TRABALHO DE CONCLUSÃO DA DISCIPLINA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Por: beatrizsaraiva • 29/11/2019 • Resenha • 1.441 Palavras (6 Páginas) • 256 Visualizações
Como estudante de farmácia, não é muito comum esse contato direto com a natureza, e apesar de aprendermos muitos nomes de espécies vegetais, suas estruturas, quais seus principais componentes e como extraímos essas substâncias, se elas são medicinais ou não e como usá-las na síntese de novos medicamentos, não existem essas saídas de campo como experimentei essa semana. Me inscrevi nessa disciplina sem muita expectativa na realidade. Apenas esperando mais uma semana meio entediante durante as férias e mais alguns créditos. Mas gostaria de dizer que estava errada, mas isso vocês já sabem, não é?!
Conhecer pessoas como as que conheci essa semana fizeram me sentir pequena. Não em tamanho, mas pequena diante de tanta garra, força e dedicação. Aprendi, principalmente que educação ambiental não é só o meio ambiente em si, e sim tudo que habita esse solo e faz a cultura do nosso país ser tão rica e diversa. Aprender a ouvir a história de quem viveu nos faz mudar um pouco a perspectiva de ver nossa história, sabe?! Nossa digo como um todo, porque todos somos frutos de um passado desigual. E ver a Janaína contar a sua, com o orgulho estampado nos olhos e um sorriso de orelha a orelha, se dedicando tanto à sua comunidade, sem deixar que o tempo apague suas origens e lutar pelos seus diretos, me fez refletir o quanto estamos contribuindo como seres humanos para a sociedade a favor do próximo. Um exemplo de empoderamento. Foi um sopro de vontade acompanhado pela tristeza em saber que estamos abandonados pelos que deveriam cuidar de nós. Os quilombos mais ainda e mesmo com o pouco que têm, ainda encontram motivos para festejar. Me percebi refletindo sobre minha ingratidão com a vida e sobre meu papel aqui como indivíduo e futura farmacêutica, como isso me afetava e o meu afeto. Não é afeto de carinho, não é Amanda?! E senti, senti tanto que escorreu pelos olhos. A culpa que eu sinto pela tragédia que seus antepassados sofreram por culpa dos meus, os brancos. A família da Dona Sirlei foi mais uma injeção de ânimo. História de luta, superação e trabalho, e “bota” trabalho nisso! Mesmo com todas as dificuldades que a vida impõe, eles resistem. Ainda não conhecia sobre a agricultura familiar mas ficou bem claro o apoio que essas famílias precisam, o nosso apoio. Lembro que pensei sobre o suporte médico que essas famílias devem ter e imagino que seja negligenciado e que cabe a nós nos juntar à eles em busca de igualdade. Viver da terra não é fácil mas é nítido o amor que sentem, entre si e pela terra, e acredito que absorvi um pouco desse amor. E mesmo com toda a simplicidade ainda sobra um espacinho para alimentar um bando de universitários. Mas em casa de mãe cabe todo mundo, certo?!
Nessa semana em que vivemos a disciplina de educação ambiental, conheci algumas pessoas, e com elas, suas histórias. Histórias que me remeteram a duas palavras, perseverança e esperança. Perseverança de continuar lutando pelo que eles acreditam que seja o certo e o justo, e a esperança
de que eles vão conseguir acalçar seus objetivos. A perseverança da Janaína de conseguir lutar pela sua voz, seu lar e seu direito de dar sua opinião sobre aquilo que é simplesmente sua herança, a herança que o mundo deixou para o seu povo. A perseverança da Dona Sirlei e do Seu Chiquinho, de continuarem ali, plantando, cuidando da sua terra e vivendo daquilo que sua terra produz. A perseverança de Dona Graça e do Seu João, de continuarem aprendendo e ensinando. Participando de algo muito maior, como resistência da natureza, reflorestando e trazendo de volta um meio ambiente que sempre esteve ali, uma floresta que é dona daquele espaço mas foi arrancada sem nenhuma pena por nós e pelas nossas casas, cidades e o mundo que conhecemos hoje. E a esperança pra mim, de que o fato de existirem pessoas como eles me diz que o mundo pode, e vai ser um lugar melhor. Mas é necessário que todos façam algo e levantem as mangas assim como eles.
Na quinta feira pude me ver em lugares que nunca imaginei na minha graduação, indo no mato, na chuva, pisando no cocô de vaca, ‘só’ para coletar umas sementes numa árvore. Mas quando entendi a grandeza que aquela semente representa, ai sim eu percebi que desviar de cocô de vaca não foi nada diante de tudo que eles fazem todos os dias e não foi nada diante de tudo que o mundo vai colher de volta quando esses frutos forem plantados. Não, não o fruto da árvore, mas sim o fruto das nossas ações. Conheci pessoas incríveis, que lutam pra tornar o mundo não um lugar melhor, mas pra torná-lo de volta o lugar que ele sempre foi, mas que nós destruímos. Trazer de volta ao mundo seres que quase sumiram, espécies que são as legítimas donas daquele lugar, assim como Janaína é dona de sua terra, de seu quilombo. Percebi que aqueles que são mais fracos, aqueles que
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