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A INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NO COMBATE A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Por:   •  24/11/2018  •  Seminário  •  2.042 Palavras (9 Páginas)  •  201 Visualizações

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A INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NO COMBATE A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Jéssica Pedroso Camargo¹, Rúlio Affonso de Carvalho¹, AndréLuisRibeiro Gabriel¹, Richard Messias Pereira¹, Cristina Maria Rocha¹, Diego Silvestre de Barros²

¹Discente do curso de Educação Física da UNIFSP- Centro Universitário Sudoeste Paulista, Avaré-SP.

²Docente do curso de Educação Física da UNIFSP- Centro Universitário Sudoeste Paulista, Avaré-SP.

Endereço eletrônico: jessica.aja.lise@gmail.com

INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares fazem parte de um grupo chamado de doenças crônicas não transmissíveis,sendo mais comuns as isquêmicas do coração, acidente vascular encefálico e doença vascular periférica. Hoje,representam uma ameaça à saúde, sendo alvo constante das políticas de saúde pública no mundo devido às morbidades associadas.Causa redução significativa da produtividade, incapacidades, efeitos adversos na qualidade de vida e custos materiais diretosaos pacientes e familiares, além de um importante impacto financeiro sobre o sistema de saúde (ROTH et al., 2015).

A HAS é definida como a manutenção de níveis de pressão arterial acima de 140 mmHg na sistólica e 90 mmHg na diastólica (CESARINO et al., 2008). Esta relacionada a fatores intrínsecos, como hereditariedade, sexo, idade e raça e a fatores extrínsecos, comotabagismo, sedentarismo, obesidade, estresse, dislipidemia e dieta (GIROTO et al., 2009).

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) pode causar lesões em órgãos vitais, como cérebro,coração e rins, e de alta prevalência em todos os países (RANQUINEN et al., 2015). Estima-se quesó nos EUA, entre 24 a 29% de adultos economicamente ativos são portadores da doença, enquanto,no Brasil, a estimativa é de 22 a 44%. A HAS tem sido um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade por estardiretamente relacionada às doenças cardiovasculares e seus agravos (ROTH et al., 2015).

Foram responsáveis por 17,5 milhõesde mortes em todo o mundo em 2012, representando31% do total de óbitos. No Brasil,as doenças cardiovasculares apresentam epidemiologiaigualmente alarmante, sendo responsáveispor 30% das mortes no país. A OrganizaçãoMundial da Saúde estima que ¾ da mortalidadecardiovascular podem ser diminuídos com adequadasmudanças no estilo de vida(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2002), existem cerca de 800 milhões de pessoas com pressão arterial (PA) elevada em todo o mundo, causando mais de 7 milhões de mortes por ano. A HAS é um dos cinco fatores de risco para o desenvolvimento de um terço de todas as doenças cardiovasculares (DCV); entre os outros fatores estão o tabagismo, o consumo de álcool, a hipercolesterolemia e a obesidade (MACKAY; MENSAH, 2004).

Os programas de exercícios físicos representam uma importante estratégia na prevenção e tratamento das DCV(RANQUINEN et al., 2015). Trata-sede terapêuticas não farmacológicas que agem diretamente nos fatores de risco da HAS. No entanto, a prescrição deve levar em conta a avaliação do risco cardiovascularglobal, as condições sociais e interesses do paciente, a fim de promover a boa aderência às mudanças no estilo de vida (TAN et al, 2012).

A presente revisão de literatura tem como objetivo realizar umaabordagem sobre os aspectos clínicos da HAS e o potencialda prática de exercícios físicos regulares como método nãofarmacológico no seu controle.

DESENVOLVIMENTO        

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é, aomesmo tempo, fator de risco para o desenvolvimentode doenças cardiovasculares (DCV) e síndrome commanifestações própriase características peculiares.As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão VI (2010)conceituam HAS como "uma condiçãoclínica multifatorial caracterizada por níveis elevadose sustentados de pressão arterial (PA). Associa-sefrequentemente a alterações funcionais e/ou estruturaisdos órgãos (coração, encéfalo, rins e vasossanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequenteaumento do risco de eventos cardiovascularesfatais e não-fatais".

A HAS possui duas classificações,considerando-se a hipertensão primária (essencial, idiopática), representando 90% dos casos e, cuja causaé desconhecida, e a hipertensão secundária, a qual estásempre subjacente a uma doença, como por exemplo, uma patologia renal (VIEGAS, 2008). Se tratando de hipertensãosecundária, temos a hipertensão renovascular, causadapor uma estenose de artéria renal (EAR), sendo a causamais comum de HAS secundária(5%de todos os casos), dado relevante, uma vez que a HASpermanece como grande problema de saúde pública,com sequelas em vários órgãos e sistemas, além de sercausa de morte (MARTELLI, 2014).

A HAS primária não tem cura, mas o tratamentoprevine as complicações. Antes de prescrever aadministração de medicamentos, é recomendável adotarmedidas que estimulem hábitos de vida saudáveis. Aprática regular de atividades físicas é parte primordialdas condutas não medicamentosas de prevenção e tratamento da HAS (MIONet al., 2003). Na maioria dos pacientes, oexcesso de peso e a vida sedentária parecemdesempenhar papel primordial como causas da HA.Estudos de diferentes populações sugerem que osobrepeso e a obesidade podem ser responsáveis poraté 65% a 70% do risco de desenvolvimento de HAS (GUYTON; HALL, 2011).

Embora existam fatores de risco não modificáveispara o surgimento de doenças cardiovasculares,como idade, gênero, perfil genético eetnia; a maioria é passível de modificação (dislipidemia,hipertensão arterial, diabetes mellitus,sobrepeso/obesidade, tabagismo, sedentarismo e estresse psicológico) (AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR BRASIL, 2011). Portanto, uma das formasde controle, prevenção e tratamento não farmacológicosda HAS consiste na prática regular de atividades físicas (CHOBANIAN et al., 2003).

Pesquisas afirmam que um dos fatores responsáveispela maior prevalência da obesidade é, sem dúvida,o sedentarismo. Em relatóriorecente foi revelado que a inatividade física é o quartofator de risco isolado de óbito no mundo, e que o númeroexpressivo de mortes relacionadas à inatividade físicachega a mais de três milhões de pessoas por ano (MATSUDOet al., 2006).

O exercício físico pode controlar a hipertensão ajudando a reduzir a dose ou a quantidade de medicamentos anti-hipertensivos, aumentando a capacidade funcional e melhorando a qualidade de vida e o bom prognostico de doenças (GONÇALVES et al., 2007).Os programas de reabilitação cardíaca são, atualmente, reconhecidos como um componente essencial do tratamento das doenças cardiovasculares, resultante de equipes multidisciplinares e coordenadas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vidado cardiopataao nível físico, psicológico e social (MORAES et al., 2005).

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