Prospecção do petróleo
Por: dilsinh0 • 8/5/2016 • Artigo • 2.234 Palavras (9 Páginas) • 860 Visualizações
MÉTODOS DE PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO[1]
Abrahão Rangel Cardoso
Camilla Vasques Benassuly De Freitas
Matheus Raiol Nascimento Gaya
Ramiro Arthur Sobrinho Freire Silva[2]
Profª Me Herica Daniele Costa Araújo (Orientadora)[3]
RESUMO
A prospecção de um poço de petróleo pode ser dividida em métodos geológicos e geofísicos, a primeira etapa dentre as mencionadas é a etapa primordial. Se as expectativas forem favoráveis à perspectiva de se encontrar hidrocarbonetos, são feitos estudos geofísicos. Estes se dividem entre métodos potenciais e métodos sísmicos. Os métodos potenciais estudam as variações em intensidades magnetométricas e gravimétricas em busca de anomalias que demonstrem condições favoráveis à presença de hidrocarbonetos. Por outro lado, os métodos sísmicos analisam os dados a partir de ondas eletromagnéticas ou de pressão captadas por hidrofones ou geofones.
Palavras-chave: Prospecção. Petróleo. Geológicos. Geofisicos.
1 INTRODUÇÃO
A fim de que se descubra se uma área tem potencial para a exploração de hidrocarbonetos, ou seja, de petróleo e gás, é necessária a realização de trabalhos preliminares diversos chamados de prospecção. Tais trabalhos exigem o conhecimento de conhecimentos e técnicas igualmente diversos, que vão desde a geologia – a ciência que “busca entender a história da Terra e a origem de seu relevo complexo”, (CORRÊA, 2003) e que portanto pode oferecer técnicas que tocam na identificação de determinadas estruturas por meio da reconstituição das condições de acumulação dos hidrocarbonetos (a isso damos o nome de métodos geológicos) –, até o registro de ondas em determinadas condições na busca de dados suficientes (métodos sísmicos), passando pela procura de anomalias a partir de conhecimentos da geofísica (métodos potenciais).
Um trabalho de prospecção visa principalmente a localizar dentro de uma bacia sedimentar as configurações geológicas que ofereçam condições para acumular petróleo e verificar dentre as configurações qual possui maior potencial para uma exploração rentável. A prospecção deve, além disso, indicar qual é o exato local mais propício a uma perfuração.
Thomas (2001) observa que apenas “após exaustivo prognóstico do comportamento das diversas camadas do subsolo, os geólogos e geofísicos decidem propor a perfuração de um poço”, e ainda que o programa da prospecção fornece uma enorme “quantidade de informações técnicas”, exigindo para isso “um investimento relativamente pequeno quando comparado ao custo de perfuração de um único poço exploratório”. Ainda assim, a prospecção não necessariamente garante a perfuração.
Assim sendo, este escrito tem como objetivo principal evidenciar a importância dos métodos de prospecção detalhando-os sob diferentes referenciais teóricos, assim como fomentar uma discussão acerca deste método fundamental no processo da análise de exploração do petróleo.
2 MÉTODOS GEOLÓGICOS DE PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO
Antes de se começar a efetiva exploração de um poço petrolífero, ocorrem diversos testes em bacias sedimentares que vão desde indicar a incidência ou não de petróleo na área até a conclusão do poço pioneiro. Uma destas primeiras etapas de um programa exploratório, o upstream, (jargão conhecido na indústria do petróleo) é o estudo geológico do local, cujo propósito é reconstruir e verificar as condições de formação e acumulação de hidrocarbonetos.
Os métodos de pesquisas geológicos são alicerçados em três etapas: Geologia de superfície, aerofotogrametria e fotogeologia e geologia de subsuperfície.
A geologia de superfície tem o propósito de reconstituir as condições de formação e acumulação de hidrocarbonetos em uma determinada região (THOMAS, 2004). Nesta etapa, o principal objeto de estudo são as rochas que afloram na superfície, por isso o nome do método, podendo especificar os tipos de rochas presentes, o seu empilhamento, estratigráficos e os estilos estruturais das rochas, através de mapas, para definir se o local é uma área potencialmente interessante para a exploração do hidrocarboneto. Essa etapa conta com a ajuda de outro artificio, a aerofotogrametria, que consiste em tirar fotos aéreas a partir de drones (aviões não tripulados), para a prospecção, esse método é conhecido como Fotogeologia, que consiste nas análises das fotos por um geólogo para diferenciar e identificar os diferentes tipos de rochas que estão ali presentes.
[pic 1]
Figura 1 – Fotogeologia
Fonte: THOMAS, 2004
A geologia de subsuperfície é a última etapa de uma prospecção e é semelhante a geologia de superfície, tendo o mesmo objeto de estudo, porém nessa etapa as rochas se encontram abaixo do solo, fazendo com que se mude os métodos de pesquisa da área (sendo necessário a escavação de um poço exploratório). Nessa etapa pode se identificar por exemplo o tipo de petróleo, através de técnicas que mostram as descrições das rochas tirando durante as perfurações.
Outras técnicas são utilizadas nessa etapa, como a identificação dos fósseis presentes nas amostras de rochas provenientes da superfície e de subsuperfície. Com os resultados obtidos pode-se correlacionar os mais variados tipos de rochas dentro de uma bacia ou mesmo entre bacias, também é realizada o estudo da formação perfurada a um certo referencial fixo (geralmente o nível do mar) com isso os profissionais da área podem identificar de qual era geológica pertence a bacia estudada e tem resultados como, a qualidade do petróleo, por exemplo.
3 MÉTODOS POTENCIAIS DE PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO
É possível obter dados a respeito da possibilidade de presença de hidrocarbonetos em uma região a partir de conhecimentos e técnicas da geofísica – “o estudo da terra usando medidas de suas propriedades físicas” (THOMAS, 2004). A essa abordagem dá-se o nome de métodos potenciais, ou métodos geofísicos, que se bifurcam fundamentalmente em duas técnicas: a gravimetria e a magnetometria (THOMAS, op. cit.), além do chamado registro do solo oceânico. Essas duas técnicas fundamentais são empregadas no início de um empreendimento de prospecção (JAHN et al., 2011). Os dados a serem coletados em métodos potenciais provêm de “variações em propriedades físicas subsuperficiais terrestres, incluindo suas rochas, fluidos e lacunas”, (JAHN et al., op. cit.) passando pela localização de limites por meio dos quais ocorrem alterações de propriedades – ou seja, anomalias que possam descrever valores conhecidos, sendo a identificação delas a finalidade dos métodos potenciais. Ainda assim, “a mera obtenção e processamento de dados não garante o sucesso de um levantamento”. A interpretação dos dados “deverá sempre ser executada em uma estrutura geológica adequada”, de forma a não haver ambiguidades incorrigíveis ou enganos; e ainda, é necessária a combinação e manuseio de múltiplos métodos e disciplinas complementares para que se desenvolva um método geológico que possa explicar as anomalias observadas. (JAHN et al., op. cit.)
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