O Desenvolvimento civilizacional da Humanidade foi acompanhado pelo Desporto e deu origem ao jogo
Por: Luciana Teixeira • 6/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.980 Palavras (8 Páginas) • 565 Visualizações
O desenvolvimento civilizacional da Humanidade foi acompanhado pelo Desporto e deu origem ao jogo, sendo que no início era simples e primitivo, com regras elementares, evidentemente não escritas, os quais passaram a ser tradições que acabaram por passar de geração em geração.
Na pré-história era praticada a caça, a pesca e a luta, que eram as ocupações do Homem e que hoje em dia são consideradas atividades desportivas.
Ao longo dos anos, este foi criando jogos e desportos para que pudesse mostrar as suas habilidades e agilidades, como também para passar o seu tempo e divertir-se. Como o Homem depreendia da corrida para poder caçar, desenvolveu-se o pedestrianismo, que consiste em nada mais nada menos do que realizar grandes marchas a pé, dando origem a competições de estrada e pista.
A corrida passou a ser, com o passar do tempo, o elemento básico de maioritariamente todos os desportos como, por exemplo, o basquetebol, o voleibol, entre outros. Por outro lado, o salto já não é usado em quase nenhum desporto, porém, é utilizado no basquetebol e no voleibol.
Muitas culturas já praticavam competições de luta, remo, justas aquáticas e atividades lúdico-desportivas.
Segundo Fabrizio Valserra, foi na Grécia Antiga onde, pela primeira vez na História da Humanidade, os exercícios físicos e os jogos atléticos se converteram em instituições, em algo que, integrando-se nos costumes e na vida nacional, adquiriu um caráter educativo, religioso e estético, passando-se assim das práticas desportivas às primeiras competições devidamente organizadas, em períodos bem determinados, com regras definidas e com a presença de juízes.
Preparação guerreira, reverências religiosas e celebrações festivas caracterizaram os períodos iniciais da prática dos exercícios físicos. Não podíamos já classificar com o Desporto, mas sim como “jogos tradicionais”.
As práticas desportivas sem caráter obrigatório dependem da existência de tempo livre, de lazeres ou ócios. Segundo Bernard Gillet, “o facto de se pedir ao Desporto que seja apenas uma distração, uma ocupação dos tempos livres, não diminui a sua importância, antes pelo contrário”, e por sua vez, o mesmo afirma “Assim, para que haja Desporto torna-se necessário que o lazer tenha um lugar na existência dos indivíduos, entre valores sociais”.
Com o evoluir dos séculos, e ainda na Antiguidade, as práticas desportivas tomaram caminhos diferentes.
Para além da importância dada ao desenvolvimento cultural, científico e filosófico (temos o exemplo de Sócrates, Platão e Aristóteles), os gregos deram valor também ao exercício físico e às competições desportivas. Os helenos (nome atribuído aos gregos na Antiguidade) tinham um culto da Educação Integral, intelectual, moral e física.
Naquele tempo, a atividade física e desportiva nunca deixou de estar associada à preparação militar, pois as guerras entre cidade-estado eram constantes.
Em cada ano, o número de competições desportivas chegava a ser 175, sendo as mais importantes os Jogos Panatinaicos (realizados em Atenas, em honra de Palas Ateneia, deusa protetora da cidade), Jogos Olímpicos (celebrados em Olímpia de 4 em 4 anos, em honra de Zeus), Jogos Píticos (efetuados em Delfos, de 5 em 5 anos, em honra de Apolo), Jogos Ístmicos (tendo lugar em Istmo de Corinto, de 2 em 2 anos) e, por fim, os Jogos Nemeus (celebrados na Nemeia, de 3 em 3 anos). Os Jogos Olímpicos foram dos jogos que tiveram a mais longa duração, tendo início em 884 A.C.
O primeiro registo histórico é de um nome gravado numa pedra, Koroebus, que foi o vencedor da corrida de estádio, que naquele tempo, era a única prova dos jogos que existia. Apesar de vários conflitos e outros motivos (por exemplo, a peste que se propagou por toda a região) que levaram à interrupção das competições, estas prosseguidas mais tarde “em honra de Zeus, deus dos deuses”. Além disto, ficou acordado (gravado num disco de ferro) que era interdito qualquer tipo de armação na zona onde se realizariam os jogos, aquando do seu conhecimento e até acabarem. Ao longo do tempo várias provas foram sendo adicionadas ao leque de provas, tais como o lançamento do dardo, do disco, o salto em comprimento, a luta, etc. As provas eram realizadas em cinco dias, após um dia de oferendas aos deuses. Já nesta altura existia o que chamamos hoje de “centro de estágio” e “Aldeia Olímpica”, um recinto de instalações onde os atletas e treinadores se concentravam algum tempo até ao inicio das competições, para se prepararem física e psicologicamente para elas. Apesar disto, nesta altura só os gregos de nascimento, homens e isentos de qualquer crime é que podiam participar nos Jogos Olímpicos. As mulheres não podiam nem assistir (excetuando a sacerdotisa), embora tenham havido épocas em que foram realizados jogos para mulheres e juvenis masculinos, sem continuidade. Todavia, já existia corrupção nestes primórdios dos Jogos, em que atletas recebiam dinheiro para facilitar a sua derrota, os quais, quando descobertos, eram assinalados com pequenas estátuas com a inscrição do seu nome no túnel de entrada dos atletas. Assim, as práticas desportivas tornaram-se não só uma exigência de preparação militar, como também um espetáculo para entreter multidões. Entretanto, continuou a realização dos Jogos Olímpicos, em Olímpia, embora já apresentasse sinais de enfraquecimento, aquando do pedido do Bispo de Milão para acabar com os Jogos, pedido este que foi concedido pelo Imperador e assim estes foram suprimidos por algum tempo.
A crescente propagação do cristianismo e do catolicismo foi deixando para trás o exercício físico, tornando-se uma prática pouco frequente. Com o tempo, os nobres praticavam equitação e manejo das armas em tempos livres, enquanto a montaria e falcoaria e até o simulacro de combates se tornaram atividades de carácter desportivo. Ao mesmo tempo, as classes menos favorecidas mantinham os seus jogos populares tradicionais, não possuindo os meios de outras classes.
Um pouco por toda a Europa surgiram novos “desportos” locais, como o “soule” na França, o “hurling at goales” na Inglaterra e o “cálcio” na Itália. Na Inglaterra, os povos britânicos dedicaram-se a variados tipos de jogos, como jogos com bolas, lançamentos primitivos da pedra, do martelo do ferreiro, corridas e até saltos, como atividades tradicionais. A disputa estava na façanha negativa dos reis de Inglaterra e França em relação a estas práticas, tendo até, em certa altura, o Rei Eduardo III de França publicado um decreto em que proibia algumas delas. Ao longo do tempo as monarquias absolutas fortaleceram-se, os jogos
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