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A Dança Educação Física

Por:   •  11/10/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.706 Palavras (7 Páginas)  •  75 Visualizações

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A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no ordenamento jurídico – assegura a todos os indivíduos o direito à educação. Nesse sentido, a inclusão nas aulas esportivas é essencial para a vivência de tal direito. Com efeito, faz-se oportuno avaliar, em pleno século XXI, os desdobramentos dessa temática.

Em uma primeira análise, é preciso compreender a relevância da educação na formação intelectual e humana. Sendo assim, o ensino ocorre por diferentes vertentes, sendo elas formais ou não, intencionais ou não intencionais, bem como se pode constatar a influência de agentes externos na formação do indivíduo.

Dessa forma, Burrhus Frederic Skinner, filósofo e psicólogo no século XX, acreditava que as ações humanas eram dotadas da influência de fatores externos e, por meio da realização de diversas experiências, as teorias de Skinner levaram ao chamado ‘’condicionamento operante’’.

Nessa vertente, o psicólogo foi o criador da teoria do ‘’behaviorismo radical’’, que analisa o comportamento dos seres vivos. Destarte, as transformações ocorridas no corpo social impactam no aprendizado do aluno, de maneira que isso reflete no entendimento e captação dos conteúdos de artes.

Desse modo, a captação dos conteúdos de aprendizagem está diretamente ligada ao comportamento humano. Nesse viés, a didática proposta para as aulas de Educação Física adaptadas se constitui como uma das principais áreas pedagógicas, uma vez que ela possibilita os meios para realização do processo de ensino-aprendizagem do estudante com paralisia cerebral, bem como a troca de experiências entre o aluno e o docente, sobretudo no contexto atípico vivenciado por todo o mundo.

Dessa maneira, referida patologia

É caracterizada por alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo, envolvendo o movimento e a postura do corpo. Essas alterações são secundárias a uma lesão do cérebro em desenvolvimento e podem ocorrer durante a gestação, no nascimento ou no período neonatal, causando limitações nas atividades cotidianas. Apesar de ser complexa e irreversível, crianças com PC podem ter uma vida rica e produtiva, desde que recebam o tratamento clínico e cirúrgico adequados às suas necessidades (BILBIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE, 2019).

Nesse viés, ela se divide em: espástica (maior dificuldade de se movimentar e crescimento do tônus muscular); discinética ou extrapiramidal (presença de movimentos involuntários e atípicos) e atáxica (ocorre em casos mais raros, em que há um acometimento do cerebelo e, por conseguinte, de funções como equilíbrio e aprendizado motor) (MONACO, 2022).

Outrossim, ainda que, ao longo da evolução humana, o corpo tenha sido entendido como natureza e, posteriormente, uma herança social, na contemporaneidade, é preciso compreender o corpo como aspecto biocultural, formado não apenas pelas características fisiológicas, como também pela influência social, cultural e histórica.

Nesse contexto, apreende-se o corpo humano mediante as relações de ‘’Corpo como conhecimento; Corpo como expressividade-comunicativa; Corpo como experiência espaço-temporal; Corpo como identidade e direito ético’’ (BUSS-SIMÃO, 2019, p. 58), na medida em que é necessário abarcar o corpo humano e o ambiente externo.

Desse modo, o autoconhecimento se faz imprescindível para a autonomia do estudante com paralisia cerebral e preservação da dignidade de seu corpo. Nessa perspectiva, há que se falar na influência midiática no que tange à construção do corpo enquanto expressividade-comunicativa, uma vez que a mídia acaba por estimular o culto ao corpo padrão, desvalorizando o corpo humano em suas demais formas.

Por conseguinte, a atividade física que contempla a expressão corporal e a dança traz experiências de socialização, que promovem o entendimento de integridade e inviolabilidade do corpo, tanto da criança com paralisia quanto para o corpo do outro. Somado a isso, a construção da identidade, e representatividade, se dá na sociedade, devendo os pequenos respeitarem o corpo do outro, desconstruindo, assim, as formas de abuso e violação.

Destarte, essa inclusão nas aulas e incentivo à dança e hábitos saudáveis é importante, uma vez que

Os pacientes com paralisia cerebral apresentam maior risco de comorbidades clínicas e aqueles que são classificados com maior comprometimento funcional [...] são especialmente propensos a complicações graves que levam à hospitalização e óbito e que devem ser acompanhados com vistas a reduzir a morbidade e mortalidade. As complicações respiratórias são aquelas que frequentemente levam a internações e óbito. A reduzida expansibilidade do tórax, associada a aumento da secreção respiratória causada por processo inflamatório brônquico, refluxo gastroesofágico e microaspiração de conteúdo gástrico e saliva são fatores que contribuem para a recorrência de infecções respiratórias de repetição (PEREIRA, 2018, p. 53-54). 

Ainda, percebe-se que ‘’na análise da formação de professores, a relação entre conhecimento disciplinar e conhecimento pedagógico vem sendo tratada, mundialmente, a partir de distintas posições sobre saberes docentes.’’ (LIBÂNEO, 2015).

Com isso, nota-se que os docentes em Educação Física da atualidade devem se reinventar, a fim de que se adote estratégias no contexto da expressão corporal e da dança para que o aluno com paralisia cerebral seja aceito e incluído nas aulas escolares.

Com isso, dar espaço para o aluno descobrir e explorar suas potencialidades, utilizar tecnologias assistivas (como teclados adaptados, programas de computador e aplicativos, didáticas inclusivas e jogos de fácil entendimento) são algumas inciativas ao serem utilizadas nas classes esportivas.

Somado a isso, o professor deve utilizar os dispositivos móveis e espaços de apresentação não convencionais como ferramentas dinâmicas para o ensino, acompanhando as mudanças que ocorrem na realidade social, pois, caso assim não o faça, esta será

A posição de quem encara os fatos como algo consumado, como algo que se deu porque tinha que se dar da forma como se deu, é a posição, por isso mesmo, de que entende e vive a História como determinismo e não como possibilidade. (FREIRE, 1996, p. 114).

Nessa vertente, a dança é vista como prática corporal, posto que

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