Hipertensao Arterial Sistêmica

1.2.1.2 A Colônia Santa Izabel

Foi pelas mãos do engenheiro sanitarista Lincoln Continentino, que o projeto da Colônia de Lázaros Santa Izabel (1931-32), perto de Belo Horizonte ganhou realização.

A implantação da Colônia Santa Izabel é resolvida dentro de uma área de cerca de 120 alqueires, um amplo vale situado no município de Santa Quitéria14. Localizada a uma distância de 45 quilômetros da capital do estado, considerada suficiente pelo autor 15 , na direção da rodovia Belo Horizonte - São Paulo, tem como limite natural ao sul o rio Paraopeba. A Estrada de Ferro Central do Brasil se responsabilizaria pela construção de uma estação situada a cerca de 4,5 quilômetros da Colônia, a “Parada Carlos Chagas”, no km 594 da linha férrea. Cabe ressaltar que a via férrea, apesar da distância da estação, constituía o principal meio de acesso à colônia.

Considerada modelo na época, a Colônia Santa Izabel foi pensada como uma estrutura complexa, composta de setores destinados aos pacientes casados, solteiros, e para os que tinham condição de pagar pelo aluguel / construção (habitações isoladas); pavilhões para os indigentes, separados para cada sexo; pavilhões para serviço clínico coletivo com

Entretanto, a colônia está localizada “no município de Santa Quitéria, dentro de uma área de cerca de cento e vinte alqueires geométricos a 45 Km da Capital do Estado, na direção da estrada de rodagem Belo Horizonte – São Paulo, entre as localidades de Brumadinho e Sarzedo”24 , Funarbe p.27

A Colônia Santa Izabel está localizada entre as coordenadas 20º00’0” – 20º02’30” de latitude sul e 44º15’00” 44º12’30” de longitude oeste.

Para ele os leprosários serem distantes da cidade, se justificava não pelo fato de que a distância fosse um fator determinante para a propagação da doença, mas para que o completo isolamento social ao qual os doentes eram submetidos dentro das instituições funcionassem.

Afinal se a Colônia fosse inserida próximo a centros urbanos como Belo Horizonte, como consequência, o número de fugas multiplicaria constantemente. Logo, “a Colônia Santa Izabel é implantada distante de qualquer vila ou cidade, com um único acesso controlado dia e noite e totalmente cercada com arame farpado. O convívio com os familiares e a vida na sociedade passaram a ser apenas um sonho distante” (FUNARBE, 1998, p. 27).

Segundo Lana (

Tratava-se praticamente de um ‘campo de concentração’ da saúde, mantido pelo Estado, onde os portadores do contagioso bacilo deveriam ficar isolados preservando a integridade física de toda uma população “não contaminada”.

A concepção de isolamento deixou de considerar que o doente tinha laços familiares e relações com a comunidade onde mora. Outro elemento de análise que se faz necessário é que a política oficial de caça ao doente criou um sentimento ... na sociedade em relação ao hanseniasmo, que o considerou por muito tempo,como um marginal a ser denunciado ao serviço de vigilância sanitária para ser caçado e confinado nas colônias. Esta situação se estendia também aos familiares.”35 assis (FUNARBE p. 33

Sua concepção geral revela, através da organização do espaço, o caráter de uma “instituição disciplinar” 21, onde se pretende controlar o tempo, vigiar e registrar continuamente o indivíduo e sua conduta. A disciplina, nesse caso, institui-se em instrumento de poder, que se exerce na distribuição dos indivíduos “em um espaço individualizado, classificatório, combinatório. Isola em um espaço fechado, esquadrinhado, hierarquizado”.22 Nas duas entradas da Colônia, guaritas e correntes demarcavam a fronteira entre o território controlado dos doentes e o mundo externo (LANA, 1997: 76).

Pode se dizer que, tal política de implantação a levou ao isolamento e a segregação social, pelo estigma da hanseníase, fatos estes que refletiram grandemente na articulação entre regional e município, visto isto ocorrer só nos tempos recentes.

No ano de 1936, o Governo do Estado e a União planejam o que caracterizam como um “organismo profilático” para o combate à doença, e, através da Lei nº 209 de outubro de 1937, é criado o Serviço de Defesa contra a Lepra, posteriormente transformado em Divisão de Lepra pelo Decreto Lei nº 1.751, de 03 / 06 / 19465 .

        

REFERENCIAS

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ASSIS, Terezinha. A história da construção de Betim: espaço geográfico construído por gente. Betim: Prefeitura Municipal de Betim, MG, 1996. 142 p.

ASSIS, Terezinha. A História da Construção de Betim. SEGRAC, 1997

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