publicados em áreas de restingas e tabuleiros, especialmente no Nordeste Brasileiro, utilizou--se ferramentas de análise multivariada de dados para verificar se existem diferenças significativas entre as mesmas. incluímos nesta nova proposta os tabuleiros existentes em outras regiões brasileiras, como o Sudeste, , reforçando a resposta a seguinte pergunta: A flora de Tabuleiros Litorâneos apresenta composição própria existindo diferenças significativas em relação a flora de Restingas?
- 2. Objetivos e Metas (máximo de 1 página)
- O trabalho teve como objetivo determinar através de levantamentos bibliográficos, quais espécies ocorrem em áreas de Tabuleiros litorâneos que são comuns a áreas de restinga.
- Construiu-se uma matriz de ausência presença de espécies de tabuleiros e restinga para compreender a diferença entre as floras destas duas fisionomias utilizando UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean) para determinação das semelhanças e outra com espécies de tabuleiro e de ecossistemas adjacentes para tentar auferir a origem das espécies que tomam parte da composição dos tabuleiros litorâneos, incluindo novos trabalhos publicados para a região Nordeste e outras regiões do país como a região Sudeste.
- 3. Material e Métodos (máximo de 2 páginas)
- Caracterização da área estudada
- O Piauí é um dos Estados situados a noroeste da região Nordeste ocupando uma área de 252.378 Km². Está situado em torno de 2° 44’ 49” e 10° 55’ 05” de latitude sul e 40° 22’ 12” e 45° 59’ 42” de longitude oeste (PIAUÍ, 2009).
- Com clima tropical, o Piauí apresenta temperaturas médias elevadas, variando entre 18º (mínimas) e 39º C (máximas) e umidade relativa do ar oscila entre 60 e 84%. No litoral e às margens do rio Parnaíba, os níveis anuais de precipitação pluviométrica situam-se entre 1000 e 1.600 mm e a frequência de chuvas diminui à medida que se avança para a região sudeste do Estado. Porém, níveis anuais médios de precipitação abaixo de 800 mm são encontrados apenas em 35% do território piauiense (PIAUÍ, 2009).
- A cobertura vegetal predominante é de fisionomia de cerrado (99,3% do território), sendo o restante dominado pelas caatingas, áreas de transição e manchas de floresta estacional (Fernandes & Bezerra, 1990). A flora está composta de espécies de cerrado e de espécies acessórias pertencentes à Amazônia e Caatinga, apresentando individualidade fitogeográfica (Rizzini, 1979).
- Revisão de trabalhos realizados
- A fim de subsidiar a elaboração do presente estudo levantaram-se todos os trabalhos publicados com listas florísticas de áreas de restingas e tabuleiros litorâneos do Nordeste Brasileiro. As listas serviram de base para a realização das análises comparativas sobre a florística destes ambientes. Utilizou-se estudos realizados em áreas subjacentes para determinação da origem das espécies presentes em tabuleiros litorâneos. Alguns trabalhos que serviram como fonte de informação foram: Almeida Jr. (2006), Almeida Jr. et al. (2006, 2009), Andrade-Lima (1951, 1960, 1979), Araújo et al. (1998), Barbosa(1996), Batalha& Martins(2007), Cantarelli (2003), Carvalho& Oliveira-Filho(1993), Chaves(2005), Costa(2005),
- Deus(2000), Emperaire (1989), Espírito-Santo et al. (2005), Esteves(1980), Farias& Castro(2004), Freire(1994), Freire (1990), Giulietti et al. (2002), Lemos& Rodal (2002), Matias& Nunes(2001), Mendes(2003), Mesquita& Castro(2007), Nascimento(1999), Oliveira(2004), Oliveira-Filho& Carvalho(1993), Queiroz(1999), Queiroz et al. (2006), Sacramento et al (2007), Silva et al. (2008), Siqueira et al. (2001), Vicente(2006), Zickel et al. (2007), Andrade & Leite (2004),Cantarelli et al., Almeida Jr et al. s.d., Medeiros et al. s.d., entre outros mais recentes.
- Análise de similaridade
- Para o estudo comparativo entre as floras de regiões de tabuleiros litorâneos e áreas de restinga e a comparação entre tabuleiros e seus ecossistemas adjacentes, foram montadas matrizes de presença e ausência (utilizando o software Microsoft Excel) e usando o método UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean). As análises multivariadas resultaram nos agrupamentos hierárquicos, demonstrando o grau de similaridade entre as floras das áreas. Para este fim utilizou-se o software MVSP (Multivariate Statistical Package).
- 4. Resultados e Discussão (máximo de 2 páginas)
- Realizou-se um levantamento de espécies herbáceas em estudos publicados em áreas de restingas e tabuleiros, em todas as regiões brasileiras, verificando-se um número total de 361 espécies, foram montadas matrizes de presença e ausência (utilizando o software Microsoft Excel) e usando o método UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean). As análises multivariadas resultaram nos agrupamentos hierárquicos, demonstrando o grau de similaridade entre as floras das áreas.
- A comparação resultou no gráfico (Fig. 1), que demonstra uma maior semelhança entre as áreas do Piauí (Cajueiro da Praia, Ilha Grande, Luis Correia e Parnaíba) Estas áreas embora distantes, estão situadas em áreas continentais, influenciadas pelos mesmos ecossistemas adjacentes e com índices de similaridade mais próximos.
- [pic 3][pic 4]
- 5. Conclusões (máximo de 1 página)
- 6. Referências Bibliográficas (máximo de 2 páginas)
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- 7. Parecer do orientador
- 8. Relação de anexos
- Citar a produção científica gerada. Exemplos: resumos, trabalhos completos, artigos científicos etc.
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