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DE QUE MANEIRA O RENASCIMENTO INVERTEU "(...) O SENTIDO CONCEITUAL DA IDEIA PLATÔNICA, A PONTO DE FAZER DELA UMA ARMA CONTRA A PRÓPRIA CONCEPÇÃO PLATÔNICA DA ARTE" (PANOFSKY, 1994, P. 13)

Pesquisas Acadêmicas: DE QUE MANEIRA O RENASCIMENTO INVERTEU "(...) O SENTIDO CONCEITUAL DA IDEIA PLATÔNICA, A PONTO DE FAZER DELA UMA ARMA CONTRA A PRÓPRIA CONCEPÇÃO PLATÔNICA DA ARTE" (PANOFSKY, 1994, P. 13). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/8/2014  •  446 Palavras (2 Páginas)  •  1.263 Visualizações

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Em cada período da história da arte, o que se pode observar é que a arte foi assumindo um perfil diferente, e isto está profundamente relacionado ao modelo de homem e de mundo considerados ideais para determinado tempo e determinado espaço.

Nesse contexto, a Ideia platônica, para a qual a arte é mimética; tentativa do artista de imitar as Ideias, ou ainda, mero simulacro que reduz o que é grande e aumenta o que é pequeno de modo a induzir em erro o nosso olhar, ele próprio imperfeito (PANOFSKY, 1994, p. 10-11) apresenta uma concepção de arte na antiguidade. O artista, nesse caso, é alguém que sabe apenas “imitar a aparência sensível do mundo dos corpos” (Idem, p. 7-8).

O mundo moderno, inaugurado pelo renascimento, trouxe, como uma das principais contribuições à arte, a noção de ‘gênio’ (HAUSER, 1998, p. 339), de genialidade artística individual, pois a renascença se desprende dos valores cristãos aos quais estava atrelada a arte medieval. Dessa forma, valoriza-se o artista, o criador, e não apenas a obra em si, como antes se fazia. Assim sendo, na visão de Panofsky (1994, p. 65), “o renascimento interpretou o conceito de Ideia (...) no sentido de uma concepção da arte que é específica dos tempos modernos, com a característica essencial de transformar o conceito de Ideia no de “Ideal” e de identificar o mundo das Ideias como um mundo de realidades superiores”. Para os renascentistas, a Ideia

é o produto do espírito humano, mas exprime ao mesmo tempo as leis que estão prefiguradas nas coisas, e nisso se afasta da subjetividade e do arbitrário. Assim ela realiza fundamentalmente, por meio de uma síntese intuitiva, o que as pesquisas de um Alberti, de um Leonardo e de um Dürer em matéria de proporções haviam buscado obter por meio de uma síntese discursiva, reunindo um importante material de observações referendado pelo julgamento universal; ou seja, ela realiza o aperfeiçoamento do “natural” pela arte. (PANOFSKY, 1994, p. 65)

Pode-se dizer então que o renascimento chegou a inverter a importância entre a arte e o artista a ponto de se chamar a Mona Lisa de “um Leonardo” e a escultura Pietá de “um Michelangelo”. De artífice a gênio, o artista da renascença teve a oportunidade de se perpetuar por meio de sua arte, enquanto grande parte das obras de arte da antiguidade não se sabe ao certo quem criou.

REFERÊNCIAS

HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

MATUCK, A.; BERTOL, C. C. R.; MIELZYNSKA, M. G. Estética I. Batatais, SP: Centro Universitário Claretiano, 2013.

PANOFSKY, Erwin. Idea: a evolução do conceito de belo. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

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