Prescrição de Exercícios Físicos para Portadores do Virus HIV
Por: Renata Couceiro • 9/2/2019 • Trabalho acadêmico • 2.048 Palavras (9 Páginas) • 315 Visualizações
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Centro de Ciências da Saúde - CCS
Departamento de Educação Física - DEF
Curso Bacharelado em Educação Física
Imunologia na Atividade Física
PORTADORES DE HIV E PRÁTICAS FÍSCAS: RESUMO DE ARGIGOS CIENTÍFICOS
Recife, 2018
CAMILA CORREIA ARAGÃO
PORTADORES DE HIV E PRÁTICAS FÍSCAS: RESUMO DE ARGIGOS CIENTÍFICOS
Trabalho destinado à professora
Cristiane Moutinho Lagos de Melo como meio
de obtenção da primeira nota
da disciplina Imunologia na Atividade Física.
Recife 2018
Apresentação do artigo: Prescrição de Exercícios Físicos para Portadores do Vírus HIV
O presente artigo foi publicado no ano de 2005 e é de autoria de Cristiane de Lima Eidam, Adair da Silva Lopes e Osvaldo Vitorino de Oliveira que são respectivamente, professora Mestre em Educação Física na área de Atividade Física e Saúde, Professor Titular do Centro de Desportos da UFSC, Professor Titular da Faculdade de Medicina UFSC. Ao realizar este trabalho eles tinham o objetivo de reunir informações sobre a prescrição de exercícios físicos para pacientes soropositivos. Para isso foi buscado na literatura a resposta para determinados questionamentos chaves que norteariam o foco do trabalho, como a implicação da doença na saúde, os possíveis benefícios que o exercício físico traria para pacientes infectados pela doença, de que modo esses treinos devem ser prescritos e as devidas atenções que devem ser tomadas.
O artigo traz que com o passar dos anos vírus HIV vem se espalhando e a quantidade de pessoas infectas só aumenta, aponto de se tornar não só um problema de saúde publica mas também uma epidemia mundial, que em 2001 matou cerca de três milhões de pessoas. É sabido que a AIDS uma doença ainda sem cura que pode apenas ser controlada, com um tratamento que consiste, principalmente, na utilização da terapia anti-retroviral, das vacinas profilática para as infecções oportunistas, dos exames bioquímicos/ laboratoriais e dos exames médicos de rotina. Além das medidas voltadas para a promoção da saúde, como, controle do estresse, dietas, evitar fumos e também a prática de exercício físico. Porém antes de prescrever qualquer tipo de atividade física para um individuo infectado é necessário analisar as especificidades fisiológicas que estas pessoas apresentam, que podem ser resultantes da própria condição de estar infectado como também devido ao tratamento com os medicamentos anti-retrovirais, que são drogas utilizadas para melhoria das condições de vida do paciente.
Umas das principais características das pessoas infectadas pelo HIV é o declínio persistente na contagem do número de linfócitos T CD4 na corrente sanguínea, há também alterações nas células progenitoras da medula óssea, do tecido linfóide e tímico, ambiente crítico na geração de células imunocompetentes. Outra alteração orgânica bastante comum ocorre na composição corporal e resistência do mesmo, acarretando na perda de peso em decorrência da depleção de proteínas em nível celular, perda da massa muscular gerando diminuição do vigor físico e da resistência física, aumentando assim a fadiga. Que pode ainda ser agravado se surgirem doenças oportunistas, ocasionando problemas cardiorrespiratório. A aplicação de terapia anti-retroviral tem diminuído a ocorrência de desnutrição, que é resultado da falta de apetite, porém, com a terapia há alterações na distribuição da gordura corporal e alterações metabólicas, incluindo hiperlipidemia e resistência à insulina, aumentar o risco de doenças coronarianas em pacientes soropositivos.
Além das alterações físicas ou orgânicas, portadores da HIV comumente passam por perturbações psicológicas como a ansiedade, depressão, distorções da própria imagem, baixa alto-estima, sentimento de frustração e inúmeros outros problemas psíquicos, também influenciam diretamente no nosso sistema imunológico.
Entretanto tomando os devidos cuidados as práticas de exercício físico podem ser extremamente benéficas tanto em questões corporais (físicas) com psicológicas. O exercício físico pode proporcionar ao sistema imunológico dessas pessoas infectadas o aumento no numero de linfócitos T CD4. Traz benefícios para a composição corporal, e pode também melhorar a condição cardiorrespiratória, a flexibilidade, a força e resistência muscular localizada, contribuindo assim para aptidão física dessas pessoas. É sabido que a prática regular de exercícios físicos, com frequência semanal de 3 a 5 vezes por semana pode proporcionar ao portador do vírus HIV que utiliza terapia anti-retroviral combinada a redução da gordura do tronco, com redistribuição da gordura, atenuando assim a lipodistrofia, também a diminuição do IMC (índice de massa corporal) e aumento da massa corporal magra.
Contudo é de estrema importância lembrar-se que a prioridade no tratamento desta classe de pessoas é preservar seu sistema imunológico. Dessa forma tornasse necessário um maior cuidado para o controle de exames que devem ser realizados periodicamente para assegurar que suas taxas e composição corporal estão nos parâmetros da normalidade de uma pessoa saudável.
Dessa forma as recomendações encontradas no artigo para a prescrição de uma atividade física pra pessoas infectadas pelo vírus HIV foram que; quanto à intensidade deve ser moderada, oscilando entre 55/65% a 90% da freqüência cardíaca máxima, ou entre 40/50% a 85% do consumo de oxigênio de reserva ou frequência cardíaca de reserva. Intensidades mais baixas, isto é 40-49% do consumo de oxigênio de reserva ou frequência cardíaca de reserva e 55-64% da frequência cardíaca máxima são mais aplicadas para indivíduos que apresentam baixos níveis de aptidão física, como sedentários, obesos e em situações especiais. Deve ser praticada em uma intensidade de pelo menos três vezes por semana, com duração de 20 a 60 minutos. Quanto ao tipo de exercício é recomendado que sejam atividades aeróbicas e que envolva grandes grupamentos musculares, que possa ser mantido continuamente em ritmo aeróbio. Para exercícios que treinam a flexibilidade no que se refere à intensidade, os exercícios devem ser realizados lentamente, com uma progressão gradual, até atingir maiores amplitudes de movimento. O grau de alongamento não deve ser tão extremo a ponto de causar uma dor importante. A frequência do treinamento deve ser de duas a três vezes por semana. A duração deve ter o tempo necessário para realizar de três a quatro repetições cada exercício, porém cada movimento dinâmico lento deve ser seguido por um alongamento estático de 10 a 30 segundos. Em uma sessão de alongamento devem ser realizados exercícios para os principais grupos musculares, utilizando-se alongamento estático ou técnicas de facilitação muscular neuro-proprioceptiva. Dessa forma em uma visão geral pode-se concluir que o melhor tipo de exercício físico para estas pessoas são os de intensidade moderada que trazem uma menor probabilidade de interferir negativamente no sistema imunológico dessas pessoas.
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