PRÁTICA DE QUALIDADE DA ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO

PRÁTICA DE QUALIDADE DA ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO – IF FARROUPILHA CAMPUS ALEGRETE.

LOPES, T.G.1, BATISTELLA, B.F.1, PYDD, E.B.1, DALLAPORTA, A.B.1, PAGNOSSIN, M.L.1

1Acadêmico (a) de engenharia agrícola, Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Campus Alegrete, [e-mail].

RESUMO: A qualidade da água de irrigação tem preocupado muitos agricultores atualmente, devido à grande influência que essa exerce sobre o desenvolvimento das plantas. Há poucas informações disponíveis aos produtores referentes a essa questão. Com isso ressalta-se a importância de trabalhar mais este tema, principalmente em instituições de ensino e pesquisa que atuam nesta área. Neste contexto, realizou-se uma aula prática de analise dos parâmetros potencial de hidrogênio (pH) e condutividade elétrica (CE), coletando amostras de três diferentes fontes de água (açude, rio e companhia de abastecimento de água) e analisando-as com auxílio de pHmetro e condutivímetro de bancada, para discutir a viabilidade das mesmas para o uso na irrigação localizada e por aspersão. Os resultados obtidos nas analises mostraram que todas as amostras coletadas são aptas para o uso com irrigação.

PALAVRAS-CHAVE: agricultura, irrigação, qualidade da água.

PRACTICE FOR IRRIGATION WATER QUALITY - IF FARROUPILHA CAMPUS ALEGRETE

SUMMARY: The quality of irrigation water has worried many farmers currently, due to the great influence that this has on the development of plants. There is little information available to producers regarding this issue. This fact highlights the importance of working over this issue, especially in educational and research institutions working in this area. In this context, we performed a practice lesson analysis of the potential parameters of hydrogen (pH) and electrical conductivity (EC), collecting samples from three different sources of water (pond, river and water supply company) and analyzing them with help of pH meter and conductivity meter bench to discuss their feasibility for use in drip irrigation and sprinkler. The results obtained in the analyzes showed that all samples are suitable for use with irrigation.

KEYWORDS: agriculture, irrigation, water quality.

INTRODUÇÃO

                

Considerando-se a história recente da irrigação, ao longo dos últimos tempos as áreas de terra irrigadas vêm tendo um constante aumento, consequente da demanda em produtividade na agricultura, impulsionada pelo grande crescimento da população. Nesse contexto, a produção de culturas predominantemente irrigadas, necessita de sistemas de gestão de água mais eficientes, levando em conta que os recursos hídricos futuramente serão ainda mais reduzidos. Problemas causados por utilização de águas de má qualidade podem causar problemas as culturas e até mesmo inviabilizar o sistema de irrigação implantado na propriedade. Com isso, percebe-se a importância da qualidade da água para os sistemas de irrigação localizada e por aspersão.

O potencial de hidrogênio (pH) e a condutividade elétrica (CE) são dois dos muitos parâmetros importantes que determinam a qualidade da água para a irrigação. O pH é o índice que caracteriza o grau de acidez ou alcalinidade da água, quando acima do normal pode provocar entupimentos nos sistemas de irrigação localizados, devido a precipitação de carbonato de cálcio, e quando abaixo do normal podem corroer rapidamente os componentes metálicos do sistema de irrigação por aspersão (SILVA, 2011). A CE na água expressa a sua concentração total de sais. Segundo ZAMBERLAN (2007) apud KATERJI et al. (2004), a partir de experimentos foi constatado que à medida que a concentração de sais se eleva, há queda substancial no rendimento de grãos.

Tendo em vista essa importância que a qualidade da água implica na irrigação, o objetivo deste trabalho é de analisar a viabilidade da utilização de diferentes fontes de água na irrigação localizada e por aspersão, a partir de amostras de água coletadas pelos alunos do curso de Engenharia Agrícola do IF Farroupilha e Unipampa - Campus Alegrete, com relação aos valores de pH e condutividade elétrica das amostras.

MATERIAL E MÉTODOS

Coleta de amostras de água

        O procedimento de coleta de amostras de água foi realizado no dia 15 de julho de 2014, em um açude, localizado entre os limites do IF Farroupilha - Campus Alegrete, em torneira para o consumo humano da companhia de abastecimento d’agua CORSAN, localizada em Alegrete/RS, e contou-se também com uma amostra pré-coletada no Rio Ibicuí, na Cidade de Coronel Manoel Viana/RS.

        Primeiramente, para cada amostra coletada (500 ml), fez-se o enxague dos recipientes, adotando para este água da própria fonte a ser analisada, repetindo o mesmo procedimento cinco vezes antes de proceder à efetiva coleta da amostra. Logo após a coleta, o material foi encaminhado a sala de aula onde foram realizadas análises de pH e condutividade elétrica.

Análise do pH

Para a determinação do valor de pH das amostras foram utilizados: um pHmetro de bancada da marca QUIMIS® acompanhado de eletrodo combinado,  sensor de temperatura e suporte; duas soluções tampão de pH 4,00 e 7,00 (Figura 1); água destilada; piceta; recipiente de vidro; guardanapos de papel e uma vasilha (Figura 2).

1. Calibragem do pHmetro

Após montar o pHmetro, procedeu-se à sua calibragem, tomando o cuidado de lavar o eletrodo antes com água destilada sobre uma vasilha com auxílio de uma piceta, para limpar o KCl cristalizado, secando-o cuidadosamente com guardanapo de papel depois da lavagem.

Após ligar o aparelho, foi selecionada a opção de calibragem (Figura 3), posteriormente, o aparelho pedia para escolher a primeira solução, dando como opções: pH 6,86 ou pH 7,01, onde optou-se pela segunda, que era a solução disponível no momento da análise.  Selecionada a solução no equipamento, foi mergulhado o eletrodo em um recipiente de vidro com a solução de pH 7,01 e foi dado comando no aparelho para realizar a calibragem. A seguir, o aparelho executa a calibragem para a primeira solução e em seguida apresenta a escolha da segunda solução, dando como opções: pH 4,01, pH 9,18 e pH 10,01, onde optou-se pela pH 4,01, que era a disponível no momento da análise. Antes de mergulhar o eletrodo na segunda solução, foi realizada novamente a lavagem do mesmo com água destilada, como visto anteriormente, e após, realizada a calibragem com a segunda solução. Nota-se que para realizar a calibragem foi utilizada uma substancia alcalina e outra ácida.